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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 313 - 26 de Maio de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 32)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Que ocorrência levou Nemésio a tornar-se hemiplégico?

Foi Amaro, o fiel amigo espiritual que velara por dona Beatriz, quem resumiu para André, em breves palavras, a tragédia em que se envolvera Nemésio. Cedendo à paixão que lhe empolgava os sentidos e excitado pelos obsessores, Nemésio decidira exterminar Marina e suicidar-se em seguida. Ao praticar o crime, verificou, porém, que atropelara Cláudio e não a filha, entrando em desespero, e esse desespero lhe cresceu tanto no espírito que o corpo doente não resistiu. Sobreveio o derrame. Avisado por amigos, Amaro o encontrou, semiparalítico e sem fala, no automóvel, longe do local em que se desenrolara o delito. Ele parecia prestes a desencarnar, mas Félix aparecera de improviso e requisitara o apoio de todos os órgãos espirituais de assistência, situados nas imediações, acumulando fatores de intervenção em favor dele. Félix orou, suplicando aos Poderes Divinos não lhe permitissem a saída do plano físico sem aproveitar o benefício da enfermidade. Félix advogara para ele as vantagens da dor, que reputava santas, e o processo desencarnatório foi imediatamente sustado. Desde então, o velho Torres era aquilo que André via: um farrapo de gente, largado à cama. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo XIII, pp. 330 a 332.)

B. Que reação teve Nemésio ao ver Gilberto e Marina?

Ao vê-los, Nemésio intentou soerguer a carcaça dorida, sem conseguir articular qualquer palavra, embora o tentasse. André e seus amigos registraram-lhe, porém, os pensamentos e viram que ele implorava aos filhos benevolência, compaixão... Contemplando a nora pelo véu de pranto, lastimou na linguagem inarticulada do cérebro: "Marina!... Marina!... sou um infeliz... Perdão pelo amor de Deus!... Perdão pelas cartas afrontosas, perdão pelo meu crime!... Eu estava louco, no momento em que arrojei o automóvel no corpo de seu pai!... Diga, diga se ele morreu... Perdão, perdão!..." (Obra citada, 2ª parte, capítulo XIII, pp. 332 e 333.)

C. Beatriz se surpreendeu ao ver o ex-esposo naquelas condições?

Sim. Beatriz, entusiasmada pela volta ao Rio, suspirava, além de rever esposo e filho, reavistar também a antiga moradia. No Flamengo, porém, o encontro com Nemésio constituiu para ela um choque. Ao vê-lo desfigurado, na postura dos paralíticos, ela empalideceu. Enleando-se a ele, passou então a crivá-lo de perguntas lastimosas. Por que mudara tanto em dois anos apenas? que lhe acontecera para se relegar a semelhante ruína física? que fizera? por quê? por quê? Nemésio não assinalava as carícias e as perguntas da esposa, mas quedou-se tocado de fundas reminiscências. Passou a pensar em Beatriz e reconstituía-lhe a imagem no imo do ser. Ah! –  refletia o enfermo –  se os mortos pudessem amparar os vivos, segundo a crença de tantos, certamente Beatriz se compadeceria dele, estendendo-lhe as mãos!... Ignorando que respondia às perguntas da esposa, ali colada a ele, revisou então todos os acontecimentos posteriores à morte dela, como que a lhe prestar severas contas, exibindo para a companheira e para os demais, qual num filme pujante, a verdade toda, até o instante em que se precipitara no crime. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XIII, pp. 333 a 335.)

Texto para leitura

156. Cláudio volta ao lar - Acrescentou Cláudio que, se atendido, obedeceria lealmente aos programas de ação que lhe fossem traçados. Não cobiçava outra coisa senão instruir-se, melhorar-se, compreender e ser útil... A petição enterneceu André, que não detinha, porém, compe­tência para decidir. Autoridades do estabelecimento que os albergava acolheram o assunto com simpatia e ofereceram medida básica à solução do impasse. Desde que se munisse de aprovação, Cláudio residiria ali mesmo, apesar de se manter em atividade na proteção aos parentes. Per­cília partiu, então, com atribuições de mensageira, para advogar a causa no "Almas Irmãs", convicta de que Félix a aprovaria. Foi o que aconteceu. Permitiu-se a Cláudio o período de dez anos de serviço ao pé dos familiares, antes de se elevar aos círculos imediatos da Espi­ritualidade para julgamento da existência transcorrida, reservando-se à Casa da Providência o direito de corrigir a concessão, dilatando o tempo, se ele mostrasse aplicação no cumprimento das promessas feitas, ou cassando a licença, na hipótese de se revelar indigno dela. Cláu­dio, satisfeito, exultou e pediu colaboração para voltar ao Flamengo. Estava fraco, vacilante, mas queria trabalhar, sair de si mesmo... Ajustaram-se providências. Moreira, que se mantinha ao lado de Marina, ajudá-lo-ia. O mecanismo de amor da Bondade Divina é extraordinário! Aquele que lhe fora comparsa no desequilíbrio ser-lhe-ia o arrimo nas tarefas do reajuste. Seis dias depois do acidente, Cláudio foi recon­duzido ao antigo lar, no Flamengo. Apoiando-se em Percília, penetrou em casa, acolhido por Moreira, e procurou o quarto que até então ocu­para, sentando-se no próprio leito, a refletir. O relógio marcava seis horas quando Marina se ergueu. Daí a instantes, a jovem penetrou no recinto onde os amigos se achavam e, em pensamento, dirigiu-se a Je­sus, rogando-lhe abençoasse o genitor, onde estivesse. Enlevados, An­dré  e os demais ouviram-na, palavra a palavra, no clima dos pensamen­tos harmônicos em que todos se entrelaçavam, embora Marina orasse em silêncio. Cláudio levantou-se e abeirou-se da filha, mas, ao tocá-la, fremente de júbilo, percebeu que a filha trazia no corpo e na alma a doce presença de Marita nascitura. Receoso, deu um passo à reta­guarda. Temia conspurcar a excelsitude do quadro sublime que o defron­tava. Marina figurou-se-lhe uma planta luminosa, modelada na carne, encerrando uma flor quase a desabrochar. A ideia de Cláudio relampeou na oração. Suplicava a Deus não lhe permitisse alçar caprichos acima de obrigações. Aproximou-se, então, dela, abraçou-a brandamente e apelou: "Minha filha!... Minha filha!... que é feito de Nemésio? Pro­curemos Nemésio! É preciso ampará-lo!... Ampará-lo!..." (Cap. XIII, pp. 328 a 329)

157. A ruína de Nemésio - Marina não assinalou o pedido com os sen­tidos físicos, mas, sem saber por quê, rememorou a solicitação paterna de última hora. Ela e Gilberto haviam recebido notícias de Nemésio. As informações eram alarmantes; entretanto, hesitavam... O sogro jazia enfermo, em estado grave. Lembrando a rogativa de Cláudio, Marina decidiu-se em espírito. Esqueceria o passado e ajudaria o doente no que lhe fosse possível, inclinando Gilberto à reconciliação. Não adia­riam por mais tempo a visita. Ao café, a jovem sugeriu ao esposo as primeiras medidas atinentes ao caso. Cláudio, que observava a cena, entrou direto em serviço, alimentando as disposições favoráveis do ca­sal. Que não recuassem. Atendessem. Nemésio era também pai. Marina propunha, Gilberto ponderava. Por fim, ele concordou. Telefonaria ao médico e se a doença fosse mesmo grave iriam vê-lo à noite. André, deixando os amigos no Flamengo, buscou a casa dos Torres, para ver Ne­mésio. A casa estava em silêncio e, junto dele, hemiplégico e afásico no leito, encontrava-se apenas Amaro, o fiel amigo espiritual que ve­lara por dona Beatriz. O enfermeiro resumiu para André, em breves pa­lavras, a tragédia em que se envolvera aquele homem, antes tão bajulado e tão rico. Cedendo à paixão que lhe empolgava os sentidos e ex­citado pelos obsessores, que o abandonaram logo que lhe viram o corpo arruinado e inútil, Nemésio decidira exterminar Marina e suicidar-se em seguida. Ao praticar o crime, verificou, porém, que atropelara Cláudio e não a filha, entrando em desespero, e esse desespero lhe cresceu tanto no espírito que o corpo doente não resistiu. Sobreviera o derrame. Avisado por amigos, Amaro o encontrou, semiparalítico e sem fala, no automóvel, longe do local em que se desenrolara o delito. Pa­recia prestes a desencarnar, mas Félix aparecera de improviso e requi­sitara o apoio de todos os órgãos espirituais de assistência, situados nas imediações, acumulando fatores de intervenção em favor dele. Orara, suplicando aos Poderes Divinos não lhe permitissem a saída do plano físico sem aproveitar o benefício da enfermidade. Félix advogara para ele as vantagens da dor, que reputava santas, e o processo desen­carnatório foi imediatamente sustado. Desde então, o velho Torres era aquilo que André via: um farrapo de gente, largado à cama. A casa fora devassada pelos credores, e empregados desonestos haviam fugido carre­gando copioso fruto de saque: baixelas, cristais, roupas, telas, joias e até o piano. Apenas Olímpia, antiga companheira, vinha até ali duas vezes por dia, para prestar ligeira assistência ao enfermo, que, em­bora lúcido, não conseguia articular palavra. (Cap. XIII, pp. 330 a 332)

158. Nemésio passa a morar com Marina - Condoído, André ali aguar­dou a noite e viu quando Gilberto e Marina atravessaram o vestíbulo, seguidos de Percília, Cláudio e Moreira, tomados de surpresa dolorosa. Gilberto e a esposa não conseguiram dominar as exclamações de assombro e prosternaram-se em lágrimas à frente do leito. Nemésio reconheceu-os e debalde intentou soerguer a carcaça dorida, sem conseguir articular qualquer palavra, embora o tentasse. André e seus amigos registraram-lhe, porém, os pensamentos e viram que Torres-pai implorava aos filhos benevolência, compaixão... Contemplando a nora pelo véu de pranto, lastimou na linguagem inarticulada do cérebro: "Marina!... Marina!... sou um infeliz... Perdão pelo amor de Deus!... Perdão pelas cartas afrontosas, perdão pelo meu crime!... Eu estava louco, no momento em que arrojei o automóvel no corpo de seu pai!... Diga, diga se ele mor­reu... Perdão, perdão!..." Cláudio, somente naquele momento ficou sa­bendo quem fora o autor do atentado que lhe impusera a morte. Recor­dando, porém, outra noite, em que ultrajou a própria filha, caiu tam­bém genuflexo, abraçando-se a Marina ajoelhada, e, como se ocupasse o íntimo da jovem senhora, fê-la buscar a destra de Nemésio para beijá-la com a reverência que os filhos devem aos pais. Tocado no coração por semelhante gesto de ternura, Nemésio articulava sons ininteligí­veis, implorando mentalmente: "Perdão!... perdão!..." Cláudio ergueu-se, de súbito, e, erguendo os olhos para o alto, clamou em pranto: "Deus de Imensa Bondade, perdão para mim também!..." Naquela mesma noite, uma ambulância conduziu Nemésio ao hospital e, após alguns dias de tratamento, sempre custodiado pelos filhos, ele subiu em cadeira de rodas ao apartamento do Flamengo, onde passou a habitar, mudo e inerme, sob os desvelos da nora e amparado por Cláudio, no mesmo apo­sento que pertencera àquele que perseguira por rival e que se lhe eri­gia agora por denodado guardião. (Cap. XIII, pp. 332 e 333)

159. Beatriz insiste para ver Nemésio - Os êxitos morais de Cláu­dio, co­mentados com admiração por alguns amigos no "Almas Irmãs", criaram para o irmão Félix um problema grave. Beatriz (a esposa desen­carnada de Nemésio), ciente desse fato, quis rever o esposo e o filho. Peça viva na engrenagem doméstica, ela pensava que não podia alhear-se. Fé­lix, porém, negou-se a atender o pedido. Neves, que não se cu­rara de todo da impulsividade característica, achou que o pedido era razoável e colocou tantas relações e tantos empenhos no assunto, que Félix não teve outra alternativa senão aderir. Neves iria acompanhar a filha e André foi designado por Félix para cooperar na solução de qualquer emergência. Muito preocupado com a visita, o dirigente pres­sentia obs­táculos, receava riscos. Beatriz, entusiasmada na contempla­ção do Rio, suspirava, além de rever esposo e filho, reavistar também a antiga mo­radia. No Flamengo, o encontro com Nemésio constituiu para ela um cho­que. Ao vê-lo desfigurado, na postura dos paralíticos, empa­lideceu. Enleando-se a ele, passou a crivá-lo de perguntas lastimo­sas. Por que mudara tanto em dois anos apenas? que lhe acontecera para se rele­gar a semelhante ruína física? que fizera? por quê? por quê? Nemésio não assinalava as carícias e as perguntas da esposa, mas quedou-se to­cado de fundas reminiscências. Passou a pensar em Bea­triz e recons­tituía-lhe a imagem no imo do ser. Ah! –  refletia o en­fermo –  se os mortos pudessem amparar os vivos, segundo a crença de tantos, certa­mente Beatriz se compadeceria dele, estendendo-lhe as mãos!... Igno­rando que respondia às perguntas da es­posa, ali colada a ele, revisou então todos os acontecimentos poste­riores à morte dela, como que a lhe prestar severas contas, exibindo para a companheira e para os demais, qual num filme pujante, a verdade toda, até o instante em que se precipitara no crime. (Cap. XIII, pp. 333 a 335)

160. Beatriz sofre ao ver o estado do marido - Se Beatriz estivesse no mundo –  concluía Nemésio, em suas reflexões –  estaria isento de aflições e tentações. Junto dela, teria recolhido defesa, orientação. Profundas saudades lhe acicatavam a alma e recompunha na imaginação os sonhos da juventude, o casamento, os projetos de ventura concentrados em Gilberto pequenino. Movimentou, então, com dificuldade a mão es­querda para enxugar o pranto que lhe encharcava o rosto, sem saber que a esposa o auxiliava, soluçando. Apreensivo, Neves tentou soerguer a filha que se estirara no chão, à maneira de mãe torturada incapaz de alijar do peito um filho semimorto. Tudo em vão. Beatriz respondeu-lhe dizendo que amava Nemésio e preferia ser amarrada num catre, ao lado dele, a separar-se de novo. Agradecia o devotamento que recebera no "Almas Irmãs", mas pedia vênia para considerar que o esposo sofria. Como descansar, lembrando-lhe os suplícios? A doutrina cristã lhe en­sinara que Deus é um pai compassivo, e um pai compassivo não aprovaria ingratidão e abandono. Neves julgava que Nemésio nada fizera para me­recer semelhante abnegação e inclinava-se ao estouro, mas André suge­riu-lhe calma. Censuras de nada adiantariam; só agravariam a situação. A seguir, André mostrou para Beatriz que Gilberto se preparava para dar-lhe uma neta e que a conformidade da parte dela, no tocante às provações do marido, ser-lhes-ia uma bênção. Acatando a solicitação, a mulher ergueu-se, contrafeita, e se aproximou de Marina, cuja história real passara a conhecer pelas lembranças do marido. Generosa e vendo Cláudio, que perdoara a Nemésio tantas injúrias, beijou Marina, com enternecimento de mãe. Depois, compartilhou a oração e o socorro mag­nético prestado ao marido e pareceu reconfortar-se, sobretudo quando Gilberto chegou para o jantar, encantando-se ao notar que o filho bus­cara o doente para a refeição, após afagar-lhe a testa com carinho. O retorno foi, porém, muito difícil, porque Beatriz agarrou-se ao marido e, desligada dele quase à força, revelava sinais de alienação come­çante, descendo do prédio, abatida, muda. Neves a convidou, então, para visitar sua antiga moradia, que se reduzira a um casarão às escu­ras e, condenado a leilão, transformara-se em valhacouto de malfeito­res desencarnados, não havendo ali senão poeira e sombra do oásis fa­miliar que Beatriz um dia construíra. (Cap. XIII, pp. 335 a 337) (Continua no próximo número.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita