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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 4 - N° 186 - 28 de Novembro de 2010

 

Gigantão

 

Naquela rua moravam vários garotos, mas Valtinho, de dez anos, era o mais vivo, inteligente e arteiro de todos os meninos da redondeza.  

No entanto Valtinho, que era um líder nato, usava sua capacidade para desafiar os amigos e humilhá-los, inventar brincadeiras de mau gosto ou criar competições entre eles, das quais sempre saía vencedor.

Todos o temiam, porque tinha sempre uma palavra ferina na ponta da língua e resposta para tudo.

Certo dia, quando Valtinho foi para a escola, notou que uma casa que estava fechada na vizinhança agora tinha moradores novos.

Nos próximos dias ficou conhecendo o novo vizinho, César, que começou a estudar na escola do bairro e foi matriculado na sua sala. Tinha a mesma idade de Valtinho, mas era bem maior, com tamanho de doze anos para mais, e mais pesado.

No começo, Valtinho tentou humilhá-lo perante os colegas de classe, chamando-o de Gigantão, o que fez a classe toda cair na gargalhada. Contudo, o garoto apenas sorriu e não deu o troco, como ele esperava.

Aquela reação deixou Valtinho muito irritado. Então, a partir daí, começou a fazer o novo colega de vítima das suas brincadeiras de mau gosto. Mas, para surpresa sua, o gigantão não reagia.

Simpático e agradável, aos poucos César foi ganhando a amizade dos colegas. Era prestativo, sempre pronto a ajudar e nunca perdia ocasião de auxiliar os colegas que não haviam entendido a matéria.

Da primeira vez que foram jogar bola, Valtinho desafiou César:

— Gigantão, com esse peso todo será que consegue correr atrás da bola? — gritou ele, irônico.

— Vamos ver! Faço o que posso, Valtinho! — respondeu ele com um  sorriso manso. 

O jogo começou e logo César mostrou para toda a escola que sabia jogar bem, fazendo um lindo gol, para desespero do colega.  

E assim foi nas corridas e em todas as atividades de que eles eram obrigados a participar. Gigantão tornou-se estimado por todos. Agora, todos o chamavam pelo apelido, que se tornara carinhoso e agradável. 

De repente, Valtinho notou que os amigos já não o procuravam mais. Quando ele os procurava, não lhe davam tanta atenção.

Ele ficou preocupado. O que estaria acontecendo? Sempre fora um líder e

agora os amigos evitavam sua companhia, preferindo a do bobo do Gigantão?

Amargurado, Valtinho sentia crescer dentro dele a raiva contra o colega. Desse modo, pensou bastante planejando o que fazer para desacreditar Gigantão perante todos da escola.

Chegando a sua casa, jogou a mochila no chão e caiu sentado no sofá. A mãe, que o observava há muitos dias, preocupada, aproximou-se dele com carinho:

— Meu filho, sinto que você não está bem. O que houve?

Em lágrimas, o menino contou à mãe o que estava acontecendo. Depois perguntou:

— Por que de repente tudo mudou na minha vida, mamãe? Meus amigos não ligam mais para mim, só querem saber do Gigantão!

A mãe pensou um pouco e respondeu:

— Meu filho, só você pode saber o que está acontecendo. O que sei é que nós colhemos sempre o que plantamos. Então, pense em como você tratava os colegas e como o Gigantão os trata. A gente recebe sempre por aquilo que dá aos outros.

Então, Valtinho começou a pensar em como agia com os colegas, comparando com a maneira de ser do Gigantão, e viu que eram bem diferentes.   

Sentado num banco, na pracinha ao lado da escola, pensava em tudo o que ouvira da mãe, quando alguém se sentou ao seu lado.

Surpreso, ele levantou a cabeça e viu que era Gigantão. O sangue subiu-lhe à cabeça, a respiração acelerou e, quase explodindo de ódio, preparava-se para lançar-lhe uma enxurrada de insultos, quando o outro perguntou:

— Está sentindo alguma coisa, Valtinho? Eu o vi de longe e achei que você não estava bem. Fiquei preocupado, pois gosto muito de você.

Valtinho olhou para ele, não acreditando no que estava ouvindo. Como continuasse calado, o outro continuou:

— Você foi meu primeiro amigo nesta cidade e agradeço-lhe por tudo o que tem feito por mim desde que aqui cheguei. Nossos colegas estão estranhando que você se afastou deles sem razão! 

Valtinho olhou-o atentamente, tentando perceber se ele estava fingindo. Mas, não! Ele era assim mesmo com todos. Gigantão falava com voz suave e seu olhar era límpido e puro.

Então, de repente, Valtinho entendeu que tudo o que tinha acontecido durante aquele tempo não era por culpa do Gigantão, mas por sua própria culpa. Sua mãe tinha razão. Sempre agira mal com todos.  

Acalmando-se, a respiração voltou ao normal, e ele, pela primeira vez, disse:

— Gigantão, quero pedir desculpas se alguma vez o tratei mal. Hoje entendo que você é diferente.

— Pedir desculpas por quê, cara? Você nunca me magoou! Você tem um jeito diferente de tratar as pessoas e gosta de fazer brincadeiras engraçadas, mas nunca me senti ofendido.

— Então, somos amigos?

— Claro! Aliás, quer almoçar em casa hoje, Valtinho? Minha mãe vai gostar de conhecê-lo. Sempre falo de você.

— Aceito. Só preciso passar em casa para avisar minha mãe. Tenho certeza de que ela também vai gostar de conhecer você!...

E ambos caminharam lado a lado, conversando como velhos amigos.

Aliviado, Valtinho entendia agora que seu comportamento gerara todo o mal-estar.

A partir do dia seguinte, aproximou-se de seus amigos tratando-os de forma amigável e sem as brincadeiras de mau gosto de antes.

— Você está doente, Valtinho? — perguntou um deles, estranhando.

O garoto sorriu e respondeu:

— Não, estou ótimo. Na verdade, reconheço que agi mal com vocês e quero pedir-lhes desculpas.   

Diante disso, os colegas estranharam, julgando que poderia ser mais uma das brincadeiras de Valtinho, mas depois entenderam que ele tinha realmente mudado e voltaram a ser os amigos de sempre.

E a partir desse dia começou a realmente existir amizade, companheirismo e fraternidade entre eles, para alegria de todos.

                                          

                                                         Meimei


(Recebida por Célia X. de Camargo em 13/9/2010.)  



 


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