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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 309 - 28 de Abril de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 28)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Qual era, de fato, o interesse de Márcia por Nemésio Torres?  

Márcia sabia que Nemésio ainda tinha Marina fixada à sua lembrança, mas, em vez de reclamar, decidiu tolerar esse fato, porque entendia perfeitamente que não se achava pessoalmente num caso de amor e sim numa transação, cujas vantagens não queria perder. No fundo, pois, pouco lhe importava que Nemésio adorasse a moça, porque, em verdade, aspirava a prendê-lo, ganhar-lhe a fortuna e a confiança. Em face disso, engenhava todos os modos de se fazer necessária. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo XI, pp. 288 a 290.)

B. É verdade que, de volta ao lar, Marina se transformou?

Sim. O pai cercou-a de meiguice e bondade e falou-lhe sobre sua conversão ao Espiritismo. Os textos espíritas, lidos por vezes com lágrimas, infundiam na jovem a consoladora certeza nas verdades e nas promessas do Cristo, que passara a aceitar por mestre da alma. Acolheu a amizade de Salomão, qual se lhe fosse filha, e inscreveu-se entre aqueles que constituíam agora para Cláudio a família espiritual. Além disso, interessou-se por singelo serviço beneficente, mantido em favor de pequeninos desamparados, e quando o pai a convidou para que se afeiçoassem ao culto semanal do Evangelho no lar, recolheu com entusiasmo a sugestão. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp. 290 e 291.) 

C. O mal não merece qualquer consideração. Que é que André Luiz quis dizer com essa frase?

A frase foi dita a Moreira, o ex-obsessor de Marina que agora assumira apaixonadamente a defesa da jovem. Moreira, revoltado com as atitudes de Márcia e Nemésio, perdera a calma e disse para André, em voz alta, que sentia muita dificuldade para assistir a tudo aquilo sem reunir os companheiros de outro tempo a fim de punir Nemésio. Apreensivo, André rogou-lhe que se calasse por amor ao bem que se propunham realizar. Moreira assustou-se com a recomendação incisiva de André e este explicou que, nas imediações, irmãos infelizes, com certeza, teriam ouvido a intenção que ele formulara e quantos simpatizassem com a ideia procurariam a residência dos Torres, sondando brechas. O mal não merece qualquer consideração além daquela que se reporte à corrigenda. Se ainda não conseguimos impedir-lhe o acesso ao coração, na forma de sentimento, é forçoso não pensar nele; contudo, se não contamos com recursos para arredá-lo imediatamente da cabeça, é imperioso evitá-lo na palavra, para que a ideia infeliz, articulada, não se faça agente vivo de destruição, agindo por nossa conta e independentemente de nós. Os fatos posteriores comprovaram que André tinha inteira razão ao fazer essa advertência. (Obra citada, 2ª parte, capítulo XI, pp. 292 e 293.) 

Texto para leitura 

136. Márcia retorna ao Rio - De retorno à casa de saúde, André en­controu Marina dormindo, agitada, sob as atenções de Moreira. Entre os bastidores da luta em favor da enferma, empenhavam-se Moreira e André, enquanto Cláudio e Salomão entrelaçavam energias, garantindo coopera­ção. O apoio espiritual, conjugado à Medicina, funcionava com segu­rança. Mesmo assim, complicavam-se os problemas em derredor. Nemésio e Márcia, após cinco semanas na serra, retornaram ao Rio, algo modifica­dos pela aventura. Ela interessada em ligação definitiva; ele, hesi­tante. Instado a patrocinar-lhe o desquite, recuara, de pronto. Tinha medo, não da sociedade, mas de si próprio. Aquele mês de folga, nos braços da mulher que não esperava, insuflara-lhe inquietação. Sua pai­xão por Marina não arrefecera e, por isso, estando com Márcia, acor­dava, alta noite, supondo-se com Marina, sonhando reencontrá-la, qual se estivessem os dois na meninice. Márcia, que sabia tolerá-lo, reco­nhecia o obstáculo. Percebia que Nemésio trazia a jovem fixada à lem­brança. De começo, quis estrilar; depois, calculou e concluiu que não se achava pessoalmente num caso de amor e sim numa transação, cujas vantagens não queria perder. No fundo, pouco lhe importava que ele adorasse a moça. Aspirava a prendê-lo, ganhar-lhe a fortuna e a confiança. Para isso, engenhava todos os modos de se fazer necessária. Ordens atendidas, refeições prediletas, gotas estimulantes na hora certa, chinelas à mão... Solicitado por ela a optar pelo casamento em país que aprovasse o divórcio, Nemésio prometeu satisfazê-la; entre­tanto, de volta ao Rio, preferiu mantê-la em casa de Selma, a compa­nheira que residia na Lapa, por causa de Gilberto. Era preciso, pri­meiro, remover o rapaz para o Sul. Gilberto, por sua vez, estava aba­tido, sem guia, sem bússola, sem o menor incentivo para o trabalho, e esbanjava o dinheiro paterno em farras e uísque. Muita vez, embria­gado, falava em suicídio. Sentia-se derrotado, infeliz. Aqui e ali, ouvia apontamentos desairosos em torno do pai e de Márcia, mas repelia tais ideias, que considerava invencionice e maledicência. Para de­fendê-los, esbravejava frenético, quase sempre bêbado e atuado por al­coólatras desencarnados, que o manobravam facilmente. (2a parte, cap. XI, pp. 288 a 290) 

137. Gilberto revê Marina - Félix estava apoiando, de forma deci­dida, o atendimento a Marina e, por isso, após dois meses de trata­mento, a jovem teve alta e regressou ao Flamengo, resguardada pelo ca­rinho paterno, ocasião em que se inteirou da nova situação. Márcia de­bandara e os empeços com que devia contar, para reerguer-se na profis­são, eram difíceis. O pai cercou-a de meiguice e bondade. Os textos espíritas, lidos por vezes com lágrimas, infundiam-lhe a consoladora certeza nas verdades e nas promessas do Cristo, que passara a aceitar por mestre da alma. Acolheu a amizade de Salomão, qual se lhe fosse filha, e inscreveu-se entre aqueles que constituíam agora para Cláudio a família espiritual. Interessou-se por singelo serviço beneficente, mantido em favor de pequeninos desamparados, e quando o pai a convidou para que se afeiçoassem ao culto semanal do Evangelho no lar, recolheu com entusiasmo a sugestão, rogando-lhe instalassem dona Justa, viúva e sozinha, junto deles em casa. Conversações e leituras, tarefas e pla­nos surgiam por flores auspiciosas que Félix, de quando em quando, vinha ver, encantado, partilhando-lhes os júbilos e as orações. Pai e filha empenhavam-se no propósito de olvidar Márcia e Nemésio Torres, mas a situação de Gilberto, que  se afundava cada vez mais, pedia ajuda. Se Cláudio e Marina não pudessem protegê-lo, pelo menos lhe providenciassem a hospitalização. Notando que a filha ainda amava o rapaz, o pai decidiu ajudá-lo e, após estudar bem o caso, encontrou Gilberto numa churrascaria do Leme, onde partilharam lanche rápido, após o que Cláudio o convidou para jantar no dia seguinte. Haviam-se passado seis meses desde a transformação de Cláudio. Gilberto compare­ceu na hora prevista e o encontro foi reconfortador para todos. (2a parte, cap. XI, pp. 290 e 291) 

138. O mal não merece comentário - Gilberto imaginou-se, de re­pente, de retorno ao antigo lar; refletiu na mãezinha que a morte le­vara, e chorou... Comovido, diante daquela explosão de lágrimas, Cláu­dio acariciou-lhe a cabeça e perguntou por que lhes abandonara a ami­zade. O rapaz desabafou, noticiando que o genitor o chamara a contas e lhe denunciara tudo quanto Marina e ele, Nemésio, haviam feito, suas intimidades, seus encontros, mostrando-lhe, assim, que a moça não ser­via para casar e constrangendo-o a dizer que desistiria de futura li­gação com ela, por sabê-la doente. Marina, acabrunhada, não confir­mou nem se defendeu; restringiu-se a chorar discretamente, enquanto Cláudio se esforçava por harmonizar os dois corações desavindos. Mo­reira, que assumira apaixonadamente a defesa da menina, perdeu a calma e clamou para André, em voz alta, que, apesar de possuir seis meses de Evangelho, sentia muita dificuldade para assistir a tudo aquilo sem reunir os companheiros de outro tempo a fim de punir Nemésio. Apreensivo, André rogou-lhe que se calasse por amor ao bem que se propunham realizar. Moreira assustou-se com a recomendação incisiva de André, que lhe explicou que, nas imediações, irmãos infelizes, com certeza, teriam ouvido a intenção que ele formulara e quantos simpatizassem com a ideia procurariam a residência dos Torres, sondando brechas. André disse-lhe que o mal não merece qualquer consideração além daquela que se reporte à corrigenda. Se ainda não conseguimos impedir-lhe o acesso ao coração, na forma de sentimento, é forçoso não pensar nele; con­tudo, se não contamos com recursos para arredá-lo imediatamente da ca­beça, é imperioso evitá-lo na palavra, para que a ideia infeliz, arti­culada, não se faça agente vivo de destruição, agindo por nossa conta e independentemente de nós. André salientou que o ambiente ali jazia limpo de influências indesejáveis; no entanto, ele, Moreira, falara abertamente e companheiros não distantes, interessados em seu regresso à crueldade mental, teriam assinalado a sugestão. Vendo que errou, Moreira perguntou o que fazer. André esclareceu. Habitavam ambos o plano espiritual, onde pensamento e verbo adquirem muito mais força de expressão e de ação que no plano físico, e não lhes restava outra al­ternativa senão seguir ao lado de Gilberto, de maneira a observar até que ponto se alargara o perigo, a fim de remediá-lo. O rapaz retornou a seu lar, de carro, e André e Moreira seguiram a seu lado.  Ao che­gar, Gilberto lembrava Marina modificada. Os cabelos penteados com singeleza, o rosto tratado sem excessos, os modos e as frases sensa­tas.  (Cap. XI, pp. 292 e 293) 

139. Gilberto encontra Márcia e seu pai - Gilberto tomou, instin­tivamente, a direção do quarto que Marina ocupara em sua casa e onde a vira, desfalecente. Queria recordar, refletir. Lá dentro, porém, logo que abriu a porta, viu, assombrado, que Nemésio e Márcia se bei­javam e, em torno deles, sobressaía, para a visão de André e Moreira, a chusma de amigos conturbados para cujos serviços Moreira apelara, inconscientemente. O pai não viu o filho, porque estava de costas, mas Márcia, qual acontecera a Marina, observou a chegada de Gilberto e o espanto que lhe terrificara a fisionomia. Gilberto afastou-se, con­fuso e angustiado. O ídolo paternal ruíra de chofre. Teria realmente o pai razões para separá-lo de Marina? Moreira, arrependido pelo que fi­zera, avançou para a quadrilha invisível e André interferiu, rogando serenidade a todos. Era preciso acatar Nemésio e a companheira. Ninguém tinha ali o direito de escarnecê-los, escarmentá-los. O bando re­tirou-se. Márcia, pretextando um motivo qualquer, afastou-se de Tor­res, auxiliando-o a deitar-se no leito próximo, de onde ele se levan­tara para recebê-la. No corredor, ela não sabia como proceder para contornar a dificuldade. Embora interesseira, era mãe e pensava na filha. Seria justo nada fazer para reaproximá-la do rapaz? Não seria desmoralizar-se, de todo, permitindo que Gilberto a interpretasse por mulher sem escrúpulos? Moreira aproveitou esses minutos de reconside­ração e enlaçou-a, respeitoso, pedindo-lhe piedade e apoio em favor da filha e de Gilberto. Buscasse o rapaz, enquanto usufruía oportunidade, conversasse com ele, apaziguasse os jovens. André também se aproximou, suplicando-lhe a intercessão. Ela podia ajudar. Por que não praticar um ato de justiça e caridade para com a filha enferma, encaminhando aquele menino entregue à decadência moral ao matrimônio digno? Márcia rememorou o passado e chorou. Naquele instante, o sentimento pulsava-lhe puro, como na noite em que defendeu Marita em casa de Crescina. (Cap. XI, pp. 294 a 296) 

140. Gilberto reata com Marina - Márcia não titubeou. Dirigindo-se ao aposento de Gilberto, entrou sem qualquer cerimônia, como uma mãe que assiste o filho, sentou-se na beira da cama em que ele se encon­trava amuado, e falou-lhe, lacrimosa. A princípio, rogou-lhe descul­pas; depois, pediu-lhe permissão para confessar que ela e Nemésio se amavam há tempos; e, num rasgo de generosidade que a elevava, mentiu pela felicidade da filha. Explicou que nada mais tendo com Cláudio, antes do falecimento de dona Beatriz, se tornara íntima de Nemésio. Informou que errara ao consentir que Marina se tornasse enfermeira de Beatriz, porquanto, desde aí, possuía razões para supor que o velho lhe cobiçava a filha. Reconhecendo-o interessado nela, enciumara-se. Venerava, porém, a grandeza espiritual de Beatriz, a quem estimava de longe, e tivera forças para aguardar-lhe a morte, antes de assumir qualquer atitude. Foi por isso que, após o falecimento de Beatriz, re­solveu abandonar sua casa e acompanhar Nemésio a Petrópolis. Feito esse relato, ela pediu-lhe que lhe perdoasse como um filho, cujo apreço se esmeraria em conservar. Não mais retornaria ao Flamengo e seu destino estaria ligado ao de Nemésio, enquanto este assim qui­sesse. Mesmo assim, era mãe e rogava-lhe por Marina. Se a amasse, que não fosse indiferente num momento como aquele em que se refazia de dura perturbação. Que a protegesse, fazendo pela menina o que ela, Márcia, não mais conseguiria. André pôde ver sensibilizado os pro­dígios da compreensão e da bondade num coração juvenil. Olhos chamejantes de júbilo, Gilberto ergueu-se e ajoelhou-se diante daquela mu­lher que lhe sossegava o espírito, com a versão caridosa de que neces­sitava para reconstituir o caminho. Em lágrimas de alegria, osculou-lhe as mãos e agradeceu-lhe em palavras quentes de carinho filial. En­tendia, sim, que o pai teria obedecido a sugestões de despeito, para apartá-lo da escolhida. Procuraria Marina, prometia olvidar o passado, de modo a não ferir a dignidade maternal com que ela, Márcia, lhe pa­tenteara a nobreza de sentimentos. Contou então que estivera naquele mesmo dia com a jovem e notara-lhe a sinceridade e a tristeza. Fora rude com ela, espezinhara-lhe o coração, mas voaria naquela mesma hora para o Flamengo e fariam as pazes. O encontro de Gilberto e Marina foi um momento de muita felicidade para todos, e Félix, cientificado dos acontecimentos, veio, na noite seguinte, compartilhar-lhes as orações de alegria. (Cap. XI, pp. 296 e 297) (Continua no próximo número.)



 


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