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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 2 - N° 63 - 6 de Julho de 2008

 

O pequeno órfão

 

Morando numa casa confortável, Ricardo era um menino que levava vida tranqüila e segura. Uma família amorosa supria-lhe as necessidades, e ele freqüentava uma boa escola onde tinha muitos amigos. 

Ricardo, porém, não se contentava com o que Deus lhe concedera. 

Estava sempre desejando algo mais e suspirando por tudo o que seus amigos tinham. 

Sabem o que é isso? É um sentimento muito feio chamado: INVEJA. 
 

Se os pais o presenteavam com um carrinho, ele reclamava com raiva: 

   

— Não quero essa droga. Quero um carrinho de controle remoto, como o que o Dudu ganhou no aniversário! 

— Mas, filhinho, é muito caro! — dizia a mãe, triste. 

— Não me interessa. Quero, quero e quero! — gritava, batendo os pés. 

Quando a mamãe carinhosa lhe comprava uma roupa, ele falava com desprezo: 

— Que coisa horrível! Acha que vou usar “isso”? Essa roupa não vale nada! 

— Quando a vi na loja achei bonita e lembrei-me de você, meu filho — justificava-se a mãe, pesarosa. 

— Pois pode devolver. Não vou usar. Gosto de roupas caras e de lojas chiques. Na verdade, eu quero mesmo é uma calça “jeans” como a do Beto. 

Na hora da refeição era o mesmo problema sempre. Ricardo reclamava de tudo: 

— Legumes novamente? 

— Sim, meu filho. Legumes fazem bem à saúde e são gostosos. 

— Pois não como! — gritava o menino, empurrando o prato com grosseria. — Ainda se fosse um frango assado, como o que eu vi outro dia na casa do Adriano, eu comeria. 

— Meu filho — respondia a mãe desgostosa — essas coisas são caras e a vida está difícil. Você sabe que nada nos falta, mas o papai trabalha muito para manter a casa. Devemos é agradecer a Deus por tudo o que possuímos e pela vida tranqüila que temos. 

O garoto balançava os ombros com desprezo e saía resmungando. 

A mãe de Ricardo, em suas orações, sempre pedia a Deus que ajudasse seu filho, tão invejoso e egoísta, a ver a vida com outros olhos. 

Certo dia, o garoto havia brigado com os pais; exigira a compra de uma bicicleta nova e, como eles se negaram, o menino saiu batendo a porta, chorando e reclamando: 

— Ninguém gosta de mim! Ninguém me dá o que peço! Sou um infeliz abandonado. Tenho vontade de sumir de casa! 

Ricardo chegou até uma praça e sentou-se num banco. Amuado, ali ficou, resolvido a não voltar logo para casa; queria dar um susto nos pais. 

Após alguns minutos percebeu uma criança um pouco menor do que ele que, sentada no chão, parecia muito triste. 

Aproximou-se sem saber por quê. Na verdade, nunca se interessara pelos problemas dos outros.  

— Olá! — disse, a guisa de cumprimento. 

O menino levantou a cabeça e Ricardo percebeu que chorava. 

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou sem muito interesse. 

— É que me sinto muito sozinho. Não tenho ninguém que goste de mim. Sou órfão e vivo na rua — murmurou o garoto. 

— Como assim? Não tem casa? 

— Não. Quando meus pais morreram fui morar com uma tia. Mas ela me maltratava e obrigava-me a roubar, alegando que eu comia bastante e lhe dava muitas despesas. Depois de algum tempo, não agüentei mais; fugi de casa e, desde esse dia, durmo nos bancos das praças. 

— E onde você come? 

O garoto sorriu. Um sorriso triste e desconsolado. 

— Normalmente, peço um prato de comida em alguma casa rica, mas nem sempre consigo. Então, reviro as latas de lixo à procura de algo para comer. Você não imagina quanta coisa boa a gente acha numa lata de lixo! 

Ricardo, que nunca imaginara que existissem pessoas passando por tanta necessidade, estava surpreso e chocado. 

— Quantos anos você tem? Como se chama? 

— Tenho oito anos e me chamo Zezé. E você? Você também está triste! Também não tem ninguém?  

— Tenho sim, Zezé — falou Ricardo com satisfação. — Tenho uma família maravilhosa e gostaria que você a conhecesse. Minha mãe é muito boa e faz uma comida simples, mas muito gostosa. Quer almoçar comigo? 

Zezé aceitou com alegria. Desde o dia anterior não se alimentara e estava faminto. 

Chegando ao seu lar, Ricardo apresentou o novo amigo e, em lágrimas, pediu desculpas pelo seu comportamento. 

— Mamãe, eu compreendo agora que Deus foi muito bom dando-me uma casa boa e confortável e uma família amorosa que se preocupa comigo. Que mais posso desejar? 

Muito contente com a mudança que se operara em seu filho, a mãe abraçou-o emocionada, dizendo-lhe com carinho: 

— Que bom, meu filho, que você pense assim. Deus ouviu minhas preces e, se não somos ricos de dinheiro, somos ricos de amor, de paz, de alegria e de saúde. Não é verdade? 

— É verdade, mamãe — concordou Ricardo, sorridente. 

Zezé ficou por alguns dias naquele lar e, tão bem se adaptou ao ambiente da casa que, a pedido de Ricardo, que se afeiçoara muito a ele, foi adotado, passando a fazer parte da família, para alegria de todos.

                                                               Tia Célia
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita