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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 5 - N° 219 - 24 de Julho de 2011

 

 

O Lobo

 

Certo dia, João, um camponês muito pobre, caminhava por uma estrada no meio de um bosque. Ele possuía uma pequena propriedade ali perto e dirigia-se à aldeia próxima.   

De repente João viu, à margem do caminho, um animal no meio da vegetação; estava imóvel e parecia morto.

Aproximando-se, verificou que era um lobo, animal bastante temido pela sua ferocidade. No entanto, encheu-se de

compaixão; examinou-o e viu que estava ferido.

— Pobrezinho! Foi atingido pela bala de algum caçador, com certeza.

Qualquer outra pessoa teria fugido. No entanto, de coração nobre e generoso, João desejou salvar o belo animal. O inverno terminara, mas ainda fazia frio. Sem pensar em si mesmo, envolveu-o no seu manto surrado e carregou-o nos braços até sua casa, não muito distante.

Ao chegar, a mulher viu o animal embrulhado; assustou-se e ele explicou:

— Luzia, eu encontrei este lobo ferido no meio do mato e não podia deixá-lo morrer. Afinal ele é um filho de Deus, como nós! — explicou à mulher.

Horrorizada, ela retrucou:

— Espero que não se arrependa. Você sabe que os habitantes da aldeia estavam à procura de um lobo que vinha assustando a população. Talvez seja este mesmo!

Com expressão tranquila, mas decidida, ele disse:

— Não se preocupe, mulher. Creio que ele não sobreviverá. Espero apenas poder cuidar dele para que morra em paz.

A mulher deu de ombros, voltando para seus afazeres domésticos.

João levou o animal para um pequeno cômodo, nos fundos da casa, que servia de depósito para seus instrumentos de trabalho no campo. Depositou-o sobre um monte de feno e examinou-lhe o ferimento. Limpou a região e localizou a bala, que não estava muito profunda.

Então, pegou uma tesoura e cortou os pelos bem rentes à pele. Em seguida, com pequena faca afiada, retirou a bala, e amarrou na ferida um pedaço de pano para estancar o sangue. Depois, voltou a cobri-lo com seu manto surrado; trouxe uma vasilha com água, para o caso de ele acordar e sentir sede. Só então, deixou-o sozinho.

Todavia, como à noite fez muito frio, o bom homem não conseguiu dormir direito, preocupado com o animal ferido. Na manhã seguinte, madrugada ainda, antes de sair para o trabalho no campo, foi ver como seu protegido tinha passado a noite. Contente, verificou que o lobo estava bem melhor. O animal abriu os olhos e João disse:

— Seja bem-vindo, meu amigo! Vejo que está se recuperando. Beba um pouco de água.

Aproximou a vasilha e o animal bebeu toda a água.

— Graças a Deus você não vai morrer — disse o lavrador fazendo um carinho na cabeça do lobo — Agora eu vou trabalhar, mas voltarei para vê-lo. Fique com Jesus!

Saindo, ele trancou o quartinho e foi para o campo. Estava ele entretido em limpar o solo, retirando as ervas daninhas que cresciam junto da plantação, quando se sentiu cansado e resolveu descansar um pouco. Levantou a cabeça e viu, com surpresa, o lobo que dormia ali perto, debaixo de um arbusto.

— Será que não tranquei a porta?... — pensou o lavrador, desconfiado.

No entanto, sorriu e sentou-se perto do animal que dormia. Ao notar movimento, o lobo acordou, mas não se mexeu como se fosse muito natural estar ali. João pegou seu cantil, deu-lhe água. Abriu a vasilha onde a mulher colocara sua

refeição e comeu um pouco, deixando o restante para seu novo amigo, que devorou tudo.

Ao terminar o dia, voltaram para casa. Luzia ficou perplexa ao ver o marido chegando junto com o lobo, que o acompanhava. João levou-o para o quartinho e confirmou que, realmente, continuava trancado. Olhou para o animal, perguntando:

— Amigo, como conseguiu fugir daqui?...

O lobo, que o fitava atento, mostrou que tinha entendido. Deu a volta no barracão e, junto da parede de madeira, João viu que havia terra remexida e um buraco, por onde o animal entrou com alguma facilidade.

Pasmo com a inteligência do lobo, João voltou até a entrada e abriu a porta. Entrando no depósito, ele viu o animal deitado com expressão satisfeita junto do buraco que fizera, cavando sob a parede até sair do outro lado, livre.

João contou à mulher, que o acompanhara, todo o acontecido e acabou por dizer:

— Luzia, este lobo é muito esperto. Não creio que deseje fazer-nos mal. Se quisesse atacar-nos, já o teria feito. Noto que, como qualquer pessoa, ele ficou agradecido pela ajuda que lhe dei, e demonstra isso com amizade e afeto. Permaneceu ao meu lado durante todo o dia, sem afastar-se de mim.  

E, para confirmar suas palavras, o animal aproximou-se deles e lambeu a mão de João. 

A partir desse dia, João deu-lhe um nome: Lobo. O animal tornou-se companheiro inseparável, seguindo-o para onde fosse.

A notícia começou a correr pela região e, na aldeia, ficaram estupefatos com a notícia de que João salvara o lobo que aterrorizava a todos, e se tornara seu animal de estimação.

Da primeira vez que João foi à aldeia com o lobo, os moradores ficaram à distância, cheios de medo. Ele acalmou-os, afirmando que podiam se aproximar.

De repente, aproximou-se um homem grandalhão, tendo uma carabina na mão. Com modos grosseiros, demonstrando hostilidade, ele gritou:

— O que está fazendo, João? Esse lobo precisa morrer. Já causou muitos sustos a todos nós!

Ao vê-lo, Lobo ficou em posição de ataque, rosnando, pronto para atacar o recém-chegado, protegendo o amigo. Assustado, o grandalhão manteve distância.

Ao ver a reação do animal, João entendeu:
 

— Ah!... Foi você que atirou nele! Por isso, Lobo está reagindo dessa maneira. Mas não se preocupe. Ele só o atacará para se defender.

Assim falando, João afagava a cabeça do animal, que se acalmou, comportando-se docilmente. Aos poucos, mais confiantes, as pessoas foram-se chegando. Um deles quis saber como João tinha conseguido tal façanha. Com serenidade, ele respondeu:

— É simples. Com amor! Este animal, como qualquer outro, precisa comer e, em busca de alimento, aproximava-se da aldeia, pois é sabido que, com o inverno, os animais ficam entocados e a caça é difícil, e ele estava faminto. Por outro lado, os moradores da aldeia, assustados ao perceber sua presença, começaram a caçá-lo. Bastou, porém, que eu o encontrasse ferido e cuidasse dele, para que Lobo passasse a demonstrar gratidão pela ajuda recebida. Hoje, é meu grande amigo! Não é, companheiro?

O animal entendeu que João falava dele e pulou no seu peito, colocando as patas dianteiras em seus ombros, lambendo-lhe o rosto, todo satisfeito, diante dos admirados e sorridentes aldeões.

Este é um caso verídico. Contudo, não representa a regra geral. Em relação aos animais ferozes, necessário manter o devido cuidado e distância para nossa proteção.                                        

Os animais, como nós, também são seres em evolução, e têm sensibilidade. Se tratados com amor, responderão com amizade e fidelidade, conforme atestam inúmeros exemplos de casos relatados.

                                                              

MEIMEI


(Recebida por Célia X. de Camargo, em Rolândia-PR, 27/06/2011.)

      



 


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