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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 5 - N° 225 - 4 de Setembro de 2011
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 
Edna Maura Zuffi:

“Os principais resultados colhidos com o Projeto Criança são de ordem afetiva”

A educadora paulista fala como surgiu e funciona o Projeto Criança, fundado em 1999 pelo Grupo de Fraternidade Espírita Irmão Batuíra, na cidade paulista de São Carlos

 

Edna Maura Zuffi (foto), nossa entrevistada da semana, natural de São Joaquim da Barra, é professora universitária e coordenadora de Educação Espírita no Grupo de Fraternidade Espírita Irmão Batuíra, em São Carlos, no interior paulista, onde reside.  
 

Na entrevista a seguir, ela nos fala sobre o Projeto Criança, um importante trabalho de assistência à criança em situação de risco, instituído e mantido pelo Grupo de Fraternidade Irmão Batuíra, a que ela se dedica junto com outros companheiros espíritas. 

O que é o Projeto Criança? 

O Projeto Criança é um trabalho de assistência à criança em situação de risco social e aos seus familiares, com atividades de reforço escolar, evangelização infantil, socialização e profissionalização. 

Quando foi fundado e quais os seus objetivos? 

Foi fundado em julho de 1999, pelo GFEI Batuíra, após convocação da espiritualidade da casa para a retomada do princípio de auxílio à criança, que é um dos compromissos do Movimento da Fraternidade, no Brasil, do qual o grupo faz parte. Seus objetivos são o trabalho integrado em três vertentes principais: a evangelização cristã, o incentivo ao trabalho e o incentivo aos estudos.  

Qual o período de funcionamento do trabalho e quantos voluntários nele estão envolvidos?  

O Projeto funciona em três sábados por mês, sendo que em dois deles as crianças participantes, de faixa etária entre 6 e 16 anos, vêm ao grupo e, no último do mês, os voluntários vão em visita aos lares delas. No total, estão envolvidos cerca de 40 voluntários. As atividades se desenvolvem na sede II do Grupo, na rua Antonio Rodrigues Cajado, 2087,  e nos lares das famílias atendidas, todos na cidade de São Carlos-SP. 

Quais as atividades principais que são desenvolvidas? 

As principais atividades são: a evangelização, a brinqueduca (atividade de brincadeiras de socialização e desenvolvimento motor para as crianças menores), oficinas de artesanato, culinária e computação e o reforço escolar para todos. Algumas atividades extras de assistência médica e psicológica, ou de doação de cestas básicas, são providas por voluntários quando é detectada a necessidade premente, através de visitas durante a semana. Estas, porém, não são regulares: ocorrem apenas à medida da necessidade. 

Nesses anos todos de funcionamento, que resultados já foram colhidos? 

Os principais resultados colhidos com o projeto são de ordem afetiva. Muitas crianças que iniciaram as atividades conosco sofriam processos de violência e abandono por parte dos familiares (mesmo quando estes estão fisicamente presentes); eram arredias e tinham dificuldades de comunicação e de expressão de si mesmos. O maior ganho que podemos enxergar foi o desenvolvimento de afetividade entre as crianças e adolescentes e dos princípios de socialização e respeito ao próximo e também de intercomunicação. Outro ganho é que a maioria das crianças participantes do Projeto aumentou a assiduidade à escola e alguns passaram a ter melhor desempenho nas disciplinas escolares. Em alguns lares em que a falta de estrutura familiar é ainda muito acirrada, há crianças que não conseguem ter regularidade na escola, mas apresentam, em geral, comportamentos menos agressivos. Também aquelas que acompanhamos dos 6 aos 16 anos tiveram melhoria no seu aspecto geral de saúde física. 

Quais as maiores dificuldades enfrentadas? 

As maiores barreiras que ainda encontramos é o acesso aos pais ou responsáveis e o apoio deles, principalmente aqueles que fazem uso de álcool ou drogas. Nesses casos, tem sido muito difícil obter o apoio desses familiares para manter a criança indo à escola e para os aspectos de higiene e cuidados mínimos do dia-a-dia. É difícil superar a sensação de abandono dessas crianças, nessas situações. 

E os recursos, como são conseguidos? Quem quiser ajudar, como proceder? 

A grande maioria dos recursos utilizados no Projeto são obtidos por meio de doações diretas dos voluntários participantes e de outros externos. Raramente conseguimos alguma doação via Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (única forma de doação com possibilidade de dedução no Imposto de Renda).  Infelizmente, a doação nesse caso é burocrática e tem causado alguns transtornos aos doadores, por falta de esclarecimento sobre o processo. Dessa forma, a quem quiser ajudar recomendamos entrar em contato direto com as pessoas do grupo responsáveis pelo projeto, ou procurar esclarecimento maior sobre o funcionamento da doação via Conselho, antes de concretizá-la. Para esse contato, o interessado em ajudar pode dirigir-se ao meu correio eletrônico: edna@icmc.usp.br 

Como é o retorno, a contrapartida das crianças e das famílias? 

As crianças participantes devem ter o compromisso de frequentar a escola. Esse controle é feito por meio do acesso ao boletim escolar, e as famílias são responsáveis por garantir essa frequência e observar os padrões mínimos de higiene e cuidados diários com os filhos, os quais são acompanhados nas visitas mensais aos lares. 

Há algum caso mais marcante que gostaria de relatar? 

Sim. Há dois casos marcantes que gostaria de relatar: uma criança que ingressou aos 6 anos e atualmente é adolescente do Projeto conseguiu cursar uma escola profissionalizante na área de secretariado e administração e se tornou monitora dessa escola; é muito estudiosa. O outro caso é o de uma criança que chegou ao Projeto completamente arredia e muito violenta, aos 6 anos de idade, e hoje, aos 16 anos, mostra um comportamento mais sereno e amoroso. Tinha tendência ao roubo de pequenos valores e objetos, mas tem agora consciência de que isso causaria tristeza e problemas para ela mesma. 

Há algo mais que gostaria de acrescentar? 

Não podemos garantir qual será o futuro de cada uma das crianças que passam pelo nosso Projeto, porque certamente elas têm livre-arbítrio e escolherão seus próprios caminhos. Temos, porém, certeza de que um caminho alternativo lhes está sendo descortinado, como possibilidade de uma vida mais feliz, embora em meio a todas as dificuldades por que passam. Os resultados de nosso projeto não são passíveis de medições estatísticas imediatas e dependem de uma série de fatores sociais sobre os quais não temos controle. Sabemos, porém, que as sementes estão sendo plantadas e cuidadas, de nossa parte. A colheita apenas no tempo certo virá, e este não será o mesmo para cada um.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita