WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

 
Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 4 - N° 161 - 6 de Junho de 2010

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

Dermeval Carinhana Jr.:

“Qualquer centro espírita com um mínimo de estrutura pode manter uma rádio via internet”


O confrade paulista fala sobre sua experiência com a Web Rádio Espírita Campinas e conta como surgiu e foi elaborado o romance Como Nasce um Centro Espírita
 

 

Dermeval Carinhana Jr. (foto), nosso entrevistado da semana, nasceu em Lins (SP) e reside atualmente em Campinas. Espírita há mais de dez anos, integra o Instituto de Estudos Espíritas Wilson Ferreira de Melo, de Campinas (SP). Pesquisador e professor da área aeroespacial, com doutorado em Química, Dermeval relata nesta entrevista sua experiência de comentar doutrinariamente o romance Como Nasce um Centro Espírita, ditado pelo Espírito Silvestre ao médium Carlos Alberto Garcia. E nos fala igualmente sobre sua participação junto à ADE – Associação dos Divulgadores de Espiritismo de Campinas e a experiência com rádio e TV espírita pela Web.  Acom-

panhe suas lúcidas respostas. 

O Consolador: Como surgiu a experiência de comentar os capítulos de um romance psicografado e embasá-los doutrinariamente? 

Há anos discutíamos, eu e os demais companheiros do Instituto de Estudos Espíritas Wilson Ferreira de Melo, sobre a importância e as características do livro espírita. Logo no início, com pouco conhecimento e ainda sem a devida experiência na área da comunicação social espírita, imaginávamos que os romances espíritas tinham pouca importância no desenvolvimento das ideias espíritas, limitando-se apenas a confortar algumas pessoas. O tempo mostrou, contudo, que isso era um erro conceitual dos mais graves. Um romance espírita nada mais é do que uma história, em particular, envolvendo pessoas e Espíritos. Ora, o Espiritismo se ocupa justamente de esclarecer a humanidade sobre a natureza dessas relações. É natural, portanto, que sejam utilizados exemplos particulares de grupos de Espíritos a fim de se apresentar as leis gerais do Criador. Contudo, lendo uma única história, nem sempre fica tão evidente o caráter geral de determinadas situações pelas quais passamos. Daí a importância do comunicador/escritor espírita oferecer explicações, na forma de comentários, por exemplo, mostrando o traço de união entre a narrativa e o conhecimento espírita já acumulado. Kardec, como muitos outros, fazia isso muito bem. “O Livro dos Espíritos” está repleto de notas de Kardec. 

O Consolador: Houve dificuldades nesse trabalho e necessidade de alteração do texto original apresentado pelo autor espiritual? 

Para muitos espíritas, o texto ditado ou escrito por um médium representa palavra por palavra o pensamento do Espírito comunicante. Logo no início dos trabalhos de psicografia também carregávamos essa impressão. Contudo, por iniciativa dos próprios Espíritos, essa visão se modificou ao longo dos trabalhos. O estudo sério mas, sobretudo, simples de “O Livro dos Médiuns”, aliado às observações colhidas nos próprios trabalhos mediúnicos, mostrou-nos que o médium não funciona como uma impressora humana. A mediunidade é baseada em um processo de interpretação de ideias. Em outras palavras, médium reveste, por assim dizer, o pensamento dos Espíritos com as palavras e conceitos que possui. Assim, de acordo com a necessidade, pode-se perfeitamente alterar a forma de uma comunicação sem alterar sua essência, a fim de se facilitar a compreensão do texto final. O assunto é muito mais amplo e de extrema importância para o Espiritismo, e pode ser resumido no comentário final de Allan Kardec no texto “Minha Primeira Iniciação ao Espiritismo”, publicado em “Obras Póstumas”: “Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O Livro dos Espíritos, entregue à publicidade em 18 de abril de 1857”. 

O Consolador: Em quanto tempo a obra foi recebida e como surgiu sua motivação no que se refere à psicografia e ao tema? 

As psicografias propriamente ditas iniciaram-se em fevereiro de 2004, e se estenderam até maio de 2005. O curioso é que até então o Carlos, o médium responsável pela narrativa, a despeito de sua experiência de mais de vinte anos como médium, nunca tinha se dedicado à psicografia. Assim, inicialmente foram transmitidas várias comunicações preliminares, como que exercícios a fim de ajustar o médium ao processo. Esse é apenas um dos muitos aspectos em torno de um trabalho como esse, e que muitas vezes ficam nas entrelinhas da obra final. Em nosso caso, podemos afirmar que, muito mais do que publicar um livro, os Espíritos estavam, sobretudo, interessados em nos instruir. Ao longo de todo o trabalho, fomos sempre convidados e motivados a discutir e analisar os conteúdos trazidos. De maneira complementar, em outras reuniões de nosso grupo, tivemos a oportunidade de contar com comunicações de outros Espíritos ligados à narrativa, além, claro, do próprio autor. Alguns se destacaram pela sua conduta e ensinamentos superiores, enquanto outros, pelas grandes necessidades psicológicas que ainda carregavam. Porém, todos foram importantes, contribuindo, cada qual à sua maneira, para nossa instrução.  

O Consolador: Relate sua experiência junto à ADE Campinas. 

A ADE Campinas tem como objetivo principal contribuir com a propagação das ideias espíritas. Para tanto, ela se ocupa do estudo e do desenvolvimento de tudo aquilo que diga respeito à comunicação social espírita, isto é, do diálogo, da troca de ideias entre as pessoas dentro do ambiente espírita, e deste para a sociedade em geral. Portanto, desde uma palestra em um centro espírita, até um programa de TV em cadeia nacional, esse é o campo de trabalho da ADE. Nesse sentido, como certa vez ouvi em um discurso, não faltam palavras, mas sim espaço, para falar sobre quanto que nós, pois estou certo de que falo em nome de todos os companheiros da ADE Campinas, temos aprendido com os comunicadores e divulgadores do Espiritismo, sejam eles conhecidos ou anônimos. Seria impensável o presente livro sem a contribuição dessa área do Espiritismo. Em particular, gostaríamos de registrar o apoio que sempre recebemos de nossa coirmã ADE São Paulo. 

O Consolador: Comente sobre sua experiência com a Web Rádio Espírita Campinas. 

A ideia de se criar uma Web rádio surgiu no início de 2007. Naquela época, estávamos terminando o contrato com uma emissora de TV a cabo de Campinas. Por cerca de dois anos a ADE Campinas foi responsável pela veiculação de um programa semanal de TV. Porém, os custos envolvidos estavam se avolumando, o que tornou inviável a continuidade do trabalho. Nessa fase de transição, o rádio surgiu como uma opção natural, uma vez que desde o início de 2006 a ADE Campinas, por meio de seus comunicadores, tem participado do “Ação 2000”, programa produzido pela ADE São Paulo desde 1997, e veiculado pela Rádio Boa Nova de Guarulhos. Como não dispúnhamos de uma rádio convencional em Campinas, voltamos nossas atenções para a internet, que na época já era o canal de várias rádios, entre as quais a própria Boa Nova. Elaboramos, então, um projeto contendo os aspectos técnicos e financeiros, e, principalmente, os relativos aos formatos e conteúdos dos programas. Foi assim que no dia 1o de maio de 2007 a Rádio Espírita Campinas estreou o programa “Opinião Espírita”. Atualmente, temos dois outros programas: o “Observatório Espírita”, também da ADE Campinas, e “Nos Caminhos do Saber”, produzido pela Área Cultural do Instituto Brasileiro de Psicoterapia Autógena, da cidade de São Paulo. Mais recentemente, iniciamos os trabalhos de uma TV via internet, que pode ser acessada no site www.tvespirita.org.br

O Consolador: Indique os contatos, sites e dicas para os leitores interessados em uma possível instalação de emissora nos mesmos moldes. 

Em nosso site (www.radioespirita.org) existe um pequeno roteiro para a estruturação e implantação de uma Web rádio/TV espírita. Temos notícias de Web rádios que foram estruturadas a partir de nosso modelo, algumas até com infraestrutura e alcance muito superiores ao nosso. Se de um lado esse fato nos enche de satisfação e honra, ele não chega a surpreender. Qualquer centro espírita com um mínimo de estrutura pode manter uma rádio via internet. Aos companheiros que desejarem iniciar um trabalho semelhante, estamos à disposição para auxiliar naquilo que for possível. Nesse sentido, temos, por solicitação de alguns grupos, organizado oficinas e seminários sobre o assunto. 

O Consolador: Quanto às transmissões ao vivo das palestras pela internet, quais têm sido as repercussões e principais experiências?

Esse é um trabalho que iniciamos, em caráter experimental, em meados de 2009, no interior de São Paulo. Graças à mobilidade que a tecnologia permite, em alguns centros que visitamos, transmitimos as exposições em tempo real por meio da rádio. Uma vez que esses testes envolvem o uso de uma verdadeira parafernália eletrônica, no início achamos prudente consultar os dirigentes dos centros por onde iríamos passar. Contrariando nossas expectativas iniciais, de que tal ideia pudesse causar algum tipo de constrangimento, a proposta foi recebida com vivo interesse por todos. Em todos os lugares, sem uma única exceção, diversos companheiros prontamente se dispuseram a abrir os centros com mais de uma hora de antecedência, a fim de que tudo pudesse ser testado e acomodado. Esse fato indica que o uso da tecnologia na comunicação e divulgação das ideias espíritas não está, como nunca foi, restrita aos grandes centros urbanos, tal como a história registra no exemplo de Cairbar Schutel. 

O Consolador: Quando foi fundada a instituição a que você se vincula e qual a programação principal a que ela se dedica? 

 O Instituto de Estudos Espíritas “Wilson Ferreira de Mello” foi fundado em setembro de 2002. Trata-se de um agrupamento espírita de tamanho pequeno, com cerca de 20 a 25 integrantes. De modo geral, podemos dizer que suas atividades são equivalentes aos outros milhares de centros espíritas espalhados pelo Brasil, possuindo grupos de estudos teóricos e práticos das obras de Allan Kardec. Parte do resultado desses estudos pode ser encontrada na “Revista de Estudos Espíritas”, uma publicação disponível no site www.ree.org.br, e que atualmente está prestes a ganhar uma versão impressa. 

O Consolador: Algo mais a acrescentar? 

Certo domingo, no início de 2009, durante uma das edições do “Opinião Espírita”, recebemos o seguinte e-mail: “Meus queridos irmãos e irmãs Espíritas, estou ouvindo vocês de Paris, na Passage Sant’ Anna 59, local onde nosso querido mestre Allan Kardec viveu de 1859 até 1869, quando desencarnou”. Qual a nossa surpresa em verificar que se tratava do companheiro Oceano Vieira, diretor da Versátil Vídeo, responsável por importantes e recentes contribuições ao meio espírita, entre as quais o resgate histórico do programa Pinga-Fogo, que teve como entrevistado Chico Xavier, ainda nos anos 1970. Imediatamente, noticiamos essa participação por nossos microfones, expressando a emoção que tomava conta de todos à mesa. Por sua vez, o Oceano ficou mais emocionado ainda, pois ele não imaginava que se tratava de transmissão “ao vivo”. Isso dá uma ideia da importância e alcance de uma ferramenta de comunicação como a internet. 

O Consolador: Suas palavras finais. 

Com respeito à obra Como Nasce um Centro Espírita, é importante destacar que, se de um lado em sua capa constam os nomes de três pessoas, Carlos Garcia (médium), Silvestre (espírito) e eu, Dermeval, como responsável pelos comentários, de outro tais inscrições são apenas referências. Esse, como muitos outros trabalhos semelhantes, tem como principal característica a coletividade. Seria estar bem longe da realidade imaginar que tantas informações pudessem brotar unicamente da cabeça de três pessoas. Assim, ainda que a história possivelmente não registre o trabalho dos muitos companheiros, tanto encarnados, como desencarnados, que participaram desse trabalho, em nome dos demais amigos responsáveis pela obra, Carlos e Silvestre, nosso agradecimento e reconhecimento pela contribuição a esses queridos e importantes amigos-irmãos de jornada. 
 

Nota do entrevistador: O livro Como Nasce um Centro Espírita foi publicado pela Mythos Books e já se encontra disponível.



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita