WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 7 - N° 310 - 5 de Maio de 2013
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 


Painéis da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 10)

Damos continuidade ao estudo metódico e sequencial do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. No caso Valtércio houve também a prática do aborto delituoso. Que consequências danosas disso resultaram? 

O aborto não permitiu que Núbio (a entidade rejeitada) desfrutasse de uma existência que seria importante para a sua redenção e, como consequência, gerou um processo obsessivo de Núbio sobre Valtércio, inicialmente na forma de uma obsessão simples, seguida de subjugação mental e física, que abriu o campo orgânico do autor do aborto à instalação da tuberculose pulmonar que o levaria à morte. (Painéis da Obsessão, cap. 12, pp. 95 a 97.) 

B. O sofrimento que nos acomete na vida tem função punitiva?  

Não. “A função do sofrimento – segundo Dr. Arnaldo – não é punitiva, antes retificadora, educativa.” O sofrimento tem em vista despertar o homem para o exame de outros valores que ficaram à margem e necessitam de consideração. Tão logo funcionam seus objetivos, diluem-se as injunções penosas e o indivíduo marcha com segurança vivendo as experiências do bem e do amor. (Obra citada, cap. 13, pp. 101 e 102.) 

C. Por que o consumo das drogas é tão comum no meio artístico?  

Elas proliferam especialmente nas áreas das artes por encontrarem aí maior número de sonhadores, criaturas ingênuas e sensíveis que confiam nas promessas da mentira e se deixam conduzir docilmente por pessoas que são, em verdade, dilapidadores da consciência e do sentimento alheio. Enfrentando problemas a que não estão acostumados, procuram muitas vezes as soluções erradas das fugas rápidas pelas drogas e dos prazeres exaurintes pelo sexo sem amor. Era esse o caso de Maurício, que abandonara o lar para viver os próprios sonhos, conforme a utópica filosofia hippie daqueles dias, não se dando conta de que a vida são os sacrifícios e labores pela conquista da realização interior e não o anestesiar da consciência, que reduz o homem a um feixe de instintos, num impossível retorno às origens do primarismo que ficou no passado. (Obra citada, cap. 13, pp. 103 e 104.)

Texto para leitura 

44. Valtércio impede que seu filho nasça – Nos dois episódios, a identidade dos litigantes se fez óbvia: o cruzado renascido (Valtércio) voltava a esmagar o mouro reencarnado (Núbio, o obsessor), surgindo uma personagem feminina no intrincado da tragédia (Amanda). Durante a projeção ouviam-se os impropérios do obsessor, o choro convulsivo de Valtércio e os angustiantes lamentos de Amanda, presente ao encontro. Surgiu, então, novo cenário, com as mesmas personagens. Um rico negociante lusitano, na cidade do Rio de Janeiro, por ocasião da metade do século passado, é vilmente assassinado por um seu empregado de confiança e a esposa, que acicata o marido, para exigir que este informe o lugar onda guarda dinheiro e valores, não logrando, porém, seu objetivo, porque o esposo morre antes. Os algozes são agora Núbio e Amanda, num desforço de ódio, cujas causas ignoram, mas sentem ante o homem odiado (Valtércio). Novamente diluem-se as cenas, para darem curso novo aos acontecimentos. O ambiente é  pobreza, e vê-se Valtércio, moço, órfão, de constituição física débil, no entanto, com disposição de crescimento, desejoso de conquistar a vida, qual se estivesse comprometido com um programa de elevação interior e de bondade. Um ar nostálgico entristece-lhe a face pálida. Deve contar vinte e cinco anos. Tecelão de uma indústria de São Paulo, residindo na vila da própria Companhia a que serve, é o amparo da sua avó materna, que por ele se desvela e o induz à prática do bem e a vivência das virtudes cristãs. Subitamente aparece a moça por ele raptada no passado, em nova indumentária, que o fascina, embora esse sentimento não seja de imediato correspondido. Apesar disso, acedendo à sua insistência, Amanda resolve aceitá-lo, sem contudo o amar, a fim de evadir-se da situação penosa em que se encontra. Eles se casam e passam a viver em relativa felicidade. Quase dois anos depois, ela fica grávida, e essa notícia choca muito Valtércio, que se deixa possuir de estranho horror pela esposa e pelo bebê ainda em gestação, pois era Núbio que ali se encontrava. Valtércio induz a esposa a abortar, alegando dificuldades financeiras. Amanda recusa-se, mas ele a conduz a um exame com uma abortadeira que lhe faz uma curetagem, atingindo de modo proposital a placenta, advindo daí a morte do feto. Amanda, percebendo a cilada de que fora vítima, jura vingança e abandona o marido, entregando-se, no entanto, por sua revolta, a uma série de dissipações sexuais, que a levam a deplorável situação. Amargurado pelo remorso e pela solidão, visto que a avó desencarnara um ano antes, Valtércio deixa-se consumir pela rebeldia íntima, volvendo a receber o assédio mental de Núbio que, se houvesse encarnado, teria tido a oportunidade de redenção, mas agora, conduzindo-o inicialmente a uma obsessão simples, em seguida da subjugação mental e física, abriu-lhe o campo orgânico para que se instalasse, voluptuosa, a tuberculose pulmonar. (Cap. 12, pp. 95 a 97.) 

45. O objetivo da vida é a felicidade de todos – Encerrada a projeção, Amanda chorava, entremeando o pranto com exclamações lancinantes de arrependimento e mágoa. Valtércio tremia e soluçava, no desconforto moral e físico, sem revolta ou desespero, e Núbio arrogava-se créditos pelos sofrimentos sucessivos, na condição de vítima em contínuos tentames de refazimento da vida. Irmã Angélica, impondo silêncio no recinto com sua autoridade moral, explicou: “Aqui estamos para traçar roteiros para a felicidade futura. Da mesma forma que o passado é uma sombra carregada, ocultando desditas e impiedade, o futuro é poderosa luz a diluir todas as edificações da perversidade e da insânia que medram e se desenvolvem nos labirintos da ignorância e da ilusão”. A Benfeitora asseverou que todos os três eram vítimas de si próprios, sem haverem aproveitado a dor como geradora de bênçãos e o infortúnio como escoadouro de mazelas e imperfeições, mas soava agora para todos o clarim anunciador da paz e da libertação. Sob o estrugir de mil dores e quase vencido por Núbio, Valtércio encontrara em seu leito de dor o conforto da prece e a esperança de recuperação espiritual, graças a uma amiga dedicada que o visitava, derramando na sua noite íntima a luz da fé espírita. Ninguém desconhecia as sua defecções, mas não ignorava também a soberba e a impiedade do chefe mouro que ceifara a vida de muitos, sob a cegueira do fanatismo. Posteriormente, na bênção da servidão, cultivou o ódio ao adversário e, quando perdeu a filha, enlouquecendo, enfrentou o inimigo com a arma vã da imprudência, estourando de rancor; e tão logo pôde, na sucessão do tempo, assassinou o seu adversário com a mesma covardia que assinalava o outro. Onde o direito de pedir justiça? Por que pretender fazê-la com as próprias mãos? Amanda, a seu turno, vencida pela astúcia do marido, desforçou-se dele, arrojando-se na decomposição moral que mais agravou sua situação. “Quando ireis parar na corrida tresvairada a que vos entregais?”, perguntou Irmã Angélica. “Tende tanto; ouvi e meditai! O Senhor escutou as preces de arrependimento de Valtércio e se apieda de vós todos. É tempo de recomeçardes. A vida tem limite na sua extensão e o seu objetivo é a felicidade de todos que nela nos encontramos arrastados pelas correntes dos acontecimentos que desencadeamos através dos nossos pensamentos, palavras e ações... Valtércio é devedor e não fugirá à ação reparadora, que se desenvolverá segundo as Leis e não conforme a lei de Núbio, geradora de novas, futuras desgraças. Da mesma forma. Amanda e Núbio se encontram incursos em lamentáveis atentados à justiça a que serão chamados a recompor. Hoje serão traçados novos rumos sob as bênçãos da esperança e a oportunidade que o tempo vos descerrará. Confiai.” (Cap. 12, pp. 97 e 98.) 

46. Definido o programa reencarnatório dos três – O clima mental das três personagens modificou-se ante as considerações de Irmã Angélica. O diretor Héber valeu-se então da oportunidade para aclarar: “Serão tomadas providências, logo mais, para desimantar Valtércio da constrição de Núbio, rompendo-se a simbiose maléfica. Com esta providência, separar-se-ão os vínculos que o atam ao corpo agonizante”. Nesse instante, uma dama idosa, presente à reunião, levantou-se e se abraçou a Valtércio; era sua querida avó. Héber prosseguiu: “Com o desligamento de Núbio, que aqui ficará para tratamento, serão providenciados recursos para que se reencarne através de Amanda, que será recambiada de volta para cá, quando a adolescência der os seus primeiros sinais no filho querido. Nos futuros dias do tempo, volverão ao proscênio das lutas ela e Valtércio, como irmãos na consanguinidade, sobre a progênie de Núbio que lhes abrirá os braços, permitindo que o amor resolva o que o ódio complicou”. Valtércio pareceu assustado ante o prognóstico da desencarnação. Irmã Angélica, no entanto, consolou-o, afirmando: “O teu corpo é roupagem gasta em transformação. Já preencheu a finalidade para a qual foi gerado. Justo que liberte o Espírito que lhe sofre o comprometimento e o desgaste. A vida é imortal, conforme a vês aqui desenrolar-se. Estaremos juntos e a avozinha velará, como no passado, pela tua renovação e paz”. Amanda, tocada pelo que ouvira, pediu permissão para falar ao marido, a quem rogou perdão com sincero arrependimento. Abraçaram-se, então, com protestos de futura compreensão mútua e desejo real de purificação. Núbio permanecia arrogante, apesar de contido por Bernardo, vigilante, que passou a aplicar recursos espirituais e vigorosas energia nos centros de vida de Valtércio, o que produzia em ambos os Espíritos sensações mui especiais. Graças à terapia, Núbio adormeceu e foi conduzido ao interior do Núcleo espiritual. Irmã Angélica orou, encerrando a reunião, e o grupo se desfez, reconduzindo-se Valtércio e Amanda à esfera física. Pouco depois, no Sanatório, Valtércio entrou em agonia, verificando-se horas mais tarde a sua desencarnação, sob a proteção de Bernardo e Angélica. Carinhosamente recebido pela avó e em estado de sono inquieto, o Espírito de Valtércio foi reconduzido, então, ao Abrigo onde se alojaria sob a assistência do irmão Héber. (Cap. 12, pp. 99 e 100.) 

47. Abreviada a existência física de Valtércio – Pode parecer estranho que o atendimento a Valtércio haja culminado com sua desencarnação; contudo, lembra Manoel P. de Miranda, a vida verdadeira é a do Espírito, enquanto a da matéria se assinala pela transitoriedade, limite e finalidade de crescimento e evolução. É muito natural assim que, diante de uma permanência mais longa no corpo, com gravames e perigos que poderiam prejudicar o processo de elevação da criatura, seja esta recambiada ao lar espiritual, da mesma forma que, em se considerando os benefícios que a reencarnação propicia, mesmo sob dores e testemunhos mais severos, se esforcem os Mentores por dilatar o prazo de permanência, como se deu com Argos. Havia, porém, no caso de Valtércio uma dúvida que intrigava Philomeno. Seu retorno estava programado para ocorrer naquele dia? E que sucederia, se ele não houvesse orado, recebendo o auxílio que lhe foi dispensado? Dr. Arnaldo Lustoza elucidou o assunto. “Abreviado em alguns dias o seu estágio carnal –  respondeu o médico – em nada foi modificada a estrutura cármica do nosso amigo.” Evidentemente, suas energias suportariam um pouco mais o físico combalido, mas a mudança mental com honesto interesse de superação do sofrimento, a sua resignação ante a dor e o desejo de renovação credenciaram-no à libertação do corpo, tanto quanto do fator constringente que o martirizava. “A função do sofrimento – lembrou Dr. Arnaldo – não é punitiva, antes retificadora, educativa. Deve despertar o homem para o exame de outros valores que ficaram à margem e necessitam de consideração. Tão logo funcionam os seus objetivos, diluem-se as injunções penosas e o indivíduo marcha com segurança vivendo as experiências do bem e do amor.” No caso em tela, a obsessão produziu um fenômeno de expurgação do mal que se demorava no comportamento do enfermo, fato que propiciou ao obsessor sincronizar com as suas matrizes receptivas, cujo campo de sintonia foi desenvolvido quando ele preparou as condições para o abortamento do filho. Ressumavam ainda no seu íntimo as mesmas grosserias e primitivas paixões que, no passado, o levaram à delinquência. Depois, diante da reação de Amanda, a falta de estrutura moral para sofrer o acontecimento fê-lo mais aberto, mais  acessível à indução do adversário, pelo remoer da mágoa, o vitalizar da revolta e por aceitar as sugestões de autopunição pela fome e martírios que se impôs. Dr. Arnaldo lembrou ainda que a libertação de Valtércio, pela desencarnação, significou também a liberação de seu agressor, que poderia assim se preparar para recuperação de valores, sem o contínuo cair na alucinada cobrança, que mais o infelicitava. (Cap. 13, pp. 101 e 102.) 

48. Os problemas de Maurício – Dr. Arnaldo concluiu sua resposta à indagação de Philomeno asseverando que, caso não houvesse ocorrido a transformação de Valtércio, a pugna prosseguiria áspera, levando os contendores a mais dolorosa situação. Valtércio se demoraria um pouco, no entanto, sem qualquer benefício espiritual ou moral, quiçá em piora lamentável, que poderia levá-lo, mais tarde, ao desejo de desforra. “Temos que quebrar – asseverou o médico – o círculo de ferro em que se movimentam as criaturas, enleadas nos vícios e crimes, indo à Terra e  volvendo sem que conduzam proveito e paz nas experiências que se consideram malogradas.” Já que Valtércio se recusara à progenitura, Núbio voltaria ao Mundo, no mecanismo da reencarnação, para recebê-lo, mais tarde, na condição de filho. Mudavam-se as posições, mas permanecia o impositivo da vida. Encerrada a explicação em torno do caso Valtércio, Philomeno acompanhou Dr. Arnaldo em visita ao jovem Maurício. Eram 22h30. O rapaz residia no Rio de Janeiro e fazia parte de um grupo de músicos – cantores que cobiçavam a fama e a prosperidade, mas que, tendo de enfrentar um campo crivado de espinhos e assinalados pela corrupção, em pouco tempo começaram a resvalar pela rampa da composição moral. Desestruturados emocionalmente e sem maturidade, fizeram-se vítimas de traficantes de drogas e sexo que proliferam nos diversos grupos humanos, especialmente nas áreas das artes, por encontrarem aí maior número de sonhadores, criaturas ingênuas e sensíveis que confiam nas promessas da mentira e se deixam conduzir docilmente por essa fauna de dilapidadores da consciência e do sentimento alheio. Enfrentando problemas a que não estavam acostumados, procuraram as soluções erradas das fugas rápidas pelas drogas e dos prazeres exaurintes pelo sexo sem amor. Maurício, que, como os outros, abandonara o lar para viver os próprios sonhos, desejava cantar, sorrir e amar a vida, conforme a utópica filosofia hippie daqueles dias, não se dando conta de que a vida são os sacrifícios e labores pela conquista da realização interior e não o anestesiar da consciência, que reduz o homem a um feixe de instintos, num impossível retorno às origens do primarismo que ficou no passado. Além disso, o jovem era assaltado, periodicamente, por crises de melancolia, nas quais o lar e a família se lhe apresentavam nas recordações como algo distante e perdido, que sua incúria havia malbaratado. (Cap. 13, pp. 103 e 104.)  (Continua no próximo número.) 
 


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita