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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 3 - N° 115 – 12 de Julho de 2009

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

José Antonio Castilho:

“Qualquer coisa neste mundo pode ser melhorada”

Experiência de um autêntico divulgador comenta valor das iniciativas em prol do livro espírita

 

José Antonio Castilho (foto), nosso entrevistado da semana, nasceu em Ubarana (SP), na época comarca de José Bonifácio (SP), e reside há muitos anos em São Carlos (SP), onde sempre esteve envolvido com a divulgação do livro espírita, especialmente com a trajetória do boletim Divulgador do Livro Espírita.

Espírita desde o início da década de 60, em Paranavaí (PR), é autor de três livros, dois espíritas – “A Literatura Espírita – seu Estudo, sua Divulgação” e “É Melhor Colher Flores” – e um de época sobre a família Castilho: “Histórias dos Castilhos do Interior Paulista”, além do livreto “Aos que Amam os Suicidas”.
  

A presente entrevista é motivo de muito júbilo e gratidão, porque todos nós que o conhecemos e com ele convivemos aprendemos muito com sua perseverança, sua coerência, sua coragem e seu alto senso de decisão e discernimento.  

O Consolador: Como surgiu a equipe do Divulgador do Livro Espírita? E quais eram os objetivos? 

Em setembro de 1982, durante a 5a. Feira do Livro Espírita, na Sociedade Espírita Obreiros do Bem, em São Carlos, com outros participantes. Com o passar dos anos foi aumentando a equipe.  O objetivo sempre foi valorizar o livro, levá-lo à praça pública, no caso da Feira do Livro Espírita, ou de casa em casa, no caso do Clube do Livro Espírita. 

O Consolador: Que memórias marcantes gostaria de relatar aos leitores sobre essa experiência? 

Impossível destacar um entre centenas de fatos. Todavia, o desprendimento, a dedicação, a coragem e o não-estrelismo marcaram sempre a atuação do grupo. No início éramos cinco: Ailton Baleeiro (de Sertãozinho), José Carlos Ângelo Cintra (São Carlos), eu, Aldo (Ribeirão Preto) e Gilbertinho (Frutal). Mas é preciso lembrar o papel do Arceu (Araras), o principal incentivador da Feira do Livro. Algumas pessoas iam até Araras, na sede do IDE, buscar livros para fazer a feira. O Arceu dizia para pegar os livros que quisessem. Não exigia nenhuma assinatura em papel nenhum. O sujeito levava o livro em absoluta confiança. Araras foi a principal sede da reunião do Divulgador do Livro. Depois da reunião íamos almoçar na “sala dos loucos”, o refeitório do Hospital Antônio Luiz Sayão. O Arceu conta que uma vez foi divulgar livros num sanatório de outra cidade. O cara que tomava conta do elevador não queria deixá-los sair de lá... 

O Consolador: Vendo hoje esses esforços do passado, que resultados podem ser enumerados? 

A primeira pesquisa realizada apontou um total de 40 Feiras do Livro Espírita, dali a seis meses já atingíamos 500 feiras! Hoje é uma realidade nacional, numa expansão extraordinária do trabalho. A Feira tornou-se um ponto de encontro dos espíritas locais, num trabalho alegre e desinteressado. 

O Consolador: Vocês tinham idéia de que isso podia ter um alcance nacional? 

Não. Começamos na base do vamos em frente, sem termos concebido nada. Na primeira reunião de fechamento do boletim Divulgador do Livro Espírita, não tínhamos preparado nada. Foi na casa do Aldo, em Ribeirão Preto. Enquanto o pessoal ficou reunido lá, eu e o Gilberto preparamos o primeiro boletim da Feira do Livro, que ensinava a fazer uma Feira. 

O Consolador: No começo vocês ainda estavam construindo o formato ideal, não? 

Sim. A melhoria do tamanho e do visual das barracas foi feita por Sertãozinho. Copiamos. Nós criávamos uma coisa, o Ailton outra. O Cintra começou a chamar um orador para fazer a abertura. E assim por diante. 

O Consolador: Em que lugares foi feita a divulgação? 

No interior de São Paulo, em muitas cidades, desde as desta região até Presidente Prudente e Regente Feijó, no oeste do estado. E mais Poços de Caldas, Ipatinga (MG), Cambé, Paranavaí (PR). Fiz uma reunião em Porto Velho, o Amélio fez em Macapá, fiz outra em Itabuna (BA). Era só para fazer uma palestra, mas acabei fazendo outra num centro e outra em Vitória da Conquista. O Zé, de Jequié, tinha vindo numa reunião. Ele estava usando uma camiseta que dizia: “Suicídio, um erro irreparável”. Disse a ele: “Zé, não há nenhum erro irreparável”. Estou sempre atento aos detalhes. 

O Consolador: Qual o fato mais curioso observado numa Feira do Livro? 

Recebi uma mulher que queria um livro para emagrecer. Eu disse: “Não tem. Mas tem para tirar coisa pior – a raiva, o ódio”. Ela pegou e levou o Evangelho. Teve uma Feira onde aceitei uma evangélica para vender livros. E ela vendeu. Era inteligente, bem relacionada. Por que ela foi vender? Ué, porque quis. Por que ela quis, não sei. 

O Consolador: Da experiência vivida, que sugestão pode ser dada para aprimoramento do trabalho de divulgação espírita? 

Atenção constante, nunca desprezando as idéias de quem quer que seja. 

O Consolador: Podemos considerar o Clube do Livro Espírita uma iniciativa vitoriosa para a expansão do pensamento espírita? Por quê?  

Sim. A Feira é uma festa na praça. Une as pessoas com alegria e deixa o livro à vontade. São Carlos vende 5 mil livros, no entanto a atenção é dividida entre mil livros. Não há uma centralização de vendas. O CLE de São Carlos coloca 1.900 livros de um único título. Esgota edições pequenas. É imbatível nesse aspecto. 

O Consolador: E a Feira do Livro Espírita, o perfil pode ser melhorado? Como? 

Qualquer coisa nesse mundo pode ser melhorada. É preciso criatividade e coragem para que não fique estacionada. 

O Consolador: Conhece algum bom caso de mudança de comportamento causada por um livro espírita? 

A equipe do Divulgador do Livro tinha um participante venezuelano, o Alípio Gonzales. Ele contou que em Caracas (Venezuela) alguém jogou um Evangelho no lixo. E quem achou estava para se suicidar.  

O Consolador: De suas memórias na vivência com a literatura espírita, o que mais lhe marca o coração? Que autores, obras e memórias lhe saltam à memória neste momento diante da pergunta? 

Léon Denis, Ernesto Bozzano, Yvonne Pereira, além, naturalmente, de Kardec. Prefiro a literatura de encarnados. A mediúnica exige fé. Considero nefasto o igrejismo. 

O Consolador: Comente sobre os clássicos do Espiritismo. 

Em nossa primeira Feira não tínhamos um bom critério para selecionar livros por assuntos. Incumbi-me da tarefa de ir melhorando essa questão. Os clássicos eram separados por autores. Aí os agrupei como devia, em “clássicos”. Modéstia à parte, melhorei muita coisa na FLE, junto com o Ailton Baleeiro, de Sertãozinho, e o Cintra, de São Carlos. Difícil destacar autores. Lá vai. Denis com sua filosofia suave, sua beleza, sua educação. Destaco “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”. Bozzano e sua incrível capacidade de pesquisa. “Animismo ou Espiritismo?” é o resumo de todos os outros. Nossa Yvonne Pereira com suas obras-primas “Devassando o Invisível” e “Recordações da Mediunidade”. “No País das Sombras”, de Elizabeth D'Esperance. Meu Deus! É a nata! 

O Consolador: Quais autores considera importantíssimos e pouco lidos? 

Todos os clássicos. Denis, Bozzano, Aksakof, William Crookes. Há um livro editado pelo Clarim chamado “Os Mortos Vivem”. É a história de um alemão que foi a uma ilha desmascarar uma médium. Gostou tanto dela que acabou se casando. Este livro, por exemplo, não foi mais reeditado. 

O Consolador: Em sua opinião, qual o melhor método para popularizar ainda mais a obra da Codificação Espírita, ou seja, torná-la mais conhecida? 

Desconheço os modernismos, mas sei que a Feira e o Clube estão na frente.

O Consolador: Que recomendação faz ao leitor espírita? 

Que não apenas leia. Que fixe toda a atenção no texto que está lendo. Ler é pouco. Tem de prestar atenção e fixar o que está lendo. Qualquer livro, não só o espírita. 

O Consolador: Qual outra questão gostaria de acrescentar a essa ordem de idéias? 

O Atendimento Fraterno. Se uma pessoa chega ao Centro Espírita e alguém lhe propõe aplicar um passe ou ouvi-lo durante uma hora, o que você acha? Obtive minhas melhores conquistas ouvindo muito e falando pouco. Não acredito no passe para principiantes. Eles não sabem nada do assunto. 

O Consolador: Suas palavras finais. 

Uma coisa é pouco falada: o trabalho. Insuperável! A palestra criativa e bem humorada faz prodígios. Não troco Kardec por nenhum outro, no que se refere à coragem e ao discernimento.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita