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Estudando a série André Luiz
Ano 7 - N° 308 - 21 de Abril de 2013
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Sexo e Destino

André Luiz

(Parte 27)

Damos continuidade ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares 

A. Qual a finalidade da “Casa da Providência”, localizada no centro do instituto “Almas Irmãs”?

A "Casa da Providência" é o local do instituto onde os juízes atendem aos petitórios formulados pelos integrantes da comunidade, com respeito aos irmãos reencarnados na esfera física. Ali, somente se organizam processos de auxílio e corrigenda relacionados aos companheiros destinados à reencarnação e aos que já se achem reencarnados, espiritualmente ligados aos interesses do instituto. Renascimentos, berços torturados, acidentes da infância, delitos da juventude, dramas passionais, lares periclitantes, divórcios, deserções afetivas, certas modalidades de suicídios, tanto quanto moléstias e obsessões resultantes de abusos sexuais e uma infinidade de temas conexos, são ali examinados, segundo as rogativas e as queixas entregues aos pronunciamentos da justiça. (Sexo e Destino, 2ª parte, capítulo X, pp. 279 e 280.)

B. É verdade que é ínfimo o número dos Espíritos que regressam absolutamente irrepreensíveis da existência terrestre?

Sim. Segundo o juiz Amantino, em quase 80 anos consecutivos, a média de irrepreensibilidade não excedia de 5 em 1.000 pessoas, não obstante surgirem fichas honrosas de muitos que atingiam mais de 90% na matéria de distinção absoluta, o que, no instituto, representa elevado grau de mérito. (Obra citada, 2ª parte, capítulo X, pp. 281 e 282.)

C. Como a questão do divórcio é tratada pelos juízes do instituto “Almas Irmãs”?

De acordo com o juiz Amantino, os matrimônios terrestres, entre as pessoas de evolução respeitável, se efetuam na base dos programas de trabalho previamente estabelecidos; por isso, o divórcio é dificultado nas esferas superiores, por todos os meios lícitos, excetuados os casos em que ele seja o mal menor. O responsável pela ruptura da confiança e da estabilidade da união conjugal passa à condição de julgado; a vítima é induzida à generosidade e à benevolência, através dos recursos que a Espiritualidade Superior possa veicular, para que não se frustrem planos de serviço. Assim, alcançam a Pátria Espiritual, na condição de enobrecidos filhos de Deus, as grandes mulheres e os grandes homens, quando suportam sem queixa as infidelidades e as violências do parceiro, por amor às tarefas que os desígnios do Senhor lhes colocaram nos corações e nas mãos, seja no amparo moral à família consanguínea ou na sustentação das boas obras. (Obra citada, 2ª parte, capítulo X, pp. 281 e 282.)

Texto para leitura

131. Beatriz aparece remoçada - Em aposento próximo, Beatriz era assistida por Sara e Priscila. A esposa de Nemésio remoçara e mostrava nos olhos o clarão juvenil da criatura que retomava aspirações há muito esmaecidas. Declarando-se encantada e agradecida a seus hospe­deiros, Beatriz não suspeitava das atenções que Félix lhe dedicara an­tes da desencarnação. A conversa em seu quarto desenvolveu-se em clima de ternura recíproca, mas Félix se empenhava em distraí-la, desentra­nhando-lhe o pensamento do antigo lar. A certa altura, ela disse a Ne­ves não ter tido, ainda, notícias de sua mãezinha que a precedera no mundo espiritual e rogou para que os amigos a favorecessem com uma vi­sita, na primeira oportunidade, à casa que deixara na Terra. Beatriz declarou, então, com humildade e grandeza de alma, ter sido no mundo imensamente feliz, pois vivera ao lado de um esposo que, na apreciação dela, era um dos companheiros mais leais do mundo e pai do melhor dos filhos. Neves confortou-a e prometeu ajudar. Em seguida, estando a sós com Félix, André colocou-o a par dos últimos acontecimentos em casa de Cláudio Nogueira e pediu-lhe permissão para continuar a assistir o pai e sua filha. O benfeitor ouviu-o, preocupado, e deduziu que as difi­culdades de Cláudio e Marina atingiam o clímax. Era necessário, pois, apoiá-los, socorrê-los, sendo impossível, àquela altura do caso, ali­nhar previsões. Félix falava sereno, mas era fácil verificar-lhe o su­plício oculto. Mesmo assim, o benfeitor articulou planos e sugeriu providências. Moreira mostrara-se um cooperador diligente, mas era muito complexo o trabalho de manter a doente livre dos vampirizadores, cujo número aumentava com as atitudes inesperadas de Márcia, estimu­lando Nemésio a uma aventura que raiava pela demência. André deveria, pois, juntar-se ao ex-vampirizador de Cláudio na proteção a Marina, prosseguindo a ajuda a seu pai e, quanto possível, à Márcia e aos Tor­res. (Cap. IX e X, pp. 276 a 278) 

132. A Casa da Providência - No dia seguinte, antes de retornar à Crosta, André foi conduzido pelo irmão Félix a pequeno palácio, loca­lizado no centro da instituição, chamado "Casa da Providência". Tra­tava-se de curioso foro do "Almas Irmãs", onde dois juízes atendiam aos petitórios formulados pelos integrantes da comunidade, com res­peito aos irmãos reencarnados na esfera física. Ali, segundo explicou Félix, somente se organizam processos de auxílio e corrigenda, rela­cionados aos companheiros destinados à reencarnação e aos que já se achem reencarnados, espiritualmente ligados aos interesses do insti­tuto. Renascimentos, berços torturados, acidentes da infância, delitos da juventude, dramas passionais, lares periclitantes, divórcios, de­serções afetivas, certas modalidades de suicídios, tanto quanto molés­tias e obsessões resultantes de abusos sexuais e uma infinidade de te­mas conexos, são ali examinados, segundo as rogativas e as queixas entregues aos pronunciamentos da justiça. A Casa da Providência apenas delibera em definitivo nos problemas que se limitem ao "Almas Irmãs"; contudo, os casos, em sua maioria, revelam derivações para outros se­tores. Nessa hipótese, as questões são aí discutidas, seguindo depois para instâncias superiores. Ainda assim, os dois magistrados e Félix, obrigado pela força do cargo a estudar e informar todas as peças, não decidem só por si. Um conselho formado por dez orientadores, seis com­panheiros e quatro irmãs, com méritos suficientes perante a Governado­ria da cidade, opina, por meio de assembleias semanais, em todas as re­comendações e diligências, aprovando-as ou contrariando-as, para que as decisões não se comprometam em arbitrariedades. Félix acentuou, por fim, que mais da metade dos autos tramitam na direção das autoridades dos Ministérios da Regeneração e do Auxílio, que, aliás, primam pela rapidez nos despachos e provimentos. No corpo do edifício, André e Fé­lix seguiram no rumo do gabinete central, onde o benfeitor o apresen­tou ao juiz Amantino, que estava em serviço, acompanhado de cinco auxiliares. (2a parte, cap. X, pp. 279 e 280) 

133. Como o divórcio é tratado - O diálogo com o juiz Amantino foi muito interessante. André perguntou-lhe, de início, qual a percentagem dos companheiros que regressam absolutamente irrepreensíveis da exis­tência terrestre. Amantino informou que, em quase 80 anos consecuti­vos, a média de irrepreensibilidade não excedia de 5 em mil, não obs­tante surgirem fichas honrosas de muitos que atingiam mais de 90% na matéria de distinção absoluta, o que, no instituto, representa elevado grau de mérito. O juiz esclareceu que, apesar da equidade nos julga­mentos, prevalecia ali o rigor no registro de todas as culpas e de­fecções dos reencarnados, para que não se afrouxe a disciplina. Os li­mites da tolerância na Espiritualidade Superior são, contudo, mais am­plos, porque os árbitros e mentores não se valem apenas dos textos, mas também dos princípios de compreensão humana que lhes palpitam nas consciências, cientes das dificuldades que as criaturas enfrentam para se conduzirem em medidas de correção integral, no dédalo dos próprios sentimentos. Indagado sobre o divórcio, Amantino asseverou que todos os matrimônios terrestres, entre as pessoas de evolução respeitável, se efetuam na base dos programas de trabalho previamente estabeleci­dos; por isso, o divórcio é dificultado, nas esferas superiores, por todos os meios lícitos, excetuados os casos em que ele seja o mal me­nor. O responsável pela ruptura da confiança e da estabilidade da união conjugal passa à condição de julgado; a vítima é induzida à ge­nerosidade e à benevolência, através dos recursos que a Espiritualidade Superior possa veicular, para que não se frustrem planos de ser­viço. Assim, alcançam a Pátria Espiritual, na condição de enobrecidos filhos de Deus, as grandes mulheres e os grandes homens, quando supor­tam sem queixa as infidelidades e as violências do parceiro, por amor às tarefas que os desígnios do Senhor lhes colocaram nos corações e nas mãos, seja no amparo moral à família consanguínea ou na sustenta­ção das boas obras. No entanto, os que patenteiem incapacidade de per­doar as afrontas, conquanto se lhes lastime a ausência de grandeza in­terior, são também amparados, no desejo de separação que revelem, adiando-se-lhes os débitos para resgates futuros e concedendo-se-lhes as modificações que requeiram. (2a parte, cap. X, pp. 281 e 282) 

134. Em tudo vige a lei do merecimento - Prosseguindo, o juiz Amantino acentuou que a Divina Providência manda exaltar as virtudes dos que amam sem egoísmo, sem desconsiderar o acatamento que se deve às criaturas de vida reta espoliadas no patrimônio afetivo. Os execu­tores das Leis Universais, agindo em nome de Deus, não aprovam a escravidão de ninguém e apoiam as consciências livres e responsáveis que se elevem para a Suprema Sabedoria e para o Amor Supremo, ainda que para isso escolham multimilenárias experiências de ilusão e de dor. Aludindo, em seguida, ao instituto da poligamia, que é legalizada em certos países, o magistrado afirmou que a poligamia constitui uma he­rança animal que desaparecerá da face do mundo e que, achando-se numa estância inspirada pelos ensinamentos do Cristo, não lhes cabia olvi­dar que, perante o Evangelho, basta um homem para uma mulher e basta uma mulher para um homem. Advertiu, no entanto, que há provações e circunstâncias difíceis em que o homem ou a mulher são chamados à abstenção sexual, no interesse da tranquilidade e da elevação daqueles que os cercam, situação essa que não modificam sem alterar ou agravar os próprios compromissos. André perguntou-lhe se a Casa providenciava auxílio conforme a extensão dos erros. Ele redarguiu, bem-humorado, que o auxílio se verifica justamente pela extensão dos acertos. Quanto mais exato o Espírito reencarnado, na prática dos deveres que lhe com­petem, mais amparo recolhe nos dias obscuros em que resvale no desa­tino. Qualquer pedido de ajuda ali formulado, antes de tramitar, é analisado à luz de contabilidade segura, pelo documentário pertencente ao candidato para quem se pede favor. Somados haveres e débitos, veri­fica-se até que ponto será possível ou aconselhável o atendimento, de­terminando-se a média do auxílio atribuível a cada pedido individual. Nessa clara aplicação do direito, muitos requerimentos de socorro, nas diligências empreendidas, acabam se transformando, automaticamente, em provisões de corrigenda, porque, se escasseassem créditos aos interes­sados, sobejando dívidas, o resguardo assumia a forma de emenda, o que, às vezes, irritava os solicitantes. Assim, as preces ou mesmo apenas as vibrações de alegria e reconhecimento de todas as criaturas, encarnadas ou desencarnadas, funcionam à guisa de abonos e cauções de significado muito importante para cada um. Creia ou não na imortalidade, qualquer pessoa é alma eterna. Por isso, as leis da Criação mar­cam no caminho de todo Espírito os bens ou os males que pratique, de­volvendo frutos na base da sementeira. Efetuando-se o aperfeiçoamento moral de etapa em etapa e compreendendo-se a existência física por aprendizado da alma, entretecido de acertos e desacertos, com raras exceções a individualidade é apreciada e sustentada pelo rendimento de utilidade com que se caracterize no bem comum. "Isso –  destacou o juiz –  é princípio geral da Natureza. Árvore benfeitora atrai a de­fesa imediata do pomicultor. Animal prestimoso recebe do dono cuidados especiais." É lícito, pois, que a pessoa, quanto mais valor demonstre para a coletividade na Terra, mais devotamento receba das Esferas Su­periores. (Cap. X, pp. 283 a 285) 

135. O caso Iria Veletri - André foi autorizado a assistir, então, a uma audiência. Descerrada a passagem, uma senhora triste compareceu e, vendo Félix, precipitou-se na direção do instrutor, prosternando-se de joelhos. Félix acenou para os guardas e recomendou que a levantas­sem, rejeitando assim qualquer manifestação de idolatria e fugindo à lisonja, que ele usualmente não suportava. "Instrutor, tenha compaixão de nós! –  chorou a mulher, entregando-lhe os autos que trazia –  ro­guei proteção para minha filha e veja o resultado... Manicômio, mani­cômio... Coração de mãe concorda com isso? Impossível, impossível..." Félix leu a peça e respondeu: "Jovelina, sejamos fortes e razoáveis. O despacho é justo". A mulher replicou: "Justo! pois o senhor não co­nhece minha filha?" Félix, com indefinível tristeza a lhe velar o sem­blante, falou-lhe: "Ah! sim. Iria Veletri... Lembro-me de quando se ausentou, há trinta e seis anos... Casou-se aos dezoito e se desligou do marido, homem digno, aos vinte e seis, unicamente porque não pu­desse o companheiro sustentar-lhe a vocação para o luxo desmesurado. Em oito anos de ligação conjugal, nunca se portou à altura dos compro­missos e praticou seis abortos... Abandonando o lar e afundando-se em prostituição, foi convidada, indiretamente, e por várias vezes, sob a inspiração de amigos daqui, para que se afastasse dos hábitos dissolu­tos, fazendo-se mãe respeitável de filhos que, embora nascidos do so­frimento, se lhe transformariam, com o tempo, em tutores e companhei­ros abnegados... Diversos tentames foram empreendidos... Iria, no en­tanto, expulsou todos os filhinhos, arrancando-lhes do seio o corpo em formação... Seis abortos até agora e, até agora, nada fez que lhe re­comende a permanência no mundo... Não lhe consta da ficha o mínimo gesto de bondade à frente dos semelhantes... Ela própria se entregou de bom grado aos vampirizadores que lhe desgastam as energias... E a nossa Casa não lhe opôs contradita à vontade de viver assim obsidiada, para que não continue convertendo o claustro materno em antro da morte..." Félix rematou, então, enlaçando a pobre mulher com paterna solicitude: "Ah! Jovelina, Jovelina!... Quantos de nós aqui teremos filhos amados, nos hospícios da Terra... O manicômio é também refúgio levantado pela Divina Providência para expurgar nossas culpas... Volte aos afazeres e honre a filha, trabalhando e servindo mais... Seu amor de mãe será junto de nossa Iria assim como a luz que remove as tre­vas!..." A requerente fitou os olhos do instrutor e agradeceu, engas­gada de angústia, beijando-lhe a destra com humildade. (2a parte, cap. X, pp. 285 a 287) (Continua no próximo número.)



 


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