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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 311 - 12 de Maio de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 30)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Cláudio contou a Gilberto o encontro que teve com o Espírito de Marita?

Embora Cláudio, ao voltar ao estado de vigília, guardasse na memória todos os detalhes da ocorrência, ele nada disse a Gilberto, em atendimento a um pedido feito por André Luiz, visto que a verdade da vida não deve brilhar para a maioria dos homens, senão por intermédio de sonhos vagos, para não lhes confundir o raciocínio. Cláudio guardava, no entanto, em seu íntimo a certeza de que Marita logo retornaria ao mundo, reencarnada, e isso lhe iluminava o pensamento e aquecia-lhe o coração. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo XI, pp. 308 e 309.)

B. Por que a falência dos negócios de Nemésio Torres tornou-se iminente?

Dois foram os motivos principais: o afastamento de Gilberto, expulso da empresa pelo próprio pai, e a longa viagem que Nemésio fez à Europa. Quando voltou do exterior, o empresário vira-se defrontado por notícias desagradáveis. Os subordi­nados de Nemésio não se mostraram à altura da autoridade dele recebida e amigos da firma haviam retirado, à pressa, capitais importantes, de­sistindo dos depósitos com que lhe garantiam a segurança. Em crise, a imobiliária onerara-se com dois vultosos empréstimos, para cujo resgate entregara Nemésio dois terços dos próprios bens. A falência, portanto, pare­cia próxima, o que de fato acabou acontecendo. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XII, pp. 312 e 313.)

C. A situação dos negócios abalou Nemésio?

Sim. As cartas que ele enviava regularmente fazendo ameaças a Marina demonstraram claramente que ele se afundava cada vez num estado de desespero e de perturbação mental que, em pouco tempo, chegaria à demência. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XII, pp. 316 e 317.)

Texto para leitura

146. Marita diz que deseja voltar à Terra - Marita rememorou os quadros que imaginara no hospital, o suplício das horas lentas, as preces e a invariável devoção daquele pai que se lhe redimira no con­ceito à custa de sofrimento, e ajoelhou-se, diante dele, procurando-lhe o regaço, como quando em criança. Perplexo, Cláudio não via os de­mais Espíritos ali presentes; concentrava-se somente na visão, que exercia sobre ele inigualável fascínio. Afagou com a destra hesitante aqueles cabelos que tanta vez alisara no hospital, e relembrou Marita, quando criança, indagando: "Filha do meu coração, por que choras?" A jovem endereçou-lhe um gesto súplice e rogou: "Papai, não se aflija!... Estou feliz, mas quero Gilberto, quero voltar para a Ter­ra!... Quero viver no Rio com o senhor, outra vez!..." Patenteando ca­rinho imáculo, Cláudio conservou-a sob as mãos que tremiam de júbilo e, levantando o olhar para o teto, com a ânsia de quem se propunha romper o monte de alvenaria para dirigir-se a Jesus, clamou em lágri­mas: "Senhor, esta é a filha querida que me ensinaste a amar com pu­reza!... Ela quer retornar ao mundo, para junto de nós!... Mestre, dá-lhe, com a tua infinita bondade, uma nova existência, um corpo novo!... Senhor, tu sabes que ela perdeu os sonhos de criança por minha causa... Se é possível, amado Jesus, permite agora que lhe dê minha vida! Senhor, deixa que eu ofereça à filha de minha alma tudo o que eu tenho! Oh! Jesus, Jesus!..." Considerando que a emotividade ex­cessiva poderia abatê-lo, Félix recolheu Marita nos braços e pediu que André ficasse para auxiliar o bancário a reaver o envoltório físico enlanguescido. Após o passe reconfortante, Cláudio acordou em choro convulso, guardando na memória todos os detalhes da ocorrência. Quando Gilberto retornou ao apartamento, ele quis narrar-lhe o ocorrido, mas assimilou a exortação de silêncio, feita por André, visto que a ver­dade da vida não deve brilhar para a maioria dos homens, senão por in­termédio de sonhos vagos, para não lhes confundir o raciocínio. Ele guardava, no entanto, em seu íntimo a certeza de que Marita retornaria ao mundo, reencarnada, e isso lhe iluminava o pensamento e aquecia-lhe o coração. (Cap. XI, pp. 308 e 309) 

147. Nemésio importuna Marina - A gravidez de Marina foi acompa­nhada por todos com paciência e ternura. Além da assistência médica, ela recebia passes de reconforto, e o pai lia-lhe páginas educativas de ginecologistas e pediatras, instruindo-a, asserenando-a. Gilberto estava feliz com a expectativa do sucessor. Agindo no mundo invisível, André resguardava Marita, quanto possível, no processo reencarnatório. Tudo era esperança, sossego. A paz, aparentemente definitiva, entrara no lar do Flamengo, como se todos os pesares transcorridos estivessem para sempre arquivados nas gavetas do tempo. O passado, porém, palpi­tava naquele trato de ventura, como a raiz parcialmente enferma, escondida no solo, sustentando o tronco florido. Em determinada tarde, a jo­vem gestante evidenciou agoniado abatimento. O médico, após examiná-la, não atinou com a origem da queda súbita. Marina enlanguescia... Finda uma semana, Cláudio aproveitou um momento a sós com a filha e investigou-a. Conversaram, então. Ele, que suspirava por vê-la recupe­rada, exortou-a à confiança e ao otimismo. Orasse, tivesse fé. Que se abrisse com ele. Afinal, era pai e tudo faria por ajudá-la. Marina le­vantou-se, foi ao quarto e trouxe-lhe um papel. Era uma carta vinda de Nemésio, que participava o seu regresso ao Rio, após seis meses de Europa. Confessava-se, desabrido. Afirmava-se entediado de tudo, menos dela, a quem amava ainda com inusitado calor. Soubera do casamento; contudo, jamais a consideraria por nora. Gilberto não passava de um tonto, de um espantalho, do qual deveriam afastar-se, para fruírem a felicidade que ele mesmo, Nemésio, frustrara, ao abandoná-la. (Cap. XII, pp. 310 a 312) 

148. Nemésio ameaça matar-se - Até à metade da carta, reportava-se Nemésio a conceitos de compaixão e carinho, mas, na última parte, in­cidia na irreverência. Sacudia-lhe a memória. Perguntava-lhe por luga­res menos recomendáveis. Acusava-se saudoso. Pedia encontro. Dar-lhe-ia instruções para o desquite. Possuía excelentes amigos no Foro. Que ela não o desapontasse, porque, de outro modo, uma bala na cabeça ser-lhe-ia a solução. Não vacilaria entre a felicidade com ela e o suicí­dio. Que escolhesse, pois. Punha-lhe o destino nas mãos. Cláudio ana­lisou a gravidade da situação e, recordando o espancamento sofrido no banco, que não mencionara aos filhos, deduziu que Nemésio era capaz de todas as violências. Anteviu, assim, a tormenta que se esboçava, mas procurou consolar a filha. Aquilo tudo não passava de momento infeliz. Que não se amofinasse. Buscaria Nemésio pessoalmente, a fim de rogar-lhe serenidade, ao mesmo tempo que lhe noticiaria a chegada próxima da criancinha que seria para ele também um sorriso de Deus. Nos olhos de Marina, seduzida pelo magnetismo dessas palavras, a esperança brilhou de novo. No dia seguinte, Cláudio pôs-se em campo e soube, por inter­médio de corretores ligados à imobiliária, que Nemésio voltara da via­gem e vira-se defrontado por notícias desagradáveis. Os negócios, com o afastamento do filho e sua longa ausência, não iam bem. Os subordi­nados de Nemésio não se mostraram à altura da autoridade recebida e amigos da firma haviam retirado, à pressa, capitais importantes, de­sistindo dos depósitos com que lhe garantiam a segurança. Em crise, a imobiliária onerara-se com dois vultosos empréstimos, para cujo resgate entregara Nemésio dois terços dos próprios bens. A falência pare­cia próxima e Márcia o abandonara, seja porque o vira destituído das propriedades que a fascinavam, seja porque houvesse esgotado as reser­vas afetivas para com ele. De posse de todos os informes e vencendo a própria repugnância com os recursos da oração, Cláudio buscou a mora­dia de Nemésio. Levava o espírito pressago, triste. Ao fazer, porém, soar a campainha no vestíbulo ajardinado, um empregado da casa, em nome de Torres, que o havia visto do terraço, veio dizer-lhe fizesse a gentileza de se considerar indesejável, porque não lhe receberia a vi­sita nem naquela hora, nem noutras. (Cap. XII, pp. 312 e 313) 

149. Nemésio envia outra carta - Cláudio não insistiu e retirou-se, compreensivo. No banco, expôs o problema ao gerente amigo, a quem mostrou a carta que Nemésio dirigira à filha, ponderando quanto à ne­cessidade de protegê-la, sem parecer ao genro que assim procedia de­fendendo-a do sogro. O gerente, prestativo e humano, sugeriu-lhe uma licença de seis meses, o que não seria difícil devido à sua excelente folha de serviço. Desse modo, ele poderia apoiar a filha, resguar­dando-a, desde a caixa do correio, impedindo que novas cartas lhe che­gassem às mãos, até a assistência contínua em casa, hora a hora, para que se lhe garantisse a tranquilidade na gravidez. Cláudio agradeceu, confortado. Vinda a noite, conversou com Marina, sossegando-a. Disse-lhe acreditar que Nemésio não mais a molestaria e informou ter estado na residência dos Torres, sem nada avançar além disso. Marina rejubi­lou-se ao saber da projetada licença. Ambos se devotariam a trabalhos diversos. Construiriam, juntos, o berço do nenê. Dariam nova disposi­ção ao apartamento. E, na certeza de que a neta se achava a caminho, Cláudio concordou em pintar as paredes, desde que a cor rosa fosse predominante. Mais tarde, ao deitar-se, Cláudio refletiu no leito so­bre a imprevista situação, prevendo que seria compelido doravante a novos encargos. A carta de Nemésio e a rudeza com que lhe havia cer­rado a porta não lhe deixavam margem a dúvidas. Por isso, orou, implo­rando recursos aos Espíritos amigos, para que não fraquejasse nem ti­vesse qualquer propósito de revide. Admitia-se em duro teste. Sem dúvida, prejudicara Nemésio em outras existências e agora devia pagar. Aquele homem castigara-o na alma e na carne, transformara-se em cobra­dor do destino. Era preciso, pois, aceitar o desafio com humildade. No dia seguinte, com a desculpa de obter pão mais fresco, desceu à porta­ria do prédio e recolheu nova carta de Nemésio endereçada a Marina. (Cap. XII, pp. 314 e 315)

150. Nemésio confessa-se falido - A carta era uma coleção de reca­dos, em que se misturavam declarações e libelos. Nemésio alegava difi­culdades. Dizia precisar dela para recompor as finanças. Restaurar-se-ia em reduzido tempo, se o atendesse. Apesar dos prejuízos que experi­mentara, era ainda suficientemente abastado para fazê-la feliz. Reclamava resposta. Ameaçava. Cláudio queimou o documento, mas a ocorrência se repetiu diariamente por dois meses. As cartas chegavam pontualmente e cada uma era mais inconveniente que a outra. Por vezes, relatava suas andanças pelo Flamengo, tentando revê-la. Noutras, depois de fra­ses melífluas, exigia pronunciamentos descabidos, sob pena de estourar o crânio, deixando queixa à Polícia contra ela, no intuito de arruiná-la. Em bilhetes comprometedores, proibia-lhe dar filhos a Gilberto. Preferia matá-la ou matar-se a receber netos do lar que haviam for­mado. Dia a dia, porém, Nemésio ficava mais contraditório e menos lú­cido. Cláudio percebeu que o pai de Gilberto se afundava sempre mais, em loucura e obsessão, sem que lhe fosse facultado assumir qualquer providência. Cumpria-lhe tudo amargar, sem dividir com pessoa alguma a dor que o espicaçava. No último exame médico, o facultativo indicou à filha ligeiros exercícios físicos. Nenhuma ginástica. Algo suave. Bas­tariam marchas diminutas a pé. Que ela realizasse à noitinha curto passeio até à praia, em esforço diário, enquanto fosse possível. Nada mais que isso. Marina obedeceu e, como era de esperar, Cláudio serviu-lhe de guarda-costas, tendo o coração repassado de inquietude, mas sem poder opor qualquer embargo à prescrição. Afinal, para a filha, aquela manifestação de Nemésio, pelo serviço postal, fora varrida do pensa­mento. Enlaçada ao pai, Marina efetuava breve percurso, para sentar-se junto dele, nunca por mais de meia hora, ao pé do mar. Seis dias se passaram, quando chegou de Nemésio uma carta diferente. A letra modi­ficada, configurando insultos, revelava superexcitação fronteira à demência. Informava a Marina tê-la visto na praia, em companhia de seu pai, e verificara que ela, afinal, se engravidara contra as ordens que lhe ditara anteriormente. Acreditava-se, então, o mais desmoralizado de todos os homens. Enojava-se da paixão que nutrira por ela. Confes­sava-se falido. Preferia morrer. Escasseava-lhe tudo. Acabara-se o dinheiro. Os amigos desertavam. Restava-lhe de seu apenas a casa, as­sim mesmo hipotecada. Plantaria uma bala na cabeça. E finalizava, alinhando obscenidades e informando estar assinando o nome pela última vez. Cláudio, assustado, leu e releu o documento e, antes de reduzi-lo a cinzas, insulou-se no quarto e orou por aquele homem que, pelo jeito, se afundava em pavoroso desespero. (Cap. XII, pp. 316 e 317) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita