WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Internacional
Ano 5 - N° 221 - 7 de Agosto de 2011
CLAUDIA WERDINE
claudiawerdine@hotmail.com
Madri (Espanha) 

 

Janet Duncan, 83 anos de uma existência profícua

Os espíritas da Inglaterra festejam o 83º aniversário da pioneira do moderno movimento espírita inglês

 

Neste mês em que celebramos seu 83º aniversário, gostaríamos de homenagear Janet Duncan (fotos), pioneira na divulgação do Espiritismo no Reino Unido, relembrando fatos importantes e curiosos de sua vida.

“A coisa mais importante, a razão de tudo. Eu vivo, eu penso Espiritismo... O único motivo para eu continuar a minha encarnação com alegria, com força, com ânimo são estes abençoados ensinamentos.”  

É assim que Janet Duncan, inglesa por nascimento, mas brasileira de coração, como ela mesma se define, fala emocionada sobre a importância do Espiritismo na sua vida.

Janet nasceu em um bairro próximo do Jardim Botânico Kew Gardens, em  Londres, mas durante 30 anos viveu no Brasil.

“É uma longa história...”, ela diz sorrindo. “No fim da Segunda Guerra Mundial”, prossegue, “eu me casei com um polonês e o governo inglês mandou que todos os  poloneses se retirassem do país depois da guerra. Eles não podiam mais ficar aqui. Meu marido tinha um amigo, também polonês, que tinha parentes em São Paulo. Ele foi para lá e ficou insistindo para que nós fôssemos também. Havia uma outra possibilidade de ir para os Estados Unidos, onde  teríamos garantido um contrato de trabalho. Mas enquanto estávamos começando a arrumar a documentação para ir para os Estados Unidos, chegou mais uma carta do amigo que estava no Brasil, insistindo  de novo.  Meu marido não sabia o que fazer. Então ele me passou a carta e disse:  Olhe, você decide. Eu segurei a carta nas minhas mãos, levantei meus pensamentos para o alto, fechei os olhos  e esperei a resposta: Tínhamos  que ir para o Brasil.”

Ela continua a narrativa que nos embala:

“Chegando a Santos eu me encontrei envolta por um comitê de recepção espiritual, todo mundo tão feliz, tão alegre. Eu  sentindo tanto amor, tanta  alegria de estar lá,  e eles me dizendo: Você chegou em casa, você está em casa de novo. Então eu entendi que eu tinha tido várias encarnações no Brasil, fato que foi verificado por mim durante os anos.”   

Vozes altas insistiram para que ela fosse visitar
Chico Xavier e Janet as atendeu

Médium desde os 4 anos e meio de idade, inúmeras manifestações mediúnicas ocorreram em sua vida, mas a que mais marcou foi, sem dúvida, seu encontro com Chico Xavier.


Nada melhor do que ela mesma nos contar esse maravilhoso episódio:

“… Guardo ainda muito viva a lembrança de como tudo aconteceu… Mais ou menos em abril de 1971 eu comecei a escutar vozes muito altas,  dizendo que eu tinha que ir falar com Chico Xavier. Eles ficavam falando comigo cada quinze minutos frases pequenas como: ‘Vai ver Chico Xavier, tem que ir, tem que  falar com Chico’, coisas assim... Durou três dias sem parar. Aí eu achei que alguma coisa tinha que ser feita. Consultei uma vizinha minha, ela também achou a mesma coisa, mas eu estava passando por um tempo sem dinheiro, mais uma das fases muito difíceis financeiramente, e não tinha dinheiro para viajar coisa nenhuma. Não estava trabalhando, não estava ganhando. Então eu me sentei, fiz uma boa prece e disse que iria visitar Chico Xavier tão logo eu tivesse condição financeira. Eles aceitaram e eu parei de ouvir as vozes. Logo em seguida minha vida começou a se modificar completamente, comecei a trabalhar, comecei a ganhar de novo e, na correria do dia-a-dia,  eu preciso dizer que esqueci o incidente.  Mas, três meses depois,  lá estão eles de novo falando sem parar.

Claramente  eu disse: ‘Tudo bem, eu agora posso ir’.”

“Então – Janet prossegue a narrativa – recebi deles a orientação de como proceder: o dia que eu tinha de ir para comprar minha passagem de ônibus,  o horário de ônibus que eu tinha que pegar etc. Tudo bem, eu fui à rodoviária, comprei meu bilhete, mas fiquei resmungando com eles lá em cima. Eu dizia: Olha, eu tenho o nome da pessoa e o nome da cidade, mas eu sou inglesa, eu não posso viajar sem  ter o endereço da pessoa. Eles não quiseram nem saber, não falaram nada. Na véspera, eu estava arrumando a minha malinha e  continuava  resmungando com eles mas, no fim, veio a resposta: ‘Está bom... Você vai encontrar alguém no ônibus que vai te levar ate lá...’ E eu falei: Mas por que você não me falou antes? (risos). Bom, nem preciso dizer que ocorreu exatamente como eles haviam falado.” (risos)

Foi no Grupo Espírita Batuíra que Janet estudou a
doutrina durante dez anos

Mantemo-nos atentos às suas recordações:

“… À noite, a família que estava me pajeando levou-me para o Centro. Fui a 6ª pessoa a falar com o Chico naquela noite e, assim como a espiritualidade me havia dito que aconteceria, no fim dos trabalhos, às seis e meia da manhã do outro dia, o próprio Chico me entregou uma mensagem. Era de Bezerra de Menezes me dizendo onde eu tinha que ir estudar o Espiritismo. Porque eu já tinha tentado, mas não tinha encontrado o lugar certo. Ele então me disse que deveria procurar o Grupo Espírita Batuíra, no bairro de Perdizes em São Paulo. Foi lá que eu  estudei  e trabalhei com o senhor Spartacos Ghilardi  por 10 anos.”

Segundo Janet, naquela oportunidade ela aprendeu que havia necessidade de difundir o Espiritismo pelo mundo afora, pois o homem poderia encontrar maior felicidade e progresso em termos espirituais do que em termos materiais.

Após retornar a Londres em janeiro de 1981, era óbvio para ela que precisaria iniciar, em pouco tempo, um grupo de estudos, pois não havia nenhum Centro Espírita na Grã-Bretanha. Entretanto, isso não ocorreu até 1983, em razão de uma série de circunstâncias pessoais.

Ressalte-se que Janet decidiu retornar a Londres em virtude da debilitada saúde de sua mãe, que era cega e morava sozinha.

Precursora do moderno movimento espírita inglês, ela mesma nos conta como tudo aconteceu:

“… Costumo dizer que o movimento espírita na Inglaterra começou na sala da minha casa (risos), com seis ingleses, no começo dos anos 80…”

Prossegue: “… Um dia fui impulsionada, por um amigo espiritual, a ir para uma livraria próxima, onde encontrei seis amigos ingleses procurando por algo que lhes ensinasse sobre a natureza espiritual! O grupo de estudos iniciou-se imediatamente em minha residência. Gradualmente as seis pessoas tornaram-se quinze. Mas isso foi dois anos antes de os primeiros espíritas brasileiros chegarem para me ajudar. O nome começou a tomar forma imediatamente, por causa da força que depositava no fato de que os ensinos eram coordenados por Allan Kardec, e algumas pessoas passaram a chamá-lo de Grupo Allan Kardec. Gradualmente ele se tornou conhecido como AKSG - Allan Kardec Study Group.” 

Janet apoiou com entusiasmo a fundação do Conselho Espírita Internacional 

Após a chegada dos colaboradores brasileiros o AKSG iniciou o primeiro grupo do Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM) com os quinze participantes ingleses. Em 1988, o Grupo deu início aos encontros públicos às segundas-feiras em um salão alugado por hora. Após uns doze anos de locação do salão, um novo e melhor local para os encontros foi descoberto com os Quakers, um grupo religioso bastante conhecido na Grã-Bretanha, que é muito simpático aos ensinos espíritas.

Atualmente, o AKSG realiza três reuniões por semana: uma de fluidoterapia (pública), uma para mediunidade – desobsessão (privativa) e uma terceira para estudos avançados, realizadas na residência de Janet, mediante convite.

O AKSG administrou a publicação de três títulos: O Evangelho segundo O Espiritismo (The Gospel According to Spiritism), em duas edições; Nosso Lar (The Astral City), Agenda Cristã (Christian Agenda), assim como a revisão da 3ª edição de O Evangelho segundo O Espiritismo, a qual foi cedida ao Conselho Espírita Internacional (CEI) para publicação. Embora Janet tenha colaborado em muitas revisões, o único livro que ela traduziu inteiramente foi O Evangelho segundo O Espiritismo.

Vale ressaltar que o primeiro contato de Janet Duncan com o Conselho Espírita Internacional ocorreu ao final do Congresso Espírita Internacional realizado pela FEB, em Brasília, no ano de 1989. Representantes de diversos países estavam presentes e ela foi informada, no decorrer do Congresso, de que se pensava em formar uma organização internacional, já que muitos países possuíam Federações Nacionais.

Ela nos conta:

“…Perguntaram minha opinião e verificaram que eu era entusiasta da ideia. Prontamente me apresentaram ao então presidente da FEB, Francisco Thiesen, e mantivemos um agradável diálogo. Tornei-me uma das apoiadoras do projeto e participei ativamente de várias reuniões anteriores à fundação do CEI, em Madrid, no ano de 1992…”

 “Reverenciemos as obras de Kardec”, pede-nos Janet Duncan

A British Union of Spiritist Societies (BUSS) representa o Movimento Espírita Britânico junto ao CEI e Janet foi sua presidente no período de 2000 até 2002. Atualmente a BUSS é presidida por Elsa Rossi.

Neste sábado, dia 6 de agosto de 2011, foi realizado em Londres um importante Seminário sobre o Passe e, ao final, alegremente e extremamente agradecidos, todos os presentes cantaram “Parabéns a Você”, visando homenagear os 83 anos dessa maravilhosa mulher que lançou, com amor e dedicação, as primeiras sementes da Doutrina Espírita em solo inglês.

Para finalizar esta matéria, gostaríamos de transcrever estas importantes palavras de Janet Duncan:

“…Hoje, desafortunadamente, há muitas pessoas, alguns espíritas militantes, que pensam que sabem demais! De acordo com os seus pontos de vista, Kardec está envelhecido e ultrapassado, de maneira que acham necessário atualizar e modernizar os livros de Kardec! Isto é inacreditável! Recordemos o que foi feito com o Novo Testamento, que em idioma inglês se tornou irreconhecível. É de fazer o Cristo chorar! Meus queridos amigos espíritas, não vamos negá-Lo outra vez. Reverenciemos as Obras de Kardec, recordando que representam a promessa feita por Jesus, que enviaria o Consolador, para estar conosco por todo o tempo!...”

E completa:

“… Para o querido povo espírita brasileiro desejo que continue firme com a disseminação da bela doutrina preparada por nosso amado irmão Allan Kardec. Porém, para os irmãos e irmãs que pensam em levar os ensinamentos espíritas para o estrangeiro, peço que se façam os devidos preparos, que devem incluir não só a aprendizagem da língua do país onde pensam em morar, mas, por favor, procurar saber de algo da história desse país, como também a cultura do povo hoje em dia. Cada povo é diferente em atitudes e costumes que precisam ser levados em consideração quando pretenderem disseminar a doutrina por ali. Senão será difícil para os dois lados e até pode comprometer a aceitação do povo daquele país em relação à doutrina.”


Nota
:

As fotos que ilustram esta matéria mostram Janet Duncan em diferentes momentos de sua atual encarnação, inclusive durante o almoço no restaurante La Forchetta, ao lado da BUSS, onde se festejou na intimidade seu aniversário de 83 anos.

Leia ainda sobre Janet Duncan a entrevista que ela concedeu a esta revista, publicada na edição n. 20. Eis o link:http://www.oconsolador.com.br/20/entrevista.html


 

 

Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita