WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 5 - N° 235 - 13 de Novembro de 2011
GUARACI LIMA SILVEIRA
glimasil@hotmail.com
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 
Ibraim Filogônio Neto:

“Todos nós poderemos ser espíritas, se realmente o quisermos”

 

Ibraim Filogônio Neto (foto) nasceu em Belo Horizonte-MG, onde reside. Conheceu o Espiritismo em 1987 e a partir daí tornou-se adepto e hoje propagador da doutrina através de palestras que realiza em várias instituições espíritas de Belo Horizonte e de inúmeras localidades. É membro da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla, situada na capital mineira. É também músico e produtor cultural.

Ibraim conversou conosco sobre sua participação no movimento espírita e sobre interpretações bíblicas, onde prima por seus estudos e palestras. Nesta entrevista vários temas foram abordados e as respostas de Ibraim Neto seguem a

linha de uma exegese comparada, útil e inteligente:


Doutrina Espírita e a Bíblia. Em sua opinião, devemos apenas ater-nos aos estudos doutrinários ou devemos também vasculhar aqueles livros ditos sagrados?

Quando vemos que o próprio Allan Kardec publicou em 1864 o livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” que busca trazer a explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo, ou seja, fazer exatamente um “estudo comparado entre a Doutrina Espírita e a Bíblia”, fica claro que as pessoas que não estão interessadas em fazer este estudo comparado, na verdade, não estão interessadas num estudo sério da Doutrina Espírita. O livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” nunca pretendeu substituir a Bíblia Sagrada, mas sim trazer explicações sobre as “máximas morais do Cristo”, por serem estas máximas, segundo as conclusões de Kardec, o ponto em comum entre as diversas doutrinas cristãs. O livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” é uma atitude ecumênica de Allan Kardec buscando agregar todos os cristãos dos diversos credos e não uma tentativa de substituir a Bíblia Sagrada. 

Qual o mecanismo que melhor nos capacita a enriquecer os valores doutrinários a partir dos estudos bíblicos?

Você deve buscar adquirir uma biblioteca básica de estudos que tenha, pelo menos: O “Vade Mecum Espírita” de Luiz P. Guimarães, Edição FAE; mais de uma Bíblia Sagrada, a saber: Bíblia Sagrada com concordância da Editora Vida; Bíblia de Jerusalém, Paulus; Um bom dicionário bíblico (por exemplo, o “Dicionário Ilustrado da Bíblia” da Editora Vida Nova); O Evangelho segundo o Espiritismo; bons livros espíritas que estudam os Evangelhos: Parábolas e ensinos de Jesus, Cairbar Schutel; Elucidações Evangélicas, Antônio Luiz Sayão; entre outros. Ler diariamente um pouco. A questão 625 de “O Livro dos Espíritos” aponta Jesus como “o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao ser humano, para lhe servir de guia e modelo”. Partindo desta informação, nada mais natural do que buscarmos nos diversos livros da Bíblia Sagrada os textos que tratam da doutrina e da história do nosso amado Mestre Jesus, deixando claro que a base moral da Doutrina Espírita tem como fonte os livros da Bíblia Sagrada. Por isso, estudar o Espiritismo seriamente prevê um estudo aprofundado dos livros da Bíblia Sagrada, em especial, dos 27 livros que compõem o Novo Testamento. 

Moisés – Jesus – Kardec. Onde os elos se encontram?

Moisés, segundo a espiritualidade superior, é a primeira revelação, à humanidade da Terra, da existência de um Deus único. Ele nos fala da vinda de Jesus, o enviado de Deus ou o Messias, no livro Deuteronômio 18:18. Jesus, explicando-nos que “não poderia nos dizer todas as coisas naquele tempo” (João 16:12 e 25), nos promete a vinda do outro Consolador, o Espírito da Verdade, que, segundo Jesus em João 14:26, “vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. Allan Kardec, quando estava na casa do Sr. Baudin em 25/03/1856 (Livro “Obras Póstumas”, FEB, 21ª edição, página 273 – “Meu Guia Espiritual”), ao perguntar o nome de seu guia espiritual, este se intitula “A Verdade”. Posteriormente, este mesmo Espírito irá escrever o prefácio do livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” e dará 4 mensagens que se encontram transcritas nesse mesmo livro, na parte “Instrução dos Espíritos” do capítulo 6, “O Cristo Consolador”. 

Em sua opinião há uma identidade conhecida para aquele que assina como “O Espírito da Verdade” conforme o prefácio de “O Evangelho segundo o Espiritismo”?

Naquela data acima citada, Kardec pergunta ao Espírito “Verdade”: “Terás animado na Terra alguma personagem conhecida?”, o Espírito só responde: “Já te disse que, para ti, sou A Verdade; isto significa discrição; nada mais saberá a respeito”. Podemos ler em João 14:17, Jesus afirmar sobre o Espírito da Verdade “que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece”. Assim sendo, pouco sabemos sobre a identidade desse Espírito que, ao que nos é dado saber, foi o coordenador de todo o trabalho de Allan Kardec no plano espiritual para a fundação da Doutrina Espírita. Mas é razoável se pensar que Deus não tem nem grupos nem povos eleitos e que o “Espírito da Verdade” está fazendo o seu trabalho não apenas para os espíritas, mas como em todas as religiões do mundo que levem o ser humano a Deus e à prática do bem de todos. 

Qual a questão de “O Livro dos Espíritos” que mais toca sua sensibilidade e por quê?

São duas, as questões 625 e 642. Na 625, porque aponta o nosso modelo e, na 642, porque nos instrui sobre o que Deus espera de nós. 

Sabemos que Jesus é o construtor – ou coconstrutor – do nosso planeta. O que mais instiga nesta situação é como Ele chegou até o ponto de tamanha condição. Pode nos dizer algo a respeito?

Entre o Big Bang ocorrido há 13 bilhões de anos atrás (a grande explosão que gerou todas as galáxias do Universo) e a saída do planeta Terra do nosso Sol, ocorrida há 4,5 bilhões de anos, há um espaço de tempo de 8,5 bilhões de anos. Neste período é que se deu a evolução espiritual de Jesus. Jesus é um Espírito muito antigo que já alcançou um altíssimo grau de evolução espiritual que o permitiu coordenar a gênese do planeta Terra como um cocriador do Universo (João 1:1 e seguintes), assim como também ser o tutor da humanidade que evolui neste planeta. Leia o livro espírita “A Caminho da Luz”, que Emmanuel escreveu através de Chico Xavier, no capítulo 1, intitulado “A gênese planetária” e terá uma boa visão do trabalho de Cristo na construção geológica do planeta Terra. 

Kardec é figura maiúscula na história da humanidade. A partir de qual fundamento esta frase está correta?

Sem sombra de dúvidas que o grande mestre Allan Kardec fez um trabalho inestimável pela humanidade cumprindo com grande sucesso, brilhantismo e dedicação a missão que teve naquela profícua reencarnação, organizando todas as comunicações dos Espíritos e compilando-as em livros que são a base da Doutrina Espírita, doutrina que tem como objetivo nos fazer entender melhor os ensinos de Jesus e dos Espíritos superiores. Porém, quando olhamos uma pintura de muito perto, poderemos perder muitos detalhes da beleza do quadro. É sempre mais interessante observarmos a obra quando afastamos alguns passos atrás e conseguimos uma melhor visão do todo. Vendo a obra deste ponto, o grande Allan Kardec representa uma das maravilhosas pinceladas do quadro da evolução espiritual da humanidade do planeta Terra, quadro este que é pintado, na verdade, por Jesus. Este quadro é bem maior do que o Espiritismo e do que a obra de Allan Kardec. Trata-se de um projeto de proporções grandiosas, no qual muitas mãos já trabalharam e outras ainda trabalham sob o amoroso comando do Mestre Jesus. Allan Kardec é um dos grandiosos colaboradores do projeto de Jesus no planeta Terra. 

Instinto e Inteligência. Qual a melhor conclusão que se pode tirar destes estudos?

Quando somos criados por Deus, somos o que os Espíritos superiores chamam de “princípio inteligente”. Para evoluirmos, passamos pelos reinos inferiores da natureza até chegarmos ao reino humano (leia a resposta à questão 540 de “O Livro dos Espíritos”). Quando o “princípio inteligente” está estagiando no reino animal, trabalha o desenvolvimento de seu instinto, que é um tipo de inteligência limitada (Questão 593 de “O Livro dos Espíritos”). Quando o “princípio inteligente” chega à condição humana, não perde o seu instinto, mas passa a trabalhar o desenvolvimento da “razão” através da aquisição de conhecimentos e sentimentos. Assim desenvolve a sua inteligência, que é o grande instrumento que passa a utilizar para evoluir espiritualmente. 

Dan Brown estava certo quando escreveu em “O Código da Vinci” que Jesus e Madalena se consorciaram?

 “O Código Da Vinci” é um romance policial e deve ser lido como tal. O seu escritor estará certo ao escrever o que queira em seu romance, especialmente porque este tem como objetivo o seu sucesso comercial e não tem nenhum compromisso com a verdade. Porém chega a ser ridículo para Dan Brown expor a toda a comunidade literária internacional o seu profundo desconhecimento sobre a natureza espiritual de Jesus Cristo, assim como demonstra desconhecimento sobre a grandiosidade de sua missão, que está muito acima da digna missão de um pai de família. Este livro - “O Código Da Vinci” - conseguiu deter a colocação de 11º livro mais vendido no mundo e acabou virando filme com sucesso de bilheteria. Este livro agitou tanto o interesse humano por um simples motivo: Sempre na história da humanidade nós tentamos colocar nos deuses, ou em seus enviados, características das paixões humanas, rebaixando-os a condições de igualdade conosco, apenas para não termos a obrigação de nos elevarmos à condição deles. 

É dado ao médium o direito de refutar sua tarefa dentro do exercício da sua mediunidade?

Claro. Deus nos concede este direito, usar o livre-arbítrio, e nos permite fazer o uso que quisermos de todas as nossas faculdades, sabendo, porém, que seremos responsáveis por “todo o mal que haja resultado de não haver praticado o bem” que poderíamos fazer. (questão 642 de “O Livro dos Espíritos”). Porém, assim como na parábola dos talentos (Mateus 25:14) haverá aqueles que multiplicarão os talentos recebidos, haverá também os que enterrarão os seus talentos, ou seja, as suas possibilidades, as suas potencialidades, as suas qualidades e características. E “Deus recompensará a cada um segundo as suas obras” (Romanos 2:6). 

Há centros espíritas que não admitem a execução de qualquer tipo de manifestação artística em suas dependências. Você concorda? Por quê?

Há centros que fazem um trabalho muito bonito, parecido com a Doutrina Espírita, mas que não pode ser chamado de Doutrina Espírita. Não permitir as manifestações artísticas dentro da casa espírita é demonstrar nunca ter lido a questão 251 de “O Livro dos Espíritos” onde aprendemos que “a música celeste é tudo o de mais belo e delicado que a imaginação espiritual pode conceber”. É demonstrar também não conhecer a obra “O Espiritismo na Arte”, de Léon Denis, que explica no capítulo 1º que “O objetivo essencial da arte, já dissemos, é a busca e a realização da beleza; é, ao mesmo tempo, a busca de Deus, uma vez que Deus é a fonte primeira e a realização perfeita da beleza física e moral”. Fico imaginando como os dirigentes de tais casas que não permitem a música em suas dependências leriam na Bíblia Sagrada, em Mateus 26:30, sobre o último ato da missão de Jesus com os seus apóstolos na última ceia: “E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das oliveiras”. 

Como o espírita deve se portar diante das profundas informações que a Doutrina Espírita nos oferece?

Deve usar o seu livre-arbítrio. Se realmente busca uma reforma íntima de comportamentos, deve buscar pôr em prática todas as boas informações que obtém numa vivência consistente da caridade. Se busca apenas obter conhecimentos e não pretende colocá-los em prática, deve compreender que a sua responsabilidade cresce a cada conhecimento não praticado. 

Vemos espíritas que dizem ser muito difícil ser espírita. É sensata esta afirmativa?

É sensata esta afirmativa e é o mesmo que dizer que é difícil ser um médico, ser uma dona de casa, ser uma advogada, ser um atleta, ser uma bailarina, ser um escritor, ser um católico, um evangélico etc. Pensamos que tudo que demanda esforço e disciplina para se conseguir, pode-se dizer que é difícil. Mas pensamos também que se há alguém que conseguiu, significa que cada um de nós também pode conseguir, haja vista que Deus nunca dotaria a alguns com a capacidade de se tornarem espíritas e a outros não, porque isto seria uma injustiça, incompatível com Deus. Todos nós poderemos ser espíritas, se realmente o quisermos. Porém há pessoas que sentem que os obstáculos são muito grandes para elas, talvez porque a sua força de vontade ainda seja pequena demais para transpô-los. 

Em síntese, que cartilha a seguir para ser um bom espírita?

Leiam em ordem e pratiquem: Mateus 25:35 a 40; Mateus 6:3; 1 Coríntios 13:1 a 13; Questão 642 de “O Livro dos Espíritos” e Mateus 5:19. 

Suas considerações finais.

Agradecemos a alegria do contato com nossos confrades espíritas leitores da revista “O Consolador”. Esperamos estar sempre juntos para estudarmos os profundos ensinamentos do nosso amado Mestre Jesus e aplicá-los verdadeiramente em nossa vida.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita