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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita  Inglês  Espanhol
Programa IV: Aspecto Filosófico

Ano 2 - N° 58 - 1° de Junho de 2008

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  

 
O infinito e o espaço universal


Apresentamos nesta edição o tema no 58 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue.

Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.

Questões para debate

1. Como podemos definir o Universo?

2. Quem, segundo o Espiritismo, é o autor do Universo?

3. O espaço universal é limitado ou infinito?

4. Como definir o tempo?

5. Podemos dizer que o tempo é, do mesmo modo que o espaço, uma coisa objetiva?

Texto para leitura 

O espaço universal é, segundo Galileu, infinito

1. O Universo é o conjunto de tudo o que existe e não é obra do homem. O Universo - ensina o Espiritismo - é obra de Deus e dele faz parte o próprio homem, ser pensante e racional, mas que é apenas uma criatura, um filho do Criador. No Universo há que considerar desde logo o espaço, que é a extensão onde tudo existe, e, ligado ao espaço, é preciso considerar ainda o tempo. Espaço e tempo, em termos universais e em relação a Deus, têm as dimensões do infinito e da eternidade.

2. É isso que nos ensina a Doutrina Espírita, conforme podemos ler na questão 35 de “O Livro dos Espíritos”: “O espaço universal é infinito ou limitado? R.: Infinito. Supõem-no limitado: que haverá para lá de seus limites? Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que vos achais que podereis compreendê-lo.”

3. Por infinito devemos entender “o que não tem começo nem fim: o desconhecido”, tal como afirmaram os Espíritos Superiores no questão 2 de “O Livro dos Espíritos”. No cap. VI de “A Gênese”, de Allan Kardec, o Espírito de Galileu, valendo-se da mediunidade de Camille Flammarion, trata do assunto.

4. Eis nos itens seguintes, de forma resumida, o que Galileu escreveu sobre o espaço e sua infinitude.

5. Espaço é uma dessas palavras que exprimem uma idéia primitiva e axiomática, de si mesma evidente, e a cujo respeito as diversas definições que se possam dar nada mais fazem do que obscurecê-la. Todos sabemos o que é o espaço e apenas queremos firmar que ele é infinito.

6. Dizemos que o espaço é infinito pela simples razão de ser impossível imaginar-se-lhe um limite qualquer e porque, apesar da dificuldade que temos para conceber o infinito, mais fácil nos é avançar eternamente pelo espaço, em pensamento, do que parar num ponto qualquer, depois do qual não mais encontrássemos extensão a percorrer. 

Deus semeou mundos por toda a parte no espaço infinito

7. Para figurarmos a infinidade do espaço, suponhamos que, partindo da Terra para um ponto qualquer do Universo, com a velocidade prodigiosa da centelha elétrica ([1]) , e que, havendo percorrido milhões de léguas ([2])  desde que deixamos o globo, nos achamos num lugar donde apenas o divisamos sob o aspecto de pálida estrela. Passado mais algum tempo, seguindo sempre a mesma direção, chegamos a essas estrelas longínquas que mal percebemos de nossa estação terrestre. A partir de certo momento, não só a Terra nos desaparece inteiramente ao olhar, como também o próprio Sol com todo o seu esplendor.

8. Animados sempre da mesma velocidade, a cada passo que avançamos na extensão, transpomos sistemas de mundos, ilhas de luz etérea, estradas estelíferas, paragens suntuosas onde Deus semeou mundos na mesma profusão com que semeou as plantas nas pradarias imensas.

9. Ora, há apenas poucos minutos que caminhamos e já centenas de milhões de milhões de léguas nos separam da Terra, bilhões de mundos nos passaram sob as vistas e, entretanto, em realidade, não avançamos um só passo que seja no Universo.

10. Se continuarmos durante anos, séculos, milhares de séculos, milhões de períodos cem vezes seculares e sempre com a mesma velocidade do relâmpago, nem um passo igualmente teremos avançado, qualquer que seja o lado para onde nos dirijamos e qualquer que seja o ponto para onde nos encaminhemos, a partir deste grãozinho invisível donde saímos e a que chamamos Terra. Eis aí o que é o espaço!

11. Vista a lição do Espírito de Galileu sobre o espaço, vejamos agora o tempo, que, segundo Kardec, “é a sucessão das coisas” e está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.  

O tempo existe por causa dos movimentos celestes

12. O tempo - adverte Hermínio C. Miranda - é apenas uma medida relativa de sucessão das coisas transitórias. A eternidade não é suscetível de medida alguma, do ponto de vista da duração, porque para ela não há começo nem fim: tudo lhe é presente.

13. O espaço existe por si mesmo, mas se passa o contrário com relação ao tempo. Se é impossível supor a supressão do espaço, não é assim com relação ao tempo. O tempo, assevera Camille Flammarion, é criado pela medida dos movimentos celestes. Se a Terra não girasse, nem astro algum, se não houvesse sucessão de períodos, não existiria o tempo. Foi a Astronomia que nos permitiu determiná-lo. Suprimido o Universo, continuará a existir o espaço, mas o tempo cessará, desvanecer-se-á, desaparecerá.

14. Albert Einstein descartou-se do conceito de tempo absoluto – um fluxo universal, inexorável de tempo, firme, invariável, que corre de um passado infinito para um futuro infinito. Muito da obscuridade que envolve a Teoria da Relatividade procede da relutância do homem em reconhecer que o senso do tempo, como o senso da cor, é uma forma de percepção.

15. Assim como não há cor sem olhos para observá-la, de igual forma, uma hora ou um dia nada são sem um evento que os assinale. Como o espaço é simplesmente uma ordem possível de objetos materiais, o tempo é simplesmente uma ordem possível de eventos.

16. O tempo seria, então, um conceito meramente subjetivo; estaria exclusivamente na dependência de um observador para apreciá-lo em determinado ponto e, portanto, inescapavelmente subordinado à relatividade de sua posição quanto a tudo o mais no Universo que o cerca.  

Respostas às questões propostas 

1. Como podemos definir o Universo? R.: O Universo é o conjunto de tudo o que existe, e não é obra do homem, que dele também faz parte.

2. Quem, segundo o Espiritismo, é o autor do Universo? R.: Segundo o Espiritismo, o autor do Universo é Deus.

3. O espaço universal é limitado ou infinito? R.: Conforme aprendemos na questão 35 de “O Livro dos Espíritos”, o espaço universal é infinito.

4. Como definir o tempo? R.: O tempo é a sucessão das coisas e está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. O tempo é uma medida relativa de sucessão das coisas transitórias.

5. Podemos dizer que o tempo é, do mesmo modo que o espaço, uma coisa objetiva? R.:  Não. O tempo é um conceito meramente subjetivo. Depende da existência de um observador para apreciá-lo em determinado ponto e encontra-se, portanto, inescapavelmente subordinado à relatividade de sua posição quanto a tudo o mais que o cerca.  

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, itens 2, 3, 13 e 35.   

A Gênese, de Allan Kardec, cap. VI.

Sonhos Estelares, de Camille Flammarion, FEB, p. 97.

A Memória e o Tempo, de Hermínio C. Miranda, Edicel, p. 28.

 

[1] A velocidade da luz foi medida no século XIX. No vácuo, ela é de 300 mil km por segundo. Na água, sua velocidade cai para 225 mil km por segundo.

[2] Légua é uma antiga unidade brasileira de medida itinerária, equivalente a 3.000 braças, ou seja, 6.600 metros.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita