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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 6 - N° 274 - 19 de Agosto de 2012

 

Os dois copos

 

Certa ocasião uma família precisou transferir-se para outra cidade por necessidade de trabalho do chefe da casa. Lina, de nove anos, não gostou, e nos dias que antecederam à mudança ela chorava e reclamava, alegando: 

— Não quero mudar! Não vou gostar dessa outra cidade! Aqui tenho amigos na escola, na vizinhança e brincamos bastante! Vou sentir falta da minha professora e de tudo o que vou deixar! Por favor, papai!  Não faça isso comigo!... 

E os pais, com o coração amargurado, conversavam com a filha afirmando: 

— Filhinha, lá também tem pessoas boas e você fará novas amizades!  

— Não quero! Não vou! — esperneava a garota, revoltada. 

A mãe suspirava, com pena da filha que estava

sofrendo tanto. Mas o pai, com firmeza, retrucou abraçando-a com carinho: 

— Lina, minha filha, essa mudança será melhor para nós. Terei um cargo de mais responsabilidade na empresa e ganharei mais, podendo dar à família uma vida boa! 

Uma semana depois, era o dia da mudança. O caminhão chegou e a casa logo ficou vazia.  Lina sentiu o coração apertado de tristeza. 

A nova cidade era bonita, cheia de árvores e muito simpática; a casa, maior do que a antiga; a escola era linda e a sala com muitos alunos que procuravam ajudar Lina na sua adaptação. Porém, a menina fazia questão de não se interessar por nada.  

Quando um dos colegas perguntava como era a cidade de onde ela viera, seus olhos brilhavam e dizia: 

— Onde eu nasci, era muito melhor do que aqui! Lá, eu tinha muitos amigos! Eu passeava bastante e brincava todos os dias com os meus vizinhos após as aulas! As pessoas eram muito simpáticas!  

— Mas aqui também você fará amigos. Só precisa ter um pouco de paciência para conhecer as pessoas e elas conhecerem você! — afirmou Geraldinho, colega e vizinho.  
 

— Não acredito. Mesmo porque não tenho interesse em conhecer ninguém! — ela respondeu, de maneira antipática.

Passados alguns dias, Lina começou a ficar cada vez mais triste, chorando pelos cantos. A mãe, percebendo a tristeza da filha, perguntou, abraçando-a carinhosamente: 

— Lina, o que está acontecendo? Chega da escola e vai para o quarto, não brinca mais como antes! Você sempre foi uma criança alegre! Está com algum problema? 

A menina começou a chorar e, entre soluços, respondeu: 

— É que não tenho amigos, mamãe. Nem na escola nem aqui na vizinhança.

— Por quê? Você sempre foi alegre e fazia amizades com facilidade!... 

— Não sei, mamãe! – e pôs-se a chorar ainda mais sentidamente. 

Preocupada, a mãe foi à escola e pediu para falar com a professora Marta. Após os cumprimentos, a professora perguntou à mãe aflita: 

— Lina comentou algo com você, Lúcia? 

— Não, Marta. E é exatamente por isso que vim à escola. Lina está triste e alega não ter amigos, o que estranhei. Ela sempre foi alegre e fazia amizades com facilidade. Está acontecendo algo que eu não saiba? 

— Pretendia procurá-la, Lúcia. Os alunos reclamam que Lina não quer fazer amizade com ninguém; rejeita esta cidade e valoriza a antiga, de onde veio. Demos um tempo achando que isso ia passar, mas nada mudou. Os colegas de Lina, porém, se cansaram da atitude dela e não a procuram mais. Já tentei de tudo e não sei mais que fazer!... – respondeu a professora, preocupada. 

— Entendo, Marta. Pode deixar. Vou conversar com Lina.  

Voltando para casa, Lúcia chamou a filha para o lanche. Quando Lina sentou-se à mesa, apresentou-lhe dois copos. Em um havia um líquido escuro; no outro, leite com alguma coisa. A menina estranhou. A mãe pegou primeiro o de líquido escuro e ordenou: 

— Prove. 

Lina levou o copo à boca e sentiu um cheiro desagradável. Provou e fez uma careta. 

— O que é isso, mamãe?!...  

— É vinagre, usado como tempero. Agora prove

o outro.   

A menina experimentou e sorriu contente: 

— Ah! Ainda bem. É leite com pouco café, bem docinho, como eu gosto. Mas por que fez isso, mamãe? 

— Para que você sinta a diferença entre os dois copos. Assim também, nossos relacionamentos com as pessoas. Se somos azedos, amargos, elas não gostam e se afastam de nós. Se nós somos doces, simpáticos, alegres, elas têm vontade de estar com conosco, de ser nossos amigos.  

A menina, que era muito inteligente e esperta, entendeu o que a mãe quis lhe mostrar. 

— Eu era bem diferente lá onde nós morávamos, não é, mamãe? 

— É verdade, minha filha. Lá você gostava das pessoas, dava o melhor para elas, que também respondiam oferecendo-lhe o que tinham de bom. É assim que fazemos amizades. Mudar a situação só depende de você, Lina.  

— Tem razão, mamãe. Quando chegamos aqui, eu estava chateada e não aceitei a amizade que os colegas e vizinhos me ofereciam. Agora estou sentindo falta. Mas eu já sei o que vou fazer! — disse Lina sorrindo.  

A menina foi até a cozinha, colocou um pedaço de bolo num prato e, cobrindo-o com um guardanapo, saiu correndo pela porta. Na casa vizinha, bateu e, quando um garoto atendeu, ela disse com olhos brilhantes e um belo sorriso: 

— Geraldinho, trouxe para você um pedaço do bolo que mamãe fez. Está uma delícia! Prove!... 

O menino olhou e também sorriu, espantado, e, agradecendo a gentileza, convidou: 
 

— Entre, Lina! Parece delicioso! Vou provar agora mesmo. Depois, vamos brincar? 

— Vamos! Será muito bom brincar com você! 

No íntimo, retirando o azedume que havia conservado durante meses, Lina ficou feliz, sabendo que aquela amizade era a primeira de muitas outras que viriam.     

                                                                  MEIMEI 


(Recebida por Célia Xavier de Camargo, em Rolândia-PR, em 7/5/2012.)

 

 


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