WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Especial Inglês Espanhol    

Ano 3 - N° 121 – 23 de Agosto de 2009

LEONARDO MACHADO
leomachadot@gmail.com
Recife, Pernambuco (Brasil)

 

A Palestina no tempo
de Jesus

A Palestina, onde Jesus nasceu, era o nome que os romanos deram à região anteriormente chamada de Filístia por seus próprios habitantes e que os hebreus designavam pelo
nome de Canaã, a Terra Prometida por Iavé

 

Para melhor se entender o Evangelho de Jesus é importante não negligenciar a geografia na qual os acontecimentos que ali são descritos se sucederam.  

Como era a Palestina

Como se sabe, o Mestre nasceu no território conhecido como Palestina. Este, na realidade, era o nome mais recente do local, dado pelos romanos, que literalmente significava “terra dos filisteus”, derivado do grego Philistia. Anteriormente, era chamado de Filístia pelos antigos habitantes. Os hebreus a chamavam de Canaã, que certamente significava “Terra da Púrpura”. Era a esperada Terra Prometida por Iavé.  

Esta atualmente conhecida “Terra Santa”, ao lado de outros territórios, que abrangiam o Egito, a Arábia, a Síria, a Mesopotâmia, a Armênia, o Irã e a Ásia Menor, fazia parte do antigo Oriente Próximo, também chamado de Ásia Ocidental ou Ásia Anterior. Nessa região, surgiram as primeiras civilizações do mundo, muito embora apresentasse grandes desertos, estepes e montanhas. Concorria para este florescimento populacional o fato de ser uma área que apresentava vales férteis de grandes rios, ao lado da localização estratégica - passagem obrigatória das rotas comerciais do local. 

Estritamente falando, a Palestina é uma estreita faixa limitada ao norte pela antiga Fenícia, que corresponde hoje ao Líbano e a parte da Síria; ao sul pela península do Sinai, região montanhosa e desértica do Egito; a leste pelo Deserto Arábico, que atualmente se estende da Síria e da Jordânia para outros países; e a oeste pelo Mar Mediterrâneo, um mar do Atlântico Oriental que banha diversos países.  

Estendendo-se de norte a sul por cerca de duzentos e quarenta quilômetros e tendo aproximadamente vinte mil e seiscentos quilômetros quadrados, era atravessada pelo rio Jordão, palavra que significa “lugar onde se desce”. Sua nascente se situa nos montes Antilibano, na encosta do monte Hérmon. Daí, descendo, forma o lago Hulé, e depois, o Mar da Galileia, também chamado de Lago Tiberíades e de Lago de Genesaré. Seguindo o seu curso, desemboca no Mar Morto. Tendo grande importância nas narrações bíblicas, atualmente, é a fronteira entre Israel, junto com a Cisjordânia, e a Jordânia.  

Saliente-se que, no decorrer da história, como sói acontecer, os campos nos quais o Cristo nasceu tiveram suas fronteiras modificadas reiteradas vezes. Atualmente, por exemplo, certamente menor do que naquela época do Rabi, a Palestina está dividida em três porções. Uma foi transformada no Estado de Israel. As outras duas são a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. E, infelizmente, ainda continua sendo palco de inúmeras guerras, apesar de ser chamada de santa.  

Canaã à época de Jesus 

No tempo de Jesus, graças às conquistas realizadas pela dinastia asmoniana e por Herodes, Canaã tinha, praticamente, seus primitivos limites. Porém, estava dividida em várias regiões. Pode-se dizer que as principais eram a Samaria, a Judeia e a Galileia, mas também outras menores existiam, como a Pereia – ou Pareia -, a Idumeia, a Itureia, a Bataneia, a Traconites, a Abilene e a Gaulanites. 

Ao norte da Palestina, e com uma população bastante miscigenada - tendo fenícios, sírios, árabes e gregos -, a Galileia foi o palco da maior parte do tempo da vivência e das pregações do Mestre. Situada quase duzentos metros abaixo do mediterrâneo e com um povo que em sua maioria não sabia ler ou escrever, era uma região agropastoril e de pescadores, graças às margens do rio Jordão, ao Mar Mediterrâneo e ao Lago Tiberíades. Este último era altamente venerado pelos judeus, já que ao seu redor a vegetação e a fertilidade eram abundantes. Ao longo do tempo, passou a ser a fonte de subsistência principal da região. Alguns chegaram a afirmar que, naquele tempo, havia cinco mil barcos pescando a uma só vez. Por isto mesmo, viu florescer, em seu derredor, inúmeras cidades, inclusive de importância nos Evangelhos, como Betsaida, a nordeste do Lago de Genesaré, e Cafarnaum, Magdala e Tiberíades, todas a oeste do mar.  

Em Cafarnaum, cidade na qual Mateus parece ter vivido, existia uma sinagoga - fato que deveria indicar uma certa importância desta cidade -, na qual Jesus cura um paralítico e faz os primórdios de sua vida pública. No extremo norte, havia a Cesareia de Filipe, uma reconstrução Herodeana da antiga Pânias em homenagem a Roma, o que causou grande desconforto entre os israelitas.  

Mais abaixo, a sudoeste do Mar da Galileia, ficava Nazaré, a cidade na qual Jesus passou mais tempo, em especial de sua juventude. Esta era uma cidade pequena, com um terreno largamente aberto e um frio rigoroso no inverno, muito embora tivesse um clima ameno em outras épocas. A oeste dela, estava a cidade de Caná, também um dos primeiros cenários de suas pregações. Também próximo, estava o monte Tabor, no qual ele se transfigura, na que, segundo Divaldo Franco, foi a primeira sessão mediúnica da história, com o aparecimento, também, de Elias e de Moisés.  

A verdade é que em outras regiões, como em Jerusalém, as pessoas com desdém perguntavam – “Vem, porventura, o Cristo da Galileia?” -, ou ainda – “Poderá sair coisa boa de Nazaré?”. Entretanto, apesar de um povo simples, segundo muitos, até hoje a hospitalidade e generosidade são marcas das pessoas do local.  

Betânia foi visitada várias vezes por Jesus 

Já ao Sul da Terra Prometida, em área montanhosa, a Judeia era o centro do poderio econômico. Em seus campos predominava a pecuária, com criação de camelos, de vacas e de ovelhas, e o cultivo da oliveira. Além disso, o artesanato e o comércio ganhavam destaque, inclusive de artigos de luxo, estes, sobretudo, na capital.  

Possuía, igualmente, as principais cidades da cultura judia, bem como o poderio econômico. Jericó, mais ao norte, era uma das cidades mais antigas e de suas árvores se extraía bálsamo para perfumes. Betânia, logo abaixo, próxima do Monte das Oliveiras e de Jerusalém – João escreveu que ficava a uns 15 estádios desta -, foi visitada diversas vezes por Jesus. Isto porque lá estavam, corriqueiramente, Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Era uma das poucas casas na qual o Mestre se hospedava.  

A capital estava situada em Jerusalém, a oeste de Betânia. Lá estava o centro global da cultura hebraica. Situada a setecentos e sessenta metros acima do nível do mar Mediterrâneo, recebia cerca de cento e oitenta mil peregrinos em épocas de festividades. Naquela ocasião, Herodes já havia reerguido e ampliado o famoso templo, que, então, passou a ser conhecido com o seu nome, e era, sem dúvida, o centro de Israel. Aí, campeavam a soberba e o preconceito. Ao leste deste centro e depois do vale de Josafá, ou vale do rio Cédron, ficava o Monte das Oliveiras, uma cadeia de colinas com três picos, na qual o Cristo esteve algumas vezes pregando. Foi lá que ele previu a negação de Pedro. No sopé desta colina, estava um jardim chamado Getsêmani, no qual o Mestre orou antes da crucificação. Também, perto desta cidade, estava o Gólgota, planície na qual Jesus foi crucificado e, por ser um termo em aramaico, significa calvário, ou lugar da caveira, segundo alguns evangelistas. Mais ao sul, estava Belém, o local das tradições do antigo rei Davi.  

A Judeia também era atravessada pelo rio Jordão e pelo mar Morto, este ao leste de seus principais povoados e descendo até chegar a Idumeia.  Entre, porém, a Galileia e a Judeia, apertada como uma ilhota, estava a Samaria que, naquele tempo, não desfrutava mais as glórias do passado.  Ao contrário, sofria ainda a discriminação por parte dos outros judeus, sendo, pois, mais pobre.  

O monte Garizim ficava na Samaria 

Isto ainda era reflexo da dominação feita pelos assírios, ao talante de Sargão II, na qual, dentre outras coisas, tivera suas mulheres violentadas pelos conquistadores. A partir de então, seus filhos passaram a ser vistos como mestiços e, portanto, impuros. Porque ficassem proibidos de entrar em contato com outros hebreus, mesmo de adorar Deus no templo de Jerusalém, os samaritanos, sob o comando de um sacerdote de Sião, construíram um santuário em cima do monte Garizim para rivalizar com o da Judeia. Este ficava no centro da Samaria.  

Entre este monte e o Ebal, ou Hebal, contudo, estava, numa altitude de quase 600 m, a cidade de Sicar, ou Siquém, que significava dorso, famosa pelo poço de Jacó, que talvez exista até hoje com o nome de Bir Iakub. Eles tinham costume de colocar em locais públicos nomes de seus antepassados. Aí, Jesus esteve por alguns dias, num diálogo notável com uma mulher. A esta altura, no entanto, a própria cidade da Samaria, que havia sido destruída na época dos macabeus, tinha sido reconstruída por Herodes, agora com o nome de Sebaste, ou Augusta em grego, igualmente em homenagem ao imperador romano. Esta ficava a noroeste de Sicar.  

A região da Samaria, como estava entre as duas principais regiões da Palestina, era local de passagem dos viajantes. Na verdade, a estrada de Jerusalém, que ligava a Judeia à Galileia, passava a mais ou menos meia hora de Siquém, no vale entre os dois montes supracitados. Era comum, entretanto, os judeus percorrerem um caminho mais longo, através de um grande desvio ao leste, passando pela Pereia e evitando, assim, o contato com os samaritanos. Segundo João, porém, o Mestre pela estrada passou tranquilamente.  

Na realidade, esta terra foi fonte de inspiração para uma das mais belas parábolas do Evangelho, a do samaritano, quando é proclamada a excelência da caridade. Outrossim, desde cedo esta região recebeu a Boa Nova. Mesmo os apóstolos a visitaram depois da crucificação. 

O meigo Rabi ainda passou por diversas regiões da Palestina, como a Pereia, depois da sua quarta estada em Jerusalém, de acordo com João, e a Decápole, em Gerasa, onde fez curas consagradas pelos apóstolos.   

Como seja, porém, nestas paisagens, aqueles devem ter sido dias inesquecíveis.  

 

Bibliografia: 

Mateus 2:1, 19, 22; 17-1-8; 8:28-34; 27: 33;

Lucas 1:5; 3: 1; 5:17-26; 9: 28-36; 8:26-39; 23: 33;

João 1: 46; 4: 1-6; 7:41; 10: 40-42; 11:18; 11:1-7; 19: 17;

Marcos 2: 1-12; 14:26-42; 15: 22;

A Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Familiar: Difusão Cultural do Livro, p.7-8, 847-854, 889, 912, 913, 951;

AQUINHO, Rubim Santos Leão de. História das sociedades – das comunidades primitivas às sociedades medievais. 1.ed. 8.reimpressão. Rio de Janeiro, RJ: Editora ao Livro Técnico, 1993, p. 21, 87, 130-139;

BLAINEY, Geoffrey. Uma breve história do mundo. [versão brasileira da editora]. 2.ed. São Paulo, SP: Editora Fundamento Educacional, 2008, p.96-114;

FRANCO, Divaldo Pereira. Um encontro com Jesus. Compilado por Délcio Carlos Carvalho. 1.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2007, caps. 2-17, 19-24;

FRANCO, Divaldo Pereira. Pelos caminhos de Jesus. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 6.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2002, p. 15-19;

FRANCO, Divaldo Pereira. Primícias do Reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 11.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2008, p.21-29, 109-110;

FRANCO, Divaldo Pereira. Há flores no caminho. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 6.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2002, p.17-22;

FRANCO, Divaldo Pereira. Sou Eu – a paixão de Cristo na visão Espírita. Organizado por Álvaro Chrispino. 1.ed. Salvador, BA: LEAL Editora, 2007, p.11-52, 235-243;

JAGUARIBE, Helio. Um estudo crítico da história – volume I.  Tradução de Sergio Bath. 1.ed. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2001, p.207-241, 641-643;

RENAN, Ernest. Vida de Jesus. Tradução de Eliana Maria de A. Martins. 1.ed. São Paulo, SP: Editora Martin Claret, 2004, caps. 1-4, 14, p. 423-467;

VERMES, Geza. Quem é quem na época de Jesus. Tradução de Alexandre Martins. Revisão técnica de Marcos de Castro. 1.ed. Rio de Janeiro, RJ: Record, 2008, p. 9, 11-40, 61-62, 64-67, 73-76, 80-85, 94, 130-139, 153-164, 209-211, 233-237, 241-242, 269-271, 278;

Wikipédia, a enciclopédia livre, in:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Mediterr%C3%A2neo;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Palestina;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Deserto_ar%C3%A1bico;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pen%C3%ADnsula_do_Sinai;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Jord%C3%A3o;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bet%C3%A2nia_(Israel);

http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_das_Oliveiras;

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gets%C3%AAmani.
 

 


 

Para expressar sua opinião a respeito desta matéria, preencha e envie o formulário abaixo.
Seu comentário poderá ser publicado na seção de cartas de uma de nossas futuras edições.
 

  Simulador de configuracoes FORMMAIL

Nome:
E-mail:
Cidade e Estado:
Comentarios:
 


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita