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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 3 - N° 128 – 11 de Outubro de 2009

 

O presente de Deus

 

Edinho estava muito ansioso.

Aproximava-se o Dia das Crianças e ele não conseguia pensar em outra coisa senão no presente que ganharia de seus pais.

Precisava escolher bem! E pensava:

— O que vou pedir? Um carrinho importado com controle remoto? Ou um videogame de última geração? Quem sabe uma bicicleta nova, já que a minha está velha e feia? Talvez um patinete motorizado, igual ao que meu vizinho ganhou?

E Edinho não conseguia se decidir.

Nesse dia, estava no portão da sua casa,
esperando aparecer um amigo para brincar, quando notou, aproximando-se, alguém numa cadeira de rodas. Era um garoto mais ou menos da sua idade, conduzido por um rapaz.

Edinho não conseguia desviar os olhos do menino, entre curioso e penalizado.

Notando o interesse de Edinho, ao passar pelo portão o rapaz parou a cadeira e apresentou-se, educadamente:

— Olá! Sou Júlio e este é meu irmão Rafael. Por favor, você poderia arranjar um copo d’água para meu irmão? Ele está com muita sede e nossa casa ainda fica longe.

Edinho, prestativo, foi buscar a água. Enquanto o garoto tomava a água, pôde observá-lo melhor. As pernas eram atrofiadas e pequenas, em relação ao tamanho do corpo.

O menino entregou-lhe o copo, agradecendo a gentileza. Em seguida, sem poder se conter, Edinho perguntou:

— Rafael, o que aconteceu com suas pernas?

— Nasci assim.

— Ah!... E por quê?

— Deus achou que seria importante para o meu aprendizado espiritual, diz mamãe. Quem sabe, numa outra encarnação, eu tenha usado mal as pernas?

Edinho estava surpreso.

— Quer dizer que você nunca vai poder andar?

— Ando por todos os lugares nessa cadeira de rodas, levado por meu irmão Júlio.

— Mas você não pode brincar de bola, correr, andar de bicicleta, como os outros meninos?

Com um sorriso alegre, Rafael respondeu sem qualquer resquício de revolta:

— Não. Mas isso não me incomoda. Posso fazer outras coisas igualmente boas.

Tenho vários jogos interessantes, possuo muitos brinquedos, leio bastante, assisto à televisão, vou à escola, passeio, visito meus amigos, vou ao cinema e muito mais.

Rafael e Júlio despediram-se, e Edinho prometeu visitá-los. Viva simpatia tinha surgido entre eles.
 

Edinho estava muito impressionado com o novo amigo. Rafael teria tudo para ser um garoto revoltado e, no entanto, percebia que ele era realmente feliz, apesar de não poder andar.

E, naquele momento, lembrou-se da sua preocupação com o presente que esperava ganhar no Dia das Crianças. Sentiu imensa vergonha da si mesmo. 

Já sem vontade de brincar, entrou em casa, pensativo.

Mais tarde, quando seu pai chegou do serviço, tomaram lanche e depois a família sentou-se para fazer o Evangelho no Lar. Edinho aproveitou a ocasião e disse:

— Papai! Mamãe! Quero dizer a vocês que não desejo ganhar presente no Dia das Crianças.

Os pais se entreolharam, surpresos:

— O que aconteceu? — perguntou sua irmã mais velha — Está doente?

Com seriedade, Edinho olhou a todos e respondeu:

— Já tenho recebido muito. Não preciso de mais nada.

E como todos tivessem estranhado sua decisão, o menino relatou o encontro com o paralítico Rafael, concluindo:

— Fiquei envergonhado. Ele vive numa cadeira de rodas e é muito pobre. Mesmo assim, acha que tem tudo e não se queixa de nada. E eu, que tenho tudo, vivo reclamando sempre e desejando cada vez mais. Tenho um corpo perfeito, as pernas que me conduzem para onde desejo ir, os braços que me obedecem sem problemas, inteligência para pensar... E também as nossas condições de vida, a casa, o amor da família... Eu compreendo agora que não preciso de mais nada. Deus já me deu muitos presentes.

Seus pais estavam comovidos. A irmã, sempre durona, tinha os olhos úmidos, e todos sentiam uma vibração diferente no ar.

O pai, ao encerrar a reunião com uma prece, comentou emocionado:

— A lição que tivemos hoje, através do relato do Edinho, foi a mais importante das que já tivemos. Oxalá todas as pessoas pudessem pensar da mesma maneira: serem gratas pelas bênçãos que o Senhor lhes dá. Obrigado, meu filho. A você e ao Rafael, que esperamos conhecer qualquer dia desses.    


                                                        Tia Célia


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita