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Ano 3 - N° 120 – 16 de Agosto de 2009

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

Francisco Aranda Gabilan

“Conhecer e pregar a Doutrina envolve grande responsabilidade” 

É preciso agir com boa-fé nas relações negociais e não
praticar qualquer ato que possa macular a consciência ou violar
os princípios espíritas calcados na moral irrepreensível de Jesus

  

Francisco Gabilan (foto) nasceu na capital de São Paulo e reside em Santana de Parnaíba, na grande São Paulo. Espírita de nascimento, advogado há 40 anos, vinculou-se durante 32 anos à conhecida Federação Espírita do Estado de São Paulo e atualmente vincula-se à Casa Jesus, Amor e Caridade, de que é atualmente vice-presidente. Palestrante bastante requisitado e autor de vários livros, traz sua experiência de vida aos leitores, numa entrevista muito rica.   

O Consolador: Quantos livros você tem publicados? 

Tenho 4 livros já editados e um no prelo: “Entre o Pecado e a Evolução”, “Macho, Fêmea Etc...”, “Curso Para Expositores na Sociedade Espírita” (em coautoria) e “É Possível Prever o Futuro? A Doutrina Espírita Responde”; no prelo, um abordando os distúrbios da sexualidade, ainda com título em definição. 

O Consolador: Como se tornou espírita?  

Desde a infância frequento a Casa Espírita. A primeira de que me lembro fica no bairro da Vila Esperança, Penha, onde mamãe atuava como médium de incorporação. Mais tarde, convivi com centenas de pacientes tratados e curados em nossa residência, pois mamãe se revelou médium de cura, assistida por uma equipe médica espiritual. Já no final da adolescência comecei a frequentar a Federação Espírita do Estado de São Paulo, na sua sede antiga, uma casa térrea na Rua Maria Paula, onde foi erguida a atual sede. E por lá fiquei dezenas de anos. 

O Consolador: A experiência de escrever e falar em nome do Espiritismo traz-lhe que visão de vida? 

Consegui ter uma visão e uma postura ética nas relações humanas, criar filhos dentro do mesmo padrão moral, e ficar cônscio da minha responsabilidade em atender os desvalidos do mundo, criando e trabalhando em várias obras sociais, sob a bandeira da fraternidade. É claro que o conhecimento dos postulados espíritas e o ato de pregar a Doutrina envolvem um senso de responsabilidade muito grande, mas que conforta e enobrece. 

O Consolador: Seu livro versando sobre o conhecimento do futuro, lançado recentemente, baseia-se em A Gênese. Fale algo sobre ele.  

De fato, a Teoria da Presciência é um importante capítulo do livro A Gênese, de Kardec, que encerra amplos e profundos aspectos científicos da Doutrina e que veio a público onze anos depois de O Livro dos Espíritos, verdadeiro repositório das teses mais tarde ampliadas pelas obras subsequentes; portanto, A Gênese veio a lume quando havia já sólidos sedimentos dos postulados científicos que envolvem o Espiritismo. De tanto dar aula e fazer cursos específicos sobre A Gênese, acabei escrevendo algumas apostilas, tais como a Teoria dos Fluidos, A Prova da Existência de Deus, e, dentre elas, essa sobre as predições, premonições, pressentimentos, previsões e profecias, comprovando que, no mais das vezes, o que chamamos de ‘futuro’ nada mais é do que um ‘presente’ que ainda não conhecemos, mas que existe e, portanto, é desvendável e apreciável, não como milagre ou magia, mas como fatos concretos analisados à luz da lógica e da razão. 

O Consolador: E o livro sobre sexualidade, a ser lançado brevemente, de que trata especificamente? 

Esse livro também nasceu de quase vinte anos de palestras, simpósios e debates sobre o assunto envolvendo a sexualidade e seus distúrbios. Pretendi, com a obra, desfazer um equívoco muito comum entre as pessoas, incluindo espíritas, de que qualquer comportamento fora dos chamados ‘padrões de normalidade’ é apontado como manifestação homossexual. Com dados precisos colhidos ao largo de anos e com os fundamentos lançados pelos Espíritos, classificamos as ocorrências nesse campo em vários grupos, sendo que o menor deles é efetivamente homossexual. E, mais que isso: concitei a todos a respeitar as tendências sexuais das criaturas, como seres imortais que somos todos e, por isso, fadados à evolução constante e irreversível. 

O Consolador: Como é o desafio de conciliar a profissão com o conhecimento espírita?  

Esse aspecto da vida é literalmente complicado, mas, com bastante vagar ao largo da vida espírita e da profissão, consegui conciliar uma e outro, e consigo hoje passar para os mais jovens (além de alunos, aclaro que também tenho duas filhas advogadas e a esposa acadêmica de Direito) essa postura, que sintetizo: ajo na vida profissional não cedendo a manobras escusas, informando aos clientes a necessidade de agir com boa-fé nas relações negociais, e, enfim, não praticando qualquer ato que possa macular minha consciência. Muitas foram as oportunidades de obter recursos avolumados, no mais das vezes exigindo ceder aos princípios de moralidade, mas os princípios espíritas calcados na moral irrepreensível de Jesus me chamaram à razão e não me permitiram ceder. Nem por isso me faltaram recursos honestamente ganhos para ir tocando a vida. 

O Consolador: Em sua vivência espírita, quais foram as ocorrências mais marcantes?  

Foram quatro. A primeira, ainda moço, foi participar de uma sessão de ectoplasmia, de aparição tangível, que comumente se chama de materialização, vendo e vivenciando a aparição de quatro Espíritos com ocorrências no desenrolar da sessão que deixaram extasiados a todos.

A segunda, quando formei nove alunos no meu primeiro curso de oratória quase 20 anos atrás, dentre mais de 50 inscritos, sendo responsável por mais divulgadores da Doutrina que até hoje estão aí palestrando e dando aulas; chorei bastante, de alegria.

A terceira, quando fiz uma palestra sobre os tais distúrbios da sexualidade, então denominada ‘Sexo e Reencarnação’, em São Lourenço (MG), com os destaques a que me referi anteriormente sobre a exata conceituação das criaturas pechadas antes de imorais. Ao término da palestra fui procurado por um casal já maduro que se fazia acompanhar de dois jovens bem apessoados, um deles seu filho, o outro seu amigo inseparável. Os  pais me disseram emocionados: “Hoje, pelos seus esclarecimentos, compreendemos meu filho e seu amigo e decidimos dar-lhes a devida guarida, amparo e amor, pois que são Espíritos com quem estamos comprometidos e que não nos cabe julgar, mas amparar”. O choro foi geral, é claro!

A quarta ocorrência: quando participei da criação, no ano passado, da Associação Jurídico-Espírita do Estado de São Paulo, sendo nela eleito coordenador do Conselho Deliberativo, a qual a cada dia se avulta e ganha corpo na pregação de uma postura ética na vivência do operador do Direito, sejam advogados, sejam juízes, sejam promotores de justiça, sejam delegados, sejam procuradores, cartorários, acadêmicos e tantos outros. 

O Consolador: Qual sua visão sobre os temas polêmicos que têm chamado a atenção da sociedade e também do movimento espírita?

O Espiritismo, como já ficou absolutamente claro com os ensinos de Kardec, acompanha a evolução dos seres e dos seus empreendimentos em todos os ramos da atividade e do conhecimento humano. Exatamente por isso não se omite e encara de frente todos os assuntos que tanto incomodam a sociedade e que, em passado não muito distante, era proibido tratar com abertura lógica e racional, verdadeiros tabus. Hoje os divulgadores espíritas – vencendo barreiras até mesmo dentro de algumas Casas Espíritas –, inspirados pelos Espíritos de alta moral e elevação intelectual, tratam com eficácia de assuntos como a Eutanásia, o Aborto, as Drogas, o Sexo e suas distonias, a Doação de Órgãos e os Transplantes, a Violência entre os humanos e contra os animais, além de alguns mais modernos como a Ecologia, a Corrupção de valores, a Política e a Ética, além de muitos outros. E, o que é melhor: convincentemente, buscando e aclarando as causas e analisando os efeitos, enfocando soluções que não mais enredem os seres em desvios que mais tarde tenham que expiar. 

O Consolador: Qual dos aspectos da Doutrina Espírita mais lhe cativa o sentimento e o raciocínio? 

A lógica e a razão que são enfeixadas em todos os aspectos da Doutrina: filosófico (saber), científico (conhecer) e religioso (moral/ético). 

O Consolador: Há algo que você gostaria de acrescentar?  

Apreciaria que os Espíritas continuassem a realizar a tarefa mediúnica de consolo e de cura aos desvalidos, aos deserdados do mundo, encarnados e desencarnados, mas que não se escusassem de estudar cada vez mais, aprofundando-se nos conceitos dos quais a Codificação Kardequiana abriu as portas e que a Espiritualidade desenvolveu em benefício do progresso humano. Sigamos todos duas recomendações especialíssimas outorgadas pelo Espírito Verdade: Amai-vos e Instruí-vos! Que o Criador amplie ainda mais a luz de todas as Criaturas, hoje e sempre.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita