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Ano 2 - N° 71 - 31 de Agosto de 2008

KATIA FABIANA FERNANDES
kffernandes@hotmail.com
Londres (Inglaterra)

 

Maria Moraes da Silva: 

“O Espiritismo foi a melhor coisa que poderia ter
me acontecido”
 

A presidente do Conselho Espírita Holandês fala sobre o movimento espírita da Holanda, que ressurgiu no final dos
anos 90 do século passado com o interesse dos brasileiros
espíritas residentes em vários pontos do país
 

Maria Moraes da Silva (foto) reside em Hoorn, Holanda, cidade situada a 40 quilômetros ao norte da capital Amsterdã. Ela é presidente da Conselho Espírita Holandês (CEH) e também da Associação de Estudos Espíritas Allan Kardec, na mesma cidade. Morando fora do Brasil há mais de 20 anos, ela se diz honrada por ter participado do ressurgimento do Espiritismo naquele país.

Na presente entrevista, a confreira expõe seu ponto de vista sobre diversas questões da atualidade e nos fala sobre a importância do Espiritismo em sua vida. “Conhecer o Espiritismo – diz ela – foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido      nesta     reencarnação.    O

 

Espiritismo deu respostas aos meus questionamentos íntimos sobre quem sou e qual o objetivo da minha existência na Terra.”  
 

O Consolador: Você nasceu em que lugar?

No meu passaporte consta Paudaico, Ceará.

O Consolador: Onde você mora atualmente?

Moro em Hoorn, Holanda.

O Consolador: Que fato a levou a mudar-se para a Holanda?

Nasci, como disse, num lugarejo chamado Paudaico, situado na região de Missão Velha, no estado do Ceará. Quando tinha dois anos de idade meus pais se mudaram para o Sul do Brasil fixando residência em Ubiratã, uma cidadezinha pequena e aconchegante no estado do Paraná. Aos 24 anos me transferi para a cidade de São Paulo para dar continuidade aos meus estudos. Em 1987, estava passando férias na Holanda quando conheci meu marido e aqui estou até hoje.

O Consolador: Qual a sua formação escolar?

Sou formada em Letras com licenciatura plena pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras das Faculdades Associadas do Ipiranga, São Paulo.

O Consolador: Que cargos você já exerceu no Movimento Espírita?

Temos a felicidade de ter participado do ressurgimento da Doutrina Espírita no solo holandês como co-fundadora e presidente do Grupo Espírita “Vereniging Allan Kardec”, de Hoorn, e do Conselho Espírita Holandês. 

O Consolador: Quando você teve seu primeiro contacto com o Espiritismo?

Meu primeiro contato com o Espiritismo foi em 1988 na Holanda. 

O Consolador: Houve algum fato ou circunstância especial, que haja propiciado esse contacto?

Conheci o Espiritismo de uma forma muito bonita. Em 1988 recebi numa carta de uma amiga de infância uma mensagem extraída do livro Sinal Verde, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier. Não me lembro exatamente qual foi a mensagem, mas foi uma mensagem que me sensibilizou a ponto de escrever para o editor solicitando outras mensagens semelhantes àquela. Algum tempo depois recebi do Sr. José Benevides, à época presidente do grupo “Caminho de Damasco”, de Garça (SP), um pacote contendo, entre outros, o livro Sinal Verde e O Livro dos Espíritos. Li O Livro dos Espíritos todo, de um fôlego e, à medida que ia lendo, ia tendo a impressão de que aquela informação não me era estranha. O Espiritismo chegou assim de mansinho e se instalou definitivamente em minha vida.

Devo muito aos amigos de Garça, especialmente ao Benevides e a Cleide Toffoli. Durante anos, a Cleide carinhosamente me enviou livros espíritas e esclarecia minhas dúvidas em decorrência da leitura dos livros espíritas. Foi meu primeiro estudo do Espiritismo.

O Consolador: Qual foi a reação de sua família?

A princípio, minha mãe, católica fervorosa, ficou um pouco preocupada porque a filha mais velha estava se envolvendo com coisas perigosas. Por coincidência, minha irmã, ao mesmo tempo, conheceu o Espiritismo em São Paulo. Na convivência diária com minha irmã, minha mãe logo percebeu que se tratava de algo bom para suas filhas. Ela continua católica mas respeita nossa crença.  

O Consolador: Dos três aspectos do Espiritismo - ciência, filosofia, religião -  qual o que mais a atrai?

Não consigo sentir o Espiritismo dividido em três aspectos. Considero o tríplice aspecto da Doutrina Espírita igualmente importante porque se complementam. 

O Consolador:  Que autores espíritas mais lhe agradam? 

Coincidência ou não, André Luiz foi minha porta de entrada para o Espiritismo. Depois de ler O Livro dos Espíritos, li todos os livros da série André Luiz. Os livros de André Luiz através da mediunidade abençoada de Chico Xavier são como uma luz que iluminou meu caminho mostrando a plenitude da vida onde quer que estejamos. 

O Consolador: Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis ao confrade iniciante?

Sem duvida, toda a codificação kardequiana, iniciando por O Livro dos Espíritos. 

O Consolador: Se fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito à atividade espírita, que livros pertinentes à doutrina você levaria?  

Os livros da codificação, a série André Luiz e os livros Pão Nosso, Fonte Viva e Vinha de Luz, de Emmanuel.  

O Consolador: As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você o Espiritismo é uma religião?   

Vejo o Espiritismo como uma religião porque proporciona o conhecimento que conduz a criatura ao Criador. Caminhando em direção ao Criador, o ser humano vai descobrindo que qualquer religião deveria ser sinônimo de amor ao próximo posto em prática no dia-a-dia.   

O Consolador: Outro assunto em que a prática espírita às vezes diverge está relacionado com os chamados passes padronizados, propostos na obra de Edgard Armond. Embora saibamos que o mais comum seja a imposição de mãos, tal como recomenda José Herculano Pires, qual a sua opinião e como os passes são ministrados na Holanda?

Na Holanda, os grupos afiliados ao CEH aplicam o passe através da imposição de mãos. Sem menosprezar estudos aprofundados de companheiros espíritas sobre a aplicação do passe, acreditamos que o desejo sincero do passista de ajudar é mais importante do que formas complexas de aplicação do passe.

O Consolador: Como vê a discussão em torno do aborto? No seu modo de ver as coisas, os espíritas deveriam ser mais ousados na defesa da vida, como tem feito a Igreja?

Devemos, sempre que surgir a oportunidade, esclarecer sobre as implicações espirituais inerentes à prática do aborto. O esclarecimento de forma fraterna e amorosa pode evitar muito sofrimento para quem cogite a opção de abortar o filho que carrega no ventre.   

O Consolador: A eutanásia é uma prática que não tem o apoio da doutrina espírita. Kardec e outros autores, como Joanna de Ângelis, já se posicionaram sobre esse tema. Ultimamente surgiu a idéia da ortotanásia, defendida até mesmo por médicos espíritas. Qual a sua opinião sobre o assunto?

Não tenho conhecimento médico para avaliar a diferença entre ortotanásia e eutanásia. Mesmo assim, gostaria de dizer que a eutanásia é uma prática conhecida e aceita na Holanda, fato que me preocupa. Penso que, se as pessoas que por qualquer motivo optam pela eutanásia soubessem que a vida não cessa com a morte do corpo e que continua noutra dimensão, não optariam pela eutanásia, principalmente se estivessem conscientes de que ao adiantarem o retorno para essa dimensão da qual vieram apenas estão agravando seus sofrimentos, sejam eles físicos ou morais.

Os espíritas têm uma grande responsabilidade na conscientização da sociedade quanto à valorização da vida desde o momento da concepção até o ultimo suspiro do ser humano na Terra. Esse é um trabalho de conscientização que deve ser feito sem fanatismo mas com muito amor ao próximo.  

O Consolador: Você tem contato com o movimento espírita brasileiro?

Sou muito grata ao movimento espírita brasileiro porque foi graças à dedicação de irmãos brasileiros abnegados que conheci o Espiritismo.

O Consolador: Quando e como surgiu o movimento espírita na Holanda?

O movimento espírita holandês atual é muito recente, visto que ressurgiu no final dos anos 90 do século passado com o interesse dos brasileiros espíritas residentes em vários pontos do país. Depois de um período de trabalho conjunto entre alguns espíritas e grupos de estudos de várias regiões, foi formado o Conselho Espírita Holandês em outubro de 2002, com o objetivo de unir os esforços dos grupos existentes, apoiar a formação de novos grupos para fortalecer o movimento espírita bem como a divulgação da Doutrina Espírita por meio de palestras, seminários e atualmente na internet. O Conselho é uma organização federativa devidamente registrada segundo as leis holandesas. Isso nos dá uma base segura para lançarmos a sementinha do Espiritismo em solo holandês. Ele é membro do CEI – Conselho Espírita Internacional desde sua fundação em 2002. Percebemos através dos visitantes dos nossos sites, das palestras públicas e dos telefonemas que recebemos que o Espiritismo lentamente vai conquistando espaço na sociedade holandesa.

O Consolador: Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita?

Divulgar largamente o conhecimento da Doutrina Espírita, estimular o estudo da codificação entre os freqüentadores dos centros espíritas e, acima de tudo, viver os ensinamentos de Jesus dentro e fora da Casa Espírita.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita