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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 310 - 5 de Maio de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 29)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Por que Nemésio expulsou o filho Gilberto de sua casa e da empresa da família?

O motivo foi ciúme de Marina, visto que Gilberto lhe declarou que por motivo nenhum deixaria de casar-se com a jovem. Nemésio o ouviu, ressentido, revoltado, porque a reconquista de Marina pelo filho significava para ele bancarrota moral insuportável. Ele nunca a amara tanto quanto naquela hora em que se lhe esvaíam as esperanças. Marina significava-lhe mocidade, euforia, entusiasmo. Por causa disso, agrediu o filho e o expulsou de casa, vociferando: "Rua, miserável!... Rua, rua!... Suma daqui! Não me apareça mais!..." Atônito, Gilberto dirigiu-se à casa de Cláudio, onde relatou aos amigos o doloroso episódio. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo XI, pp. 298 e 299.)

B. Agredido por Nemésio no banco onde trabalhava, Cláudio teve ímpeto de revidar, mas se conteve. Por que isso ocorreu?

Na hora em que ia revidar, Cláudio sentiu o reflexo de Marita. Aquela mão pequena e fria que se elevara da morte, a fim de abençoá-lo, estava na dele. A menina atropelada surgia-lhe na memória, como a perguntar-lhe pelos votos de melhoria. Prometera-lhe renovar-se, ser outro homem. Que diria ela, do Além, se ele também não perdoasse, como ela o fez, ao carrasco que lhe seduzira a filha e furtara a mulher? Cabia-lhe ver, nos inimigos gra­tuitos, enfermos exigindo socorro e benevolência. Não trazia, porventura, o espírito endividado, em meio de falhas e tentações? Cláudio afrouxou, então, o braço antes reteso e, escutando os sarcasmos de Nemésio que se retirava, truculento, deixou, sob os olhares de simpatia de todo o auditório, que caísse de seu rosto o pranto amargo. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp. 302 e 303.)

C. Marina e Gilberto acabaram casando-se?

Sim. O casamento dos jovens ocorreu no último dia do ano que se seguiu à desencarnação de Marita. A ventura do novo casal chegou até aos companheiros do "Almas Irmãs", onde pequena equipe de amigos se reuniu em prece pela segurança dos nubentes. Beatriz, mãe de Gilberto, participou do encontro, mas Marita não se fez presente. Félix explicou, então, que ela, prestes a regressar para as lides terrenas, demandava cautelas especiais. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp. 304 e 305.) 

Texto para leitura

141. Nemésio agride e expulsa o filho - Do Flamengo, André e Félix rumaram para a Lapa, onde encontraram Márcia recostada num divã, à espera de Nemésio. Félix, magnânimo como sempre, acercou-se dela e beijou-lhe a fronte, mostrando lágrimas. Parecia que o benfeitor que­ria lhe agradecer a inesperada abnegação em favor da filha. Do dia imediato em diante, azedou-se o intercâmbio entre pai e filho. Nemésio estava intrigado; o filho, arredio. Decorridas algumas semanas, ao in­teirar-se de que o rapaz e a menina haviam reatado as relações, o ne­gociante viajou com Márcia para o Sul, no intuito de situar o filho junto de antigos camaradas de juventude, residentes em Porto Alegre. O casal se deteve por lá várias semanas, trazendo, na volta, expressivo programa de serviço e de estudo que Gilberto recusou, cortês, desis­tindo das vantagens que lhe eram oferecidas. André assistiu ao diálogo entre pai e filho e viu a respeitosa ternura com que o jovem se diri­giu ao genitor, implorando-lhe auxílio. Queria permanecer no Rio e as­pirava ao casamento com Marina. Como desde cedo se acostumara a tra­balhar com o pai na imobiliária, aguardava-lhe agora a proteção. Nemé­sio o ouvia, ressentido, revoltado. A reconquista de Marina pelo filho significava para ele bancarrota moral insuportável. Nunca a amara tanto quanto naquela hora em que se lhe esvaíam as esperanças. Marina significava-lhe mocidade, euforia, entusiasmo. Em dado momento, vendo que Gilberto concluíra, ele vibrou rude golpe na mesa com uma régua pesada e, cego pela cólera que o envolvia, esbravejou: "Nunca!... Você nunca se casará com essa..." E multiplicou pejorativos e desaforos que o rapaz aguentou, estonteado e ferido, sem revidar. Mesmo assim, de­pois da tirada de injúrias, Gilberto comunicou-lhe que saberia tolerar todas as consequências, mas não renunciaria ao compromisso assumido consigo próprio. Nemésio, possesso, entregou-se às vias de fato, esmur­rando-lhe o rosto. Gilberto rodou nos calcanhares e tombou no piso, para reerguer-se e cair de novo sob pancadaria grossa, até que o genitor, semelhando fera solta, infligiu-lhe tremendo chute, vocife­rando:  "Rua, miserável!... Rua, rua!... Suma daqui! Não me apareça mais!..." Atônito, e tentando estancar com o lenço um filete de sangue que lhe escorria num dos cantos da boca, Gilberto dirigiu-se à casa de Cláudio, onde relatou aos amigos o doloroso episódio. Todos entenderam perfeitamente a gravidade da situação, mas Cláudio prometeu-lhe ajuda. (Cap. XI, pp. 298 e 299) 

142. Nemésio agride também o pai de Marina - Cláudio pediu ao rapaz que esquecesse os agravos e aceitasse no pai um enfermo da alma. Ma­rina também o exortou à concórdia e ao esquecimento e, após fazer o curativo nos lábios de Gilberto, procurou alegrar o ambiente com apon­tamentos de bom humor. Cláudio intercedeu junto ao diretor do banco, buscando a colocação do rapaz. O diretor informou que não se admitiam aspirantes ao serviço sem provas de habilitação, mas prometeu enten­der-se com os chefes. Gilberto agradeceu e, a sós com Cláudio, refe­riu-se com humildade ao problema da moradia, já que fora expulso de sua casa. Julgando não ser aconselhável hospedá-lo em seu apartamento, para evitar novo ataque de fúria por parte de Nemésio, Cláudio suge­riu-lhe procurar conhecida pensão de estudantes, cujos pagamentos fi­cariam, inicialmente, a seu cargo. Acertada a hospedagem, Gilberto buscou em casa os pertences que julgou indispensáveis, dizendo à go­vernanta que se ausentaria por algum tempo, com o pai de Marina, a fim de tentar a sorte. O aviso surtiu efeitos imediatos. No dia seguinte, Nemésio entrou no banco, às duas da tarde, a esbaforir-se. O diálogo com Cláudio foi tenso. Nemésio começou dizendo que lhe exigia contas do filho, acentuando que não lhe permitiria influenciá-lo. Cláudio, mobilizando todas as reservas de humildade, informou-o de que o rapaz tão-somente o tratava por amigo, sem, no entanto, abdicar do livre-ar­bítrio, e que não se via autorizado a responder por ele... Nemésio in­terceptou-lhe a palavra e rugiu: "Cale-se, besta!... joão-ninguém! paspalhão! Tome lá, seu espírita de meia-tigela!...", e bateu seguida­mente no rosto de Cláudio, arremessando-lhe pescoções violentos, en­quanto a vítima procurava defender-se, debalde, escondendo a cabeça entre as mãos. (Cap. XI, pp. 300 a 302) 

143. Gilberto é admitido no banco - A agressão fora rápida. Cláudio caiu e somente a cooperação de intercessores anônimos impediu que o agressor lhe pisasse o corpo em decúbito. Contido à força, este ber­rava insultos, assessorado por Espíritos infelizes. O bancário ergueu-se disposto a revidar. Num átimo, contudo, ao levantar a destra para o revide,  sentiu o reflexo de Marita. Aquela mão pequena e fria que se elevara da morte, a fim de abençoá-lo, estava na dele. A menina atro­pelada surgia-lhe na memória, como a perguntar-lhe pelos votos de me­lhoria. Prometera-lhe renovar-se, ser outro homem. Que diria ela, do Além, se ele também não perdoasse, como ela o fez, ao carrasco que lhe seduzira a filha e furtara a mulher? Cabia-lhe ver, nos inimigos gra­tuitos, enfermos exigindo socorro e benevolência. Não trazia, porven­tura, o espírito endividado, em meio de falhas e tentações? Cláudio afrouxou, então, o braço antes reteso e, escutando os sarcasmos de Nemésio que se retirava, truculento, deixou, sob os olhares de simpatia de todo o auditório, que caísse de seu rosto o pranto amargo. O ge­rente do estabelecimento assomou à cena, quando Nemésio já ganhava o meio-fio, e indagou pela causa do tumulto. Um funcionário, emocionado, apontou para o colega, falou no espancamento e aduziu: "Decerto, não reagiu porque ele hoje é religioso, é espírita..." O chefe comoveu-se. Depois, abraçando Cláudio, conduziu-o a saleta distante, onde ouviu do subordinado a história da filha e de Gilberto, que lhe fora apresen­tado na véspera. Como resultado, Gilberto foi admitido, de imediato, no serviço. Na reta final para o casamento, o genro conseguiu empre­gar-se, estimado de todos. (Cap. XI, pp. 302 e 303) 

144. Marina e Gilberto se casam - Nemésio, acabrunhado e desgos­toso, convidou Márcia para uma excursão de seis meses em países da Eu­ropa. Declarando-se infelicitado pelo destino, anelava mudança, refa­zimento. Márcia, que jamais mantivera contato com a família, desde Pe­trópolis, comunicou a viagem a Marina, através de um cartão. Dizia-se esperançosa, encantada, e aludia a Nemésio como seu futuro esposo, prometendo enviar notícias de cada cidade que visitassem. A ausência do par trouxe para todos no Flamengo um período de paz e alegria. Mo­reira resguardava Marina com fidelidade incondicional e André aprovei­tou esse período de relativa calma para retomar estudos e experiências junto de Félix. O casamento de Gilberto e Marina aconteceu no último dia do ano que se seguiu à desencarnação de Marita. A ventura do novo casal chegou até aos companheiros do "Almas Irmãs", onde pequena equipe de amigos se reuniu em prece pela segurança dos nubentes. Bea­triz participou do encontro, mas Marita não se fez presente. Félix ex­plicou, então, que ela, prestes a regressar para as lides terrenas, demandava cautelas especiais. O processo regenerador do conjunto No­gueira-Torres havia sido remodelado. Já que Marita não lograra despo­sar Gilberto, por influência da irmã, voltaria a viver entre os dois, na condição de filha. Indiscutivelmente, não se tratava de reencarna­ção organizada a rigor e nem compulsória, por motivos judiciais. Cons­tituía, no entanto, medida de caráter premente que ela seria impelida a aceitar, em favor de si mesma. Para esse fim, Marita reveria o Rio, oportunamente, pela primeira vez, depois de quase onze meses de inter­nação em parque de repouso. Era preciso, no entanto, que nessa visita ao Rio encontrasse Gilberto a sós, ignorando-lhe o matrimônio, por­quanto os ressentimentos hauridos da convivência com Marina ainda lhe doíam na memória. E, sabendo-se que ambas se reencontrariam mais tarde, por mãe e filha, em conflito vibratório, visando ao expurgo dos erros e aversões recíprocas que traziam de remoto passado, era de todo indispensável que a reencarnante dormisse para o renascimento físico, sob a impressão de euforia perfeita. (Cap. XI, pp. 304 e 305) 

145. Marita revê Gilberto e seu pai - Chegou, enfim, o dia da vi­sita de Marita ao Rio de Janeiro. A hora e o local foram planejados com cuidado. Marita desceu com Félix sobre a Guanabara feérica. De longe, os contrastes de luz, entre o morro do Leme e o casario da Urca, a praia de Botafogo, a Avenida Beira Mar. Tocando o chão do Flamengo, a moça multiplicava interjeições de alegria, revendo a ci­dade que lhe senhoreava a ternura. Parados, diante das águas remanso­sas, André foi informado pelos batedores amigos de que Gilberto des­cera de carro particular em esquina adjacente. Conduzida, sem delonga, ao ponto indicado, Marita o identificou e, embriagada de ventura, cha­mou, ansiosa: "Gilberto!... Gilberto!..." O rapaz não ouviu a sua voz; no entanto, assinalou-lhe a presença em forma de lembrança. Recordando a antiga namorada, tomou direção oposta à que seguiria, parando, além, a fim de refletir e contemplar a baía prateada de lua. Sim, ali, naquelas areias, jurara-lhe amor eterno, planeara o futuro... "Meu Deus! –  pensou Gilberto – como a vida mudara!..." Enlaçado pela jovem de­sencarnada, desentranhava-lhe a imagem do pensamento, enxugando os olhos. Félix apartou-a, então, brandamente, e perguntou-lhe o que mais desejava. Marita respondeu: "Viver com ele e para ele!..." O ben­feitor dirigiu-se, pois, a ela de modo paternal, ponderando a conve­niência de tornarem ao domicílio, pois se empenharia por assegurar-lhe o regresso. Que se acalmasse. Retomaria a convivência e a dedicação de Gilberto. Não aconselhava, porém, se lhe dilatasse o arrebatamento, nocivo a ambos, mesmo porque, muito em breve, estariam juntos. A me­nina obedeceu e inquiriu se poderia rever Cláudio, acentuando que o pai lhe fora o derradeiro amigo, nas angústias do adeus. Em instan­tes, chegaram ao apartamento, acolhidos à entrada por Moreira, que reconheceu Marita, sob forte emoção, mas eclipsou-se a um aceno de Fé­lix. Atormentada, tremente, a moça, assistida por Félix e André, penetrou no aposento paterno e – com surpresa – viu Cláudio, em espí­rito, rente ao corpo que dormia, como a lhe aguardar a visita, pois ele, sob forte emoção,   estendeu-lhe os braços e gritou:  "Minha filha!... minha filha!..." (Cap. XI, pp. 306 a 308) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita