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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 3 - N° 131 - 1o de Novembro de 2009

KATIA FABIANA FERNANDES
kffernandes@hotmail.com
Londres, Inglaterra (Reino Unido)
 

Jussara Korngold: 

“A missão do espírita será sempre a de esclarecer,
jamais impor”

  

Em Nova York desde 1996, Jussara Pretti Korngold (foto), que nasceu na Capital de São Paulo, vive há muitos anos fora do Brasil. Primeiramente ela morou em Londres, mas depois radicou-se definitivamente na maior cidade americana, onde é no momento vice-presidente do Conselho Espírita Americano (United States Spiritist Council) e desenvolve várias atividades no meio espírita, como traduções e palestras, além de atuar na área assistencial.

Formada em Economia, com mestrado em Ciências Contábeis, sua mudança para

Nova York deu-se em função do trabalho profissional do seu marido.  

Profissionalmente, Jussara já trabalhou na divisão de corporações e no escritório de representação do The Chase Manhattan Bank, bem como na American Express, Inc. como gerente de contas corporativas, e depois no Citibank, como vice-presidente de contas corporativas. No momento, ela é a principal executiva do escritório da Associação Saúde Criança Renascer/Friends of Renascer em New York, como voluntária.   

O Consolador: Que cargos ou funções você já exerceu no Movimento Espírita?

Olha, graças a Deus já foram muitos, então vou listar os mais atuais. No momento sou a fundadora e presidente do Spiritist Group of New York e do Spiritist Alliance for Books. Sou também a vice-presidente do United States Spiritist Council. 

O Consolador: Quando você teve o seu primeiro contacto com o Espiritismo?

Nasci em família espírita, na qual pertenço à terceira geração de espíritas, mas na verdade comecei a frequentar mais as reuniões e ler os livros da codificação e outros a partir dos 11 anos, quando minha mãe me levou ao centro espírita.

O Consolador: Houve algum fato ou circunstância especial que a tenha levado ao centro espírita?

Eu creio que minha mãe estava necessitada e eu ia para acompanhá-la, mas logo me apaixonei, e aí era eu que a levava, ou melhor, pedia a ela que me levasse, já que eu era ainda pequena para ir ao centro sozinha. 

O Consolador: Qual foi a reação de sua família?

Talvez mais de indiferença que outra coisa qualquer. Infelizmente, em uma família de 5 pessoas, só mesmo eu e minha mãe é que seguimos o Espiritismo. 

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião - qual o que mais a atrai?

Apesar de gostar do Espiritismo como um todo, em seu tríplice aspecto, justamente por ser tão completo, acho que o aspecto que me atrai mais é o filosófico, ou seja, a base do Espiritismo, representada pela obra O Livro dos Espíritos

O Consolador: Que autores espíritas lhe agradam? 

Alem de Kardec e dos clássicos do Espiritismo como Léon Denis e Gabriel Delanne, gosto muito dos livros de Francisco Cândido Xavier, Divaldo Franco e Raul Teixeira. Esses são os livros que sempre recomendo para as pessoas que me pedem indicação de livros. Depois de ler estes autores, aí sim teremos uma boa base para julgar os outros títulos. 

O Consolador: Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis ao confrade iniciante?

Não dá para saber de Espiritismo sem ler O Livro dos Espíritos. Depois recomendo que procurem fazer a leitura e a prática do Evangelho no lar com O Evangelho segundo o Espiritismo. Após isso creio que o livro E a vida continua, de André Luiz, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, é uma boa introdução à vida espiritual e assusta menos que o Nosso Lar, na minha opinião. 

O Consolador: As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado espiritismo laico. Para você o Espiritismo é uma religião?   

Eu concordo com a frase que alguns atribuem a Kardec e outros ao Espírito Emmanuel: O Espiritismo não é a religião do futuro mas sim o futuro das religiões. Dessa forma fica clara a posição do seu autor, com a qual concordo plenamente, de que os conceitos espíritas, que constituem a filosofia espírita, estão aqui para serem introduzidos nas outras religiões e não necessariamente para substituí-las.

Kardec apresentou-nos o Espiritismo em seu tríplice aspecto, e chamou-o de Espiritismo ou Doutrina Espírita, e não de religião espírita. Ele salienta na Revue Spirite que o Espiritismo tem seu aspecto religioso, pois ele segue os ensinamentos de Jesus e nos religa ao Pai, mas ele não é uma religião organizada conforme se entende de religião, já que em suas fileiras não existe uma hierarquia de cargos religiosos. Gostaria, por fim, de salientar que o Espiritismo não existe sem o aspecto religioso, da mesma forma que ele não existiria sem os aspectos filosófico e científico. 

O Consolador: Em algum momento de sua vida como espírita você se sentiu de certa forma privilegiada por ter os conhecimentos da Doutrina? Pode nos contar algum desses momentos?

Isto acontece diariamente, mas é claro que nos momentos difíceis sentimos ainda mais fortemente como é bom ser espírita, pois temos a vantagem do entendimento, que nos ajuda a superar estas dificuldades. 

O Consolador: Como você vê a discussão em torno do aborto? Nos Estados Unidos, como esse assunto é tratado?

Creio que não há duas maneiras de se ver o aborto: ele é um ato criminoso. Sabemos, sim, que existem circunstâncias em que ele é justificado, como vemos em O Livro dos Espíritos, em que os Espíritos nos falam que no caso da vida da mãe estar em perigo devemos salvar a vida que já está consolidada. Aqui nos Estados Unidos, pelo fato de serem respeitados os direitos dos indivíduos a todo custo, a tendência é que se veja o aborto como uma consequência natural do livre-arbítrio de cada um. A missão do espírita será, contudo, sempre a de esclarecer, jamais impor. 

O Consolador: Você tem contato com o movimento espírita brasileiro?

Temos pouco contato, e este se dá mais através da Federação Espírita Brasileira. Acho que o Brasil e os brasileiros fazem um trabalho gigantesco na difusão do Espiritismo no Brasil e no mundo; afinal, é por isso que estamos aqui nos EUA. 

O Consolador: Quando e como se originou o atual movimento espírita nos Estados Unidos?

Estamos procurando trabalhar em conjunto para fazermos um histórico do início do movimento espírita nos EUA. Quando Francisco Cândido Xavier e Waldo Viera visitaram os Estados Unidos em 1965, eles já encontraram centros consolidados, e, é claro, contribuíram para que eles crescessem ainda mais. Mas, no começo da difusão do Espiritismo aqui, ela acontecia mais para atender à necessidade das comunidades brasileiras e hispânicas. Somente a partir de 2000/2001 é que grupos espíritas especificamente dedicados à difusão do Espiritismo no idioma inglês começaram as suas atividades, como o Spiritist Group of New York e a Spiritist Society of Baltimore. Podemos dizer então, com segurança, que o Movimento Espírita, em inglês, somente começou com uma certa expressão aqui nos Estados Unidos no século 21. 

O Consolador: Existem no país muitos grupos?  Como é feita a divulgação da Doutrina?

O Conselho Espírita Americano (United States Spiritist Council) - http://www.spiritist.us - possui uma lista que atualmente conta com 84 casas espíritas espalhadas pelos Estados Unidos. A divulgação é feita por meio de visitas a centros, seminários, congressos, meios de comunicação etc. Não podemos esquecer que, na maioria dos casos, as casas espíritas estabeleceram-se devido ao trabalho de incansáveis pioneiros que, deslocando-se de seus lares, vão pelo mundo levando a palavra espírita para todos. Neste campo temos que destacar Divaldo Pereira Franco e Raul Teixeira. 

O Consolador: Como tem sido a aceitação dos ensinamentos espíritas no país?

Não podemos falar em aceitação de algo que praticamente não é conhecido. Estamos ainda na fase de implementação e consolidação do Movimento Espírita Americano. Temos muito trabalho ainda a fazer até que cheguemos ao ponto de aceitação ou não dos conceitos espíritas. Mas, como vemos no livro A Gênese, de Allan Kardec, os tempos são chegados e temos de seguir adiante fazendo a nossa parte, para que nós mesmos, em futuras encarnações, possamos colher os frutos benéficos desse plantio. 

O Consolador: Pode-se dizer que as pesquisas científicas estão auxiliando a reaproximar a medicina e a religião nos Estados Unidos?

Conforme disse o nosso sábio codificador Allan Kardec, a ciência tem de andar lado a lado com a religião. E, sem dúvida alguma, as grandes descobertas e pesquisas científicas realizadas por cientistas de renome como Albert Einstein e Stephen Hawking – cientistas estes que ao longo de suas pesquisas enfatizam a presença de Deus e sua submissão a nosso Criador – ajudam muito neste processo.  

O Consolador: Diante da situação econômica em que se encontram os Estados Unidos, agora vivendo a experiência de contar com um presidente respeitado no mundo todo, como você sente a sociedade americana?

Como num período de transição, mas não para pior e sim para melhor. Temos hoje um presidente que nos parece ser mais um missionário, e rogamos ao Pai que ele possa realizar esta tarefa de transição.  

O Consolador: Em face do nível bastante alto de violência e criminalidade que parece aumentar no mundo todo, qual é, a seu ver, a ação a ser desenvolvida?

É triste ver como ainda nos demoramos nas sombras. Devemos seguir a orientação de Kardec para superarmos esta tendência: “É pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a Humanidade”. Creio ser esta a fórmula para o sucesso: educarmos as crianças e os jovens, e quem sabe até mesmo os adultos, nos princípios espíritas. Pitágoras disse: "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos". 

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e no mundo?

Continuar a amar. Somente o amor incondicional nos possibilitará prosseguir em nossa tarefa de levar a luz e o esclarecimento aos nossos irmãos e irmãs pelo mundo afora. O amor nos possibilita acreditar que, como nós mesmos já fomos um dia resgatados, esses Espíritos endurecidos que encontramos hoje espalhados pelo mundo também irão realizar a sua transformação. Sigamos amando sempre, seguindo as palavras e, acima de tudo, os exemplos de nosso Mestre Maior: Jesus.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita