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Ano 4 - N° 167 - 18 de Julho de 2010

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com 
São José dos Campos,
São Paulo (Brasil)

 

As especulações reencarnatórias no Movimento Espírita: analisando a possibilidade de Chico Xavier
ser Allan Kardec

(Parte 2 e final)


Emmanuel, mentor espiritual de Chico Xavier, apresenta apenas uma única mensagem em toda a obra da codificação – em O Evangelho segundo o Espiritismo. Não seria muito pouco para o suposto guia espiritual de Allan Kardec, assumindo-se que se trata do mesmo Espírito o que animou Chico Xavier e o Codificador?

Chico Xavier, muito provavelmente, foi o maior médium da história, tanto se analisarmos sua polivalência mediúnica como se analisarmos a obra oriunda dessa potencialidade. Quando nos referimos à sua obra, não estamos restringindo a análise aos seus mais de 420 livros publicados, mas igualmente ao mérito do exemplo moral e da divulgação doutrinária que ele desenvolveu. Vale lembrar Emmanuel no livro “Roteiro”, quando afirma peremptoriamente: “Não há bom médium sem homem bom”. Ora, segundo Bezerra de Menezes, conforme a excepcional obra de Yvonne A. Pereira “Recordações da Mediunidade”, os médiuns mais ostensivos e preparados para as tarefas mais relevantes no campo da espiritualidade normalmente são aqueles que manifestam desde a primeira infância tal aptidão, pois já foram preparados para tal tarefa. Tal observação sugere que Chico Xavier já teria “treinado” sua mediunidade, sobretudo sua psicografia, em etapas anteriores. De fato, um médium notável como Chico Xavier não poderia ser improvisado pela espiritualidade. Como Allan Kardec não era propriamente um médium ostensivo, será que ele desenvolveu toda a sua preparação para atuar como médium ostensivo na erraticidade, sem um teste efetivo na esfera carnal onde atuaria em tarefa importantíssima por quase um século?!

Muitos argumentarão que o Codificador teria capacidade para uma mudança de tarefa de tal magnitude, mas, de qualquer forma, é algo surpreendente a alteração drástica nos estilos de trabalho desenvolvidos nas duas encarnações. Em “Obras Póstumas”, os mentores espirituais esclarecem Allan Kardec, na mensagem intitulada “Meu Sucessor”, que o sucessor do Codificador – que para o professor Herculano Pires se trata de Léon Denis – tem aptidões diferentes das dele, Allan Kardec, porque as duas missões seriam bem distintas quanto às exigências de habilidades espirituais.

Em “Ação e Reação”, Silas diz que a chamada “inversão sexual” ocorre por motivos de expiação ou missão

Alguns confrades espíritas, tais como Arnaldo Rocha, afirmam que Chico Xavier teria confidenciado ter sido ele a médium Ruth Celine Japhet em sua última encarnação. Sem entrarmos em uma análise mais profunda sobre essa proposta, poderíamos dizer que, a priori, tal possibilidade seria, sob o aspecto do tipo de tarefa, mais plausível, pois Ruth Celine Japhet foi grande médium psicógrafa, tendo sido responsável pela revisão final do texto da primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, cuja estrutura inicial havia sido obtida por meio das famosas filhas do senhor Baudin, Julie e Caroline Baudin. Ora, somente um instrumento que fosse de elevadíssima confiança mediúnica poderia desenvolver a tarefa de grande responsabilidade de definir o texto final da primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, publicado em 18 de abril de 1857. Chico Xavier, evidentemente, poderia perfeitamente ter sido esse instrumento mediúnico em uma encarnação anterior. De qualquer maneira, discussões mais profundas a respeito dessa possibilidade ficam limitadas em função de nossa pouca informação bibliográfica sobre Ruth Celine Japhet.

A discussão acima nos induz, indiretamente, a uma segunda análise focada sobre o sexo do corpo utilizado por Chico em encarnações anteriores. Chico teria dito que a atual encarnação seria sua primeira encarnação na morfologia masculina em várias experiências. Obviamente, Chico poderia ter usado tal artifício para despistar os “pesquisadores” de plantão, porém nesse complexo quebra-cabeça não deixa de ser algo digno de menção. Em “Ação e Reação”, o Assistente Silas diz que a chamada “inversão sexual” ocorre por motivos de expiação ou de grande missão, o que poderia claramente ser o caso de Chico Xavier.

Por fim, aparentemente, as personalidades de Chico Xavier e de Allan Kardec seriam significativamente distintas, o que pode ser devido à influência do meio e das especificidades das respectivas tarefas, mas, talvez, as diferentes peculiaridades de cada um sejam demasiadamente representativas para considerá-los um mesmo Espírito.

A defesa da proposta feita à exaustão, ora pelos Espíritos, ora pelos médiuns dessas comunicações,
deixa-nos perplexos

Admitindo, uma vez mais, que Chico Xavier e Allan Kardec sejam encarnações do mesmo Espírito, por que subitamente essa informação tornou-se um ponto de honra por parte dos defensores desta tese? Por que somente após a morte de Chico Xavier, quando o próprio não poderia mais desmentir ou confirmar a hipótese, os defensores dessa tese passaram a se manifestar publicamente de forma tão ardorosa para defender tal ideia? Por que lutar tão apaixonadamente por essa proposição?

A defesa da proposta feita à exaustão, ora pelos Espíritos autores da revelação, ora pelos médiuns dessas comunicações, deixa-nos perplexos! Por que isso é tão importante? Em vários livros de diferentes autores espirituais esse tema volta à baila! Ora, tal hipótese poderia ser aventada em uma ou duas obras e submetida, como tudo o que vem do mundo espiritual, à análise dos espíritas para que, com o passar do tempo, um exame criterioso fosse seriamente efetuado, conforme nos ensina Allan Kardec.

Além da eventual fascinação, não devemos desprezar a possibilidade de significativa manifestação anímica, bem como um processo de caráter auto-obsessivo. Com efeito, não sabemos a diferença de opinião do médium e dos Espíritos, em função de defenderem exasperada e semelhantemente a mesma ideia por todos os meios de divulgação disponíveis.

Em uma palestra denominada “Encontro com Dirigentes”, Divaldo Franco diz que certa vez Joanna de Ângelis recomendou que ele não tentasse defender os autores espirituais que se manifestassem por intermédio dele, Divaldo, incluindo ela própria, Joanna de Ângelis.

Realmente, tamanho envolvimento emocional, chegando a níveis passionais, pode influenciar a “filtração mediúnica” do psicógrafo, facilitando a manifestação anímica. Qual proposta é originada da mente do médium e qual ideia surgiu da mente do Espírito?

É interessante notar que, apesar de viverem e trabalharem em bela sintonia com seus protetores espirituais, Chico, Yvonne e Divaldo sempre permitiram que identificássemos minimamente a diferença entre suas personalidades e a dos Espíritos que se manifestaram ou manifestam por suas respectivas faculdades.

Em "O Gênio Céltico e o Mundo Invisível" 13 mensagens atribuídas a  Kardec foram publicadas quando
Chico já havia nascido

No presente estudo, vale citar obras recentemente publicadas atribuídas ao próprio Chico Xavier/Espírito em que o autor espiritual sugere ser Allan Kardec. Ora, Chico Xavier sempre manteve profunda discrição quanto à verdadeira identidade de André Luiz, tanto que até hoje tem sido debatido sobre quem realmente seria esse Espírito. Por que motivo fomentaria uma discussão, depois de desencarnado, baseada na ideia dele próprio Chico Xavier ser Allan Kardec? Se fosse para registrar isso, não seria mais conveniente comunicar tal informação enquanto encarnado, pois, concordando ou não, saberíamos com certeza ser ele o portador do comunicado?

Na obra "O Gênio Céltico e o Mundo Invisível", de Léon Denis (1926), último livro publicado pelo Apóstolo do Espiritismo, 13 mensagens atribuídas a Allan Kardec são publicadas na porção final do livro. Não seria interessante interrogar Chico Xavier/Espírito sobre o mecanismo pelo qual tais mensagens foram obtidas, uma vez admitindo-se a premissa que Chico e Kardec sejam o mesmo Espírito?! O motivo da questão é que Chico Xavier nasceu em 1910 e na época do recebimento dessas mensagens seria um adolescente. Ele teria desdobrado e tomado a personalidade de Kardec? Isto teria sido um fenômeno consciente ou inconsciente? Desde essa época ele já sabia ser Kardec? Ou ele teria deixado, antes de reencarnar, as mensagens para que outro Espírito as “trouxesse” à Crosta terrestre no momento adequado. Obviamente, isso não seria impossível, mas seria algo no mínimo inusitado. Considerando tal possibilidade, seria uma questão bastante interessante para submetermos a Chico Xavier/Espírito (admitindo que ele estivesse se comunicando mediunicamente) visando ao nosso aprofundamento doutrinário em matéria de mediunidade e de ação espiritual.

Nesta mesma linha de raciocínio, devemos considerar a mensagem de Allan Kardec psicografada na reunião do Conselho Federativo Nacional, por ocasião da mudança da sede da FEB para Brasília. O médium foi Júlio César Grandi Ribeiro.

Na obra intitulada “Chico Xavier Responde”, por exemplo, Chico Xavier/Espírito admite a possibilidade de abortarem-se embriões que sejam portadores de problemas graves como a chamada “anencefalia”. Tal atitude é terminantemente uma postura contrária à Doutrina Espírita. Somente a título de ilustração, vale lembrar que no livro "Ação e Reação", psicografado por Chico Xavier, o Assistente Silas é radicalmente contra o aborto, classificando tal ato simplesmente como "crime".

Chico Xavier estaria entrando em contradição com sua obra mediúnica?! Tal comentário poderia ser oriundo de uma figura tão amorosa como Chico, que sempre combateu o aborto?!

As respostas atribuídas a Chico Xavier em “Chico Xavier Responde”  não correspondem à acuidade
intelectual de Chico Xavier

Analisando outras questões da obra, é evidente que as respostas atribuídas a Chico Xavier realmente não correspondem aos níveis de acuidade e profundidade intelectuais de Chico Xavier e de Allan Kardec. Vale frisar, de nenhum dos dois, independentemente da "possibilidade” de tais personalidades serem o mesmo Espírito. Se forem o mesmo Espírito, provavelmente não se trata do Espírito que responde às perguntas da referida obra. A capacidade de trabalho e a intensidade hercúlea de aproveitamento das horas em tarefas úteis constituem algumas das mais impressionantes peculiaridades de Chico Xavier. No entanto, é perfeitamente admissível que ele pudesse visitar com objetivos meramente afetivos um amigo médium, mantendo com ele um diálogo simples, pois este tipo de atitude está inserido dentro do contexto da caridade, que sempre foi praticada exaustivamente por Chico Xavier. Por outro lado, é difícil conceber Chico Xavier mantendo um diálogo de certa forma superficial e extenso com o objetivo de enfeixar o respectivo conteúdo em um livro.

Vale lembrar que Chico, Divaldo e Raul queimaram malas de mensagens psicográficas assim como a própria Yvonne Pereira não publicou tudo o que psicografou. Admitindo que o contato mediúnico seja legítimo e que o Espírito em questão seja realmente Chico Xavier, esse texto deveria ser publicado? Finalmente, o texto de “Chico Xavier Responde” sugere que todos ou pelo menos a grande maioria dos fenômenos ditos mediúnicos têm predominância anímica, minando a credibilidade das obras mediúnicas do Espiritismo. O próprio Divaldo Franco afirma que médiuns bem desenvolvidos em tarefa de elaboração de conteúdo didático para o movimento apresentam uma participação diminuta em sua contribuição anímica em relação ao fenômeno psicográfico. A predominância do animismo pode ser comum para a maioria dos médiuns em geral, mas não para médiuns que tenham tarefas de ampliação de nossas fontes verdadeiramente doutrinárias como é o caso de Chico Xavier, Divaldo Franco, Yvonne Pereira, entre outros.

“É preferível rejeitar dez verdades a aceitar uma única mentira”, nos ensina Erasto em “O Livro dos Médiuns”, pois a verdade mais cedo ou mais tarde se estabelece definitivamente e uma mentira pode gerar correlações e conclusões equivocadas sobre outros assuntos relevantes.

Reflitamos e busquemos sincera e humildemente a Verdade.
 


 


 

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