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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 3 - N° 152 - 4 de Abril de 2010

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)
 

Rogério Coelho:

“Jesus foi o vexilário maior do túmulo vazio”

O confrade fala sobre o medo e a dor da separação causada
pela morte e diz que é plenamente possível vencer o
receio da morte e assimilar as aflições trazidas pela
aparente perda de nossos entes queridos

 

Rogério Coelho (foto), conhecido articulista e escritor espírita, lançou o livro E depois da morte o que acontece? Trata-se de valiosa obra cujo principal perfil é transmitir conforto aos corações que se sentem despedaçados pelo fenômeno natural da morte, que, do ponto de vista humano, separa criaturas que se amam, trazendo o sofrimento, muitas vezes o desespero e, em alguns casos, a depressão. 

Utilizando-se da clareza e da lógica do pensamento espírita, Rogério desenvolveu o livro, todo ele estruturado sobre as bases da imortalidade da alma. Por ocasião  do  lançamento,  concedeu-nos  a

entrevista que segue abaixo. O livro foi publicado pela Mythos. 

O Consolador: Por que um livro para abordar a morte, essa temida ocorrência da vida humana? 

A finalidade deste livro é elidir ou pelo menos abrandar os temores e desesperos que envolvem esse evento natural, e para não só desmitificar o aspecto desolador e o quadro de dores acerbas que envolvem o fenômeno natural da morte, mas também veicular os conceitos espiritistas extremamente consoladores, colocando-a como Portal da Imortalidade que dá acesso à verdadeira vida, buscando abrir a visão das criaturas para os painéis do Infinito, nos quais se desdobra – estuante – a vida normal e natural, a vida abundante da referência evangélica. 

O Consolador: Que inspiração o norteou na seleção dos textos, na configuração dos capítulos e sua sequência? 

Não nos preocupamos com a configuração dos capítulos e sua sequência, já que o tema fluiria normalmente qualquer que fosse a disposição dos mesmos. Contudo, o que nos levou a selecionar os textos foi um fato ocorrido no Equador: Uma conhecida nossa ficou totalmente alucinada e desnorteada com a “morte” de seu filho durante uma operação que se afigurava simples. Sua aflição era tamanha que durante seis meses outra coisa não fez senão ficar olhando para a fotografia do filho, sem interessar-se por mais nada... Resolvemos enviar-lhe algumas páginas que escrevemos para a imprensa espírita sobre o tema: “Morte e Imortalidade”. O impacto dessa leitura em nossa conhecida foi extremamente benéfico. Ela logrou sair da crise. Só aí me dei conta de que estava com um novo livro em minhas mãos. Se a leitura foi boa para ela, poderia ser também para qualquer outra pessoa que estivesse na mesma situação de dor e desespero... Não é sem motivo que o Espiritismo tem por codinome o lexema “Consolador”. 

O Consolador: Na ampla abordagem sobre a Imortalidade você se preocupou no conforto oferecido pela Doutrina Espírita para aqueles que se viram de um momento para outro sem a presença física material de seus entes queridos.  Como você situa no contexto da atualidade esse conforto oferecido pelos ensinos espíritas? 

É um consolo tão bom para os tempos atuais e também futuros como o foi no passado desde o surgimento do Espiritismo...  Enquanto as religiões d`antanho e as variegadas nuanças da filosofia deixam vazios e incertezas de vário matiz acerca do post mortem, a Doutrina Espírita desvela os painéis da Imortalidade com fatos e testemunhos insofismáveis da realidade do Mundo Espiritual do qual viemos e para onde, naturalmente, voltaremos. Nesse campo o Espiritismo é singular e imbatível! 

O Consolador: Qual o melhor preparo que se pode fazer para a inevitável ocorrência da morte? 

A prática do bem e a consciência pura constituem, segundo os Espíritos (O Livro dos Espíritos, q. 165), o melhor preparo que se pode fazer para encarar essa inevitável ocorrência, além, é claro, do conhecimento do Espiritismo. 

O Consolador: Para os que ainda duvidam da imortalidade, o que você diria? 

Para os incrédulos aconselharíamos que descessem do pedestal do orgulho, da presunção e da empáfia e procurassem – humildemente e sem preconceitos – estudar os conceitos espiritistas, não esquecendo que a classe médica um dia duvidou da existência dos micro-organismos até que o microscópio provou a sua existência. Paradoxalmente, a “morte” é o “microscópio” que revela a imortalidade da alma. Mas não há necessidade de esperar por ela para crer: Basta conhecer o que ensina o Espiritismo, que começou com fenômenos ostensivos justamente para abalar o cepticismo dos materialistas e incrédulos.

Léon Denis em seu extraordinário livro “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, editado pela FEB, explica – logo nas páginas iniciais – que “à vista de tantos fenômenos verificados experimentalmente, em presença de testemunhos que de toda parte se acumulam, nenhum Espírito perspicaz pode continuar a negar a realidade da outra vida, a esquivar-se às consequências e às responsabilidades que ela acarreta.  (...) O Cristianismo teve como ponto de partida fenômenos de natureza semelhante aos que se verificam em nossos dias, no domínio das ciências psíquicas. É por esses fatos que se revelam a influência e a ação de um mundo espiritual, verdadeira morada e pátria eterna das almas. Por meio deles rasga-se um claro azul na vida infinita. Vai renascer a esperança nos corações angustiados e a Humanidade vai reconciliar-se com a morte”. 

O Consolador: É possível vencer o medo da morte? 

Em geral nós temos medo do desconhecido; e da morte, então, nem se fala! Causa pavor a muita gente!  Isso é natural, e faz até mesmo parte do instinto de conservação da espécie, com a agravante de que durante séculos o nosso discernimento foi cozinhado no caldo cultural judaico-cristão. Mas, uma vez conhecida e entendida a nossa destinação espiritual, o medo desaparece ou quando muito pode ficar um inofensivo e compreensível “receiozinho”.  Allan Kardec aborda com peregrina clareza e objetividade a questão do “temor da morte”.  Basta conferir lá no livro “O Céu e o Inferno”, 1ª parte, cap. II, e constatar que “a vida futura deixa de ser uma hipótese para ser uma realidade, na qual o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática.  (...) Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada”. 

O Consolador: Que palavras podem ser dirigidas para os que enfrentam a realidade da separação de seus entes queridos? 

Palavras de solidariedade e apreço, um bom, longo e carinhoso abraço e, na primeira oportunidade que surgir, oferecer um exemplar de O Evangelho segundo o Espiritismo, recomendando em especial a leitura dos capítulos V e VI, cujos conteúdos são bálsamos para os corações dilacerados pela dor. Orar pelos que se foram e pelos que ficaram também é uma atitude de alta significação e de efeitos extremamente positivos. 

O Consolador: E como situar nesse contexto todo de reflexões o binômio imortalidade/reencarnação? 

Poderíamos melhorar esta equação transformando esse binômio num trinômio: Imortalidade, Comunicabilidade dos Espíritos e Reencarnação. Esses elementos realçam e consolidam o aspecto consolador do Espiritismo, oferecendo-nos a certeza de que “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”, uma vez que provam experimentalmente que a vida continua estuante após a passagem pela lama tumular. 

O Consolador: Mas, o que realmente acontece depois da morte? 

Depois da morte seremos alocados em algum lugar do Mundo Espiritual compatível com o nosso grau evolutivo, no qual vamos defrontar a colheita de nossa plantação, de acordo com as nossas obras, conforme assertiva de Jesus exarada no capítulo 16, versículo vinte e sete do Evangelho de Mateus. É evidente que todo esse processo estará envolvido no algodão da misericórdia divina e não faltarão apoio e assistência a quem tiver feito por merecê-los. Nesse momento o que vai falar alto será a prática do bem e a consciência pura, conforme vimos acima. 

O Consolador: De que forma incorporarmos em nós mesmos a convicção de que somos seres imortais? 

Pelo estudo, pelo raciocínio, pela lógica... Jesus foi o vexilário (1) maior do túmulo vazio e, afinal, não foi Ele quem disse que iria preparar-nos lugar? Ora, se Ele se dispôs a isso sabendo que o nosso corpo físico se destrói, é porque algo que existe em nós de imortal irá ocupar o lugar que Ele iria preparar. Por que Ele iria preparar lugar para nós se não houvesse vida post mortem? Duvidar, quem há de? 

O Consolador: Suas palavras finais. 

Gostaria de deixar para os caros leitores nossas fraternais saudações e um estímulo para o estudo sério e perseverante do Espiritismo, essa Doutrina maravilhosa que nos enche de alegria de viver, dinamiza nossa fé e norteia nossos passos, além de nos explicar como nenhuma outra – de maneira clara e insofismável – a nossa origem e destinação, ou seja: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos...  Ensina-nos, também, a trabalhar – desinteressadamente – nas leiras da Caridade, fora da qual não há salvação, ensejando-nos, desde já, a definitiva alforria espiritual. 

Tendo como balizas o “amai-vos e instruí-vos” sugeridos pelo Espírito de Verdade, não teremos motivos para temer a morte, que outra coisa não é senão simples e feliz transição de um para o outro plano da vida imortal, no qual continuaremos nossa ascese evolutiva. Faço votos que a leitura de nosso despretensioso livrinho possa lenir os corações ulcerados pela dor e pela saudade dos entes queridos que se foram, tal como o fez com a nossa querida amiga equatoriana.  

 

(1) Vexilário é o mesmo que porta-bandeira.
 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita