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Crônicas e Artigos

Ano 7 - N° 310 - 5 de Maio de 2013

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil) 

 
 
 

Ganzá


Na minha juventude, na bela Jacarepaguá (RJ), dentre os meus amigos da rua, tinha o Daniel, que morava na esquina e era filho do famoso compositor “Zuzuca”, autor do célebre samba “Pega no ganzê, pega no ganzá”, popular por servir de base melódica para comemorações de torcidas de futebol, inclusive do famoso Barcelona, time espanhol.

No último carnaval, descansando na aprazível Pirenópolis-GO, assistia ao telejornal após o almoço quando vi o Zuzuca, aquele meu ilustre vizinho, concedendo uma entrevista e falando da imortalização de seu maior sucesso, passados mais de 40 anos. O já idoso compositor, com os olhos marejados, diante do microfone se disse espantado com o sucesso de sua composição, que era tão bela, que ele imaginava se era só dele mesmo, atribuindo a inspiração divina na construção de tal obra.

Sim, como concluiu o nosso Zuzuca, a questão da autoria na obra divina é sempre uma grandeza compartilhada. Não fazemos nada sozinhos! Contamos sempre com amigos do lado de cá e do lado de lá nas nossas criações e é aí que reside a beleza disso tudo. Como dizia um antigo dirigente de casa espírita, “todo trabalho é mediúnico”, o que nos leva a perceber que estamos em pleno intercâmbio com outras mentes em nossos trabalhos. Até Deus nos deu a dádiva de com ele sermos cocriadores, nas palavras de Emmanuel.

Essa constatação nos faz pensar na inutilidade de nos acharmos soberbos pelos méritos de nossas criações. Imersos no mundo espiritual, mesmo na solidão de nossos aposentos, recebemos dos Espíritos amigos a inspiração que nos impulsiona a criar coisas maravilhosas. Mais importante que a autoria, é o produto...

Difícil discutir isso em uma época de celebridades, de megaestrelas que são exaltadas pelos seus talentos e dotes. Criamos com a finalidade de presentear nosso mundo, com ferramentas que contribuam para o crescimento de todos. Não estou com isso desprezando o esforço dos autores, mas mostrando que existe muito mais do que o orgulho na criação de uma obra, e sim a relevância da própria obra em si.

Da mesma forma, em relação aos nossos companheiros encarnados, é sempre valoroso o trabalho em equipe, ouvir as opiniões e agregar as potencialidades de outros na construção da excelência de um trabalho. Isso tudo agrega valor, se bem coordenado e bem conduzido, na soma de varias potencialidades. Jesus montou uma equipe de apóstolos para a condução de sua obra!

A vida é um exercício de desapego. Contribuímos com trabalhos que recebemos em algum grau de adiantamento e nele colocamos a nossa sementinha. Aprendi isso na pesquisa científica, onde estudamos a partir de onde outro pesquisador parou, contribuindo para o veio do estudo daquele assunto, com muito suor e inspiração. Colaboramos também quando nos postamos de coração aberto e de boa vontade, com os amigos encarnados e desencarnados, atuando na seara divina tocando o instrumento que nos cabe nessa sinfonia.

Mas, o som só tem sentido quando ouvido! Nosso trabalho, nossas criações, valem pelo que são no mundo real, de que forma afetam a vida das pessoas.   Imortalizados ficamos pelo tijolo que colocamos no mundo, mas esse tijolo só tem sentido na parede. Assim, o que criamos de belo e bom só é relevante quando em uso, no tecido das relações com as pessoas, mudando e servindo de insumo para outras criações.

Essa visão não diminui a nossa criatividade. Faz-nos criativos por sabermos que nossas ideias, nosso esforço e nossa visão podem, com outras mentes, fazer coisas incríveis. Às vezes, como um narciso, nos pegamos admirando o que fizemos e esquecemo-nos da humildade do nosso personagem de abertura, de reconhecer que aquilo e nada que fazemos no mundo, fazemos sozinhos. A vida nos ensina a cooperar e a dividir sempre.  

Cada fruto do nosso esforço, no campo cultural, religioso, profissional, sensibiliza amigos encarnados e desencarnados que aderem a esta causa e colaboram com seu aprimoramento, fazendo mais e melhor. E o mundo recebe nossos frutos, que se traduzem em muitos frutos, como na parábola dos talentos.

Fica, pois, aqui a reflexão para todos que arregaçam as mangas para o trabalho, que nunca estamos sozinhos e isso, sem dúvida, é uma dádiva!



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita