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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 6 - N° 268 - 8 de Julho de 2012

 

O litro de leite

 

Janjão era um menino que não se preocupava com nada. Queria encontrar tudo pronto ao chegar em casa. Jamais pensara de onde tinha vindo o seu alimento, as roupas, os calçados, o material escolar, os livros e os brinquedos que ganhava. Por isso, Janjão achava-se com direito a tudo, pois jamais lhe faltara nada.

Certo dia, porém, Martin, o pai de Janjão, ficou doente e foi para a cama, sem condição de trabalhar. Como consequência,  seu  salário  diminuiu  bastante,  pois  ele

ganhava mediante o que produzia.

Assim, a situação da família mudou bastante e começou a faltar até o necessário.

Janjão, que sempre tivera tudo e nunca se preocupara com nada, começou a ficar irritado quando pedia alguma coisa e sua mãe, com tristeza, respondia que não tinha.

— Não tem chocolate? Pois compre, mãe! — afirmava ele, arrogante.

— Não temos dinheiro, meu filho. Quando seu pai voltar ao trabalho, eu compro.

— Quero uma roupa nova e tênis novos! Ah! E hoje quero também comprar cachorro-quente e pipocas! — exigia ele.

— Janjão, eu já lhe expliquei que você terá tudo o quiser quando seu pai ficar bom.

— Que droga! Agora me negam tudo o que desejo!

A mãezinha amorosa, cheia de piedade, respondeu com carinho:

— Meu filho, tudo que recebemos vem da Bondade Divina. Se Deus nos mandou a doença de seu pai, é sinal que precisamos enfrentar essa dificuldade com coragem e bom ânimo. Tudo tem uma razão de ser, e a situação que enfrentamos deve ser para nosso aprendizado e crescimento espiritual.

— Ora essa! — exclamou o menino inconformado — Quer dizer que Deus deseja que eu não tenha o que quero?

— Filho, talvez nosso Pai Celestial queira lhe mostrar a necessidade de mudar, de ter disciplina e humildade, valorizando o que possui.

Janjão saiu nervoso, batendo a porta:

— Pois eu não aceito! Não aceito!...

A mãe baixou a cabeça, triste, pelo comportamento do filho que mostrava rebeldia diante da vida e, sobretudo, de Deus.
 

Janjão saiu lançando chispas de raiva para todo lado. Caminhou sem destino, até que encontrou uma garota que estava sentada na calçada. Vendo-a tristonha também, ele aproximou-se sentindo vontade de falar com alguém. Sentou-se ao lado dela e disse:

— Pelo jeito, você também está chateada, como eu. Com certeza, também não pode ter o que deseja, não é?
 

A garota virou-se para ele, e seus olhos estavam úmidos ao responder:

— Estou triste porque minha mãe está doente e não pode mais trabalhar. Meu irmãozinho sente fome e não tenho dinheiro para comprar nada. Nem o leite que ele precisa.

— Ah! Mas com certeza seu pai está trabalhando, não é?

— Meu pai faleceu há seis meses. Depois, tivemos que entregar a casa, por falta de dinheiro para pagar o aluguel, pois só minha mãe trabalhava. Agora, estamos morando num barraco, que uma pessoa nos emprestou por caridade. Para ajudar, faço pequenos serviços: varro casa, lavo quintal, cuido de crianças e, com isso, recebo algumas moedas que ajudam a comprar um pão, um litro de leite ou algo que estejamos precisando.

Ao ouvir o relato de Dora, que era mais nova que ele, Janjão passou a refletir sobre sua própria vida e arrependeu-se do que tinha dito para a mãe. Reconheceu que, realmente, tinha tudo o que precisava para viver. Tudo o que reclamava era supérfluo. Nada lhe faltava.

E a menina concluiu:

— Porém, eu gostaria de poder fazer mais. Minha família é tudo para mim e tenho medo de ficar sozinha.

Envergonhado, Janjão convidou Dora para ir até sua casa. Apresentou-a para sua mãe e disse:

— Mamãe! Peço-lhe desculpas por tudo o que tenho dito. Sei que estamos em dificuldades, mas teria um litro de leite para dar à Dora? Não se preocupe comigo. Posso perfeitamente passar sem o leite.

A mãe comoveu-se com a atitude generosa do filho, agora tão diferente de quando saíra de casa batendo a porta.

Após entregar o leite à menina, ele anotou o endereço dela e se despediu, afirmando:

— Amanhã irei até sua casa. Não se preocupe, Dorinha. Tudo vai dar certo. Confie em Deus! Ele sabe o que faz.
 

Quando ficaram sozinhos, Janjão levou a mãe até o quarto onde seu pai estava deitado. Ao vê-lo, o pai ficou surpreso e muito contente. Chegando perto do leito, o menino disse:

— Papai, perdão. O senhor está doente e não ajudei em nada. Só reclamei e fiz exigências. Agora,  vou  ajudá-lo  naquilo  que  precisar  e

também à mamãe. Podem contar comigo. Somos uma família e precisamos ser unidos. Afinal, não sabemos até quando estaremos juntos, não é?

Janjão e o pai trocaram um abraço emocionado, ao qual se juntou a mãe, satisfeita e agradecida por aquele momento de bênçãos.

— Mamãe, a senhora tinha razão. Às vezes, Deus permite que atravessemos situações difíceis para abrir nossos olhos e fazer com que aprendamos a valorizar o que temos, sem exigir o que não precisamos.

Naquele instante, a mãe elevou o pensamento ao Alto agradecendo o auxílio divino.  

                                                                  Meimei
 

(Mensagem recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia-PR, em 4/6/2012.)

 

 


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