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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 312 - 19 de Maio de 2013

VALCI SILVA
valcipsi@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)

 
 


Droga de vida ou vida
de drogas


Segundo o último Relatório Mundial publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime UNODC - 26.06.2012, a "A heroína, a cocaína e outras drogas continuam matando cerca de 200.000 pessoas por ano, devastando famílias, levando à miséria milhares de pessoas, bem como gerando insegurança e a disseminação do HIV". Está estimado que cerca de 230 milhões, ou 5% da população adulta mundial (de 15 a 64 anos de idade), utilizaram alguma droga ilícita pelo menos uma vez, em 2012. Além disso, o Relatório aponta que os usuários problemáticos de drogas, principalmente as pessoas dependentes de heroína e cocaína, totalizam cerca de 27 milhões, cerca de 0,6% da população adulta mundial, ou uma em cada 200 pessoas. São números alarmantes e crescentes.

Está na mídia atualmente a morte do vocalista Chorão. Como já se tornou público e declarado pela ex-mulher, as drogas consumiram sua vida. Naturalmente todos nós temos defeitos e imperfeições e, obviamente, virtudes. O problema é quando os defeitos e imperfeições superam nossas virtudes. Mas não se pode esquecer de que o uso de drogas é sempre uma escolha do indivíduo.

A família do Chorão culpa a ex-mulher por abandoná-lo na hora em que ele mais precisava dela, os amigos escondem que ele fosse usuário de drogas e exaltaram sua personalidade forte, de “Bady Boy”, como se isso fosse uma virtude que lhe permitisse ser um dependente químico.

Gostemos ou não, famosos são modelo para a sociedade. O que é muito grave é que são formadores de opiniões e carregam consigo milhares de seguidores de suas ideias, músicas, temas e princípios. Em muitas músicas a banda Charlie Brow Jr faz apologia das drogas, justamente pelo fato de seu líder ter sido um dependente de drogas. Todos temos responsabilidades sociais.

Na experiência profissional já ouvi muitos relatos de usuários que declaravam que, ao embalo de suas músicas, das músicas de Raul Seixas, Amy Winehouse e outros consumiam drogas freneticamente, pois se “inspiravam” na melodia e nas letras sugestivas do uso de drogas. Quando não são referências diretas, elas são de ordem subliminar, ou seja, passam no subconsciente das pessoas, sem que se deem conta, mas lhes afetam os comportamentos.

Veja esse trecho da música Ralé: “... Taí. Agora é ver botar gás e rodar, rodar. Com os manos apavorar. Nós somos a minoria. Mas nós vamos adiante. Com o que a vida me ensinou eu me torno gigante... Se tiver que ser. Vai ser o que vier. Carro, droga, treta, mulher”. Obviamente o envolvimento da melodia não permite que as pessoas se deem conta da “trama” da letra. Isso é o que chamamos de ação subliminar na consciência.

Já na letra a seguir, Com Minha Loucura Faço Meu Dinheiro, Com Meu Dinheiro Faço Minhas Loucuras, o texto é objetivamente claro e vai direto ao ponto do mundo das drogas: “... Eu mergulhei fundo, tomei de tudo pra tentar chegar ao fim de um poço de um mundo sujo que só me impõe princípios, objetos, valores falidos, princípios, objetos de valores falidos”. Mais adiante, na letra, Chorão refere-se a um momento de sua vida em que vivia longo período de abstinência da cocaína, que era sua droga de uso frequente: “... Demorei a enxergar por conta das respostas que eu não tinha naquela hora, mas se eu tivesse enxergado há muito tempo eu já estaria na boa como estou agora...”.

Mais objetivo e direto do que na letra da música Liberdade Acima de Tudo, impossível: ”Se quiserem me internar não deixem, deixem-me exercer minha loucura em paz. Se quiserem me internar não deixem, deixem-me exercer minha loucura em paz porque eu nasci pra ser maluco e te fazer a tradução do que é ser um bom maluco, do que é ser um maluco sangue bom...”.

Segundo os dados biográficos de sua trajetória existencial, passou por diversas internações, sem nunca ter concluído nenhuma delas, pois vivia na estrada com a Banda.  A mídia e os familiares justificam que sua entrada nas drogas foi em razão de sua vida sofrida, separação dos pais etc., antes do sucesso. Porém, não soube aproveitar o sucesso para uma “boa vida”. Era dado como um sujeito bondoso, solidário e altruísta, que são virtudes importantes na vida de uma pessoa, porém muito pouco fez por si mesmo, como ocorre com todo dependente químico que não cuida de si mesmo, não se ama, não se valoriza e não se respeita. Por isso perdem a vida para as drogas. Em muitas de suas letras, muito boas por sinal, cantou um mundo feliz, de liberdade, de pleno amor, de crescimento para todos, mas foi vítima de si mesmo. Uma pena, pois era músico de talento. A mídia vai exaltar sua trajetória de sucesso na música. É inegável que foi uma banda de grande sucesso. Talvez façam até um filme, como ocorreu com outro ícone – Cazuza –, porém, não darão ênfase ao mais importante: a droga pode matar e mata. Mas como tudo passa, logo estará esquecido, pois outro assumirá seu posto. Droga de vida ou vida de drogas.

Reportando-nos ao Espiritismo que nos ensina sobre a moral, podemos afirmar que “a alma, por sua natureza essencial divina, está faminta de beleza, de bem e sedenta de felicidade. Ainda que em meio aos maiores extravios, sempre existe nela esse gérmen que há de se desenvolver com seus esforços, assim, preenchendo suas mais altas aspirações”. Agora, no mundo espiritual, Chorão poderá rever seus conceitos e princípios e, numa próxima lida, quem sabe, poderá ser feliz.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita