Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Amizade, respeito


O Urso Buba


Buba era um urso jovem, grande e forte. Além disso, era bonito também. Tinha uma voz grave, que usava, de vez em quando, para mexer com os outros bichos da floresta.

Mesmo com seu tamanhão, ele gostava de chegar devagarinho, sem ser notado e dar um berro de repente, para assustar o quati, o
porco-espinho, o tatu, a paca, ou qualquer bicho que estivesse distraído.

Mesmo com seu tamanhão, ele gostava de chegar devagarinho, sem ser notado e dar um berro de repente, para assustar o quati, o porco-espinho, o tatu, a paca, ou qualquer bicho que estivesse distraído.

Cada um tinha uma reação. As aves, com o susto, saíam voando desesperadas. O esquilo e o coelho davam um pulo enorme, depois corriam em disparada. Os animais lentos, como o jabuti e o bicho preguiça, coitados, ficavam pálidos, paralisados por alguns instantes, com cara de espanto.

Buba se divertia com isso e dava grandes gargalhadas. Os animais ficavam chateados, mas Buba nem ligava. Ele não respeitava ninguém.

Além dos sustos, Buba colocava apelidos nos outros, dava esbarrões, para mostrar que ele era o mais forte, caçoava quando alguém não conseguia fazer alguma coisa... Era orgulhoso e desprezava os outros.

A consequência desse comportamento não poderia ser outra: os bichos não gostavam dele. Não o convidavam para nada, não lhe contavam nenhuma novidade, mal conversavam com ele, quando ele aparecia.

Um dia, porém, quando alguns bichos estavam conversando alegremente embaixo de uma árvore, Buba chegou de maneira diferente, andando devagar e cumprimentando-os em voz baixa.

– Oi, pessoal! Boa tarde! Como é que vocês estão?

Os amigos olharam uns para os outros, estranhando a situação.

– Tudo bem, Buba, e com você? – disse a Cotia.

– Na verdade eu não estou bem há alguns dias. Minha cabeça dói e meu corpo está fraco. Só de andar até aqui fiquei com tontura – respondeu o urso, quase caindo.

– Meu Deus, você deve estar doente! – disse o Tatu – venha, sente-se aqui.

Buba sentou-se, mas estava tão fraco que acabou se deitando. Os outros bichos, apesar de não terem simpatia por ele, ficaram preocupados e se organizaram para ajudar.

Trouxeram água e comida. Também conseguiram levá-lo para um bom local, na sombra, onde ele ficou repousando.

Foram chamar a Coruja, que entendia de muitas coisas. Ela recomendou algumas ervas, que os bichos colheram na floresta e usaram para preparar um remédio.

Buba estava realmente precisando de ajuda. Por alguns dias, o urso ficou ali deitado, recebendo os cuidados dos animais.

Eles se revezaram para nunca o deixarem sozinho. Traziam tudo de que ele precisava. Também conversavam com ele, gentilmente, dizendo que isso iria passar e logo ele ficaria bom.

Aos poucos Buba foi melhorando. As dores na cabeça e no corpo foram diminuindo. Ele voltou a ter mais apetite. Depois, passou a caminhar um pouco, para exercitar as pernas. Devagar suas forças foram voltando.

Enquanto Buba se recuperava da doença do seu corpo, outra coisa aconteceu. A convivência entre ele e os outros bichos se modificou totalmente.

– Nossa! Já comeu tudo que eu trouxe? – disse, certa vez o gambá, em tom de brincadeira. – Já está sarando mesmo! Não lhe falei que logo você ia ficar bom, seu grandão medroso?

– Você trouxe só uma migalha, seu nanico! Mas foi a migalha mais deliciosa da minha vida! Valeu! – respondeu Buba, sorrindo.

Buba sabia que seus amigos eram bem menores do que ele e que estavam se esforçando bastante para ajudá-lo.

Durante a doença, o urso teve a oportunidade de conhecer bem melhor os outros bichos. Cada um tinha seu jeito, suas qualidades. Passou a admirá-los e ter gratidão pelo que estavam fazendo por ele. Passou a respeitá-los também.

Quando Buba sarou, ele nunca mais tratou mal os outros bichos. Pelo contrário, passou a ser um companheirão.

Chamava os amigos para comerem frutas maduras, quando ele encontrava um pé carregado. Ia nadar no rio com alguns deles. Dava carona para o Jaboti e para o bicho preguiça, carregando os dois, para eles não ficarem para trás nos passeios.

Suas gargalhadas não eram mais sozinhas, eram compartilhadas, quando todos estavam se divertindo também. Buba se tornou realmente amigo dos outros bichos e eles passaram a gostar muito dele.

Agora, além de grande, forte e bonito, Buba tinha conquistado uma qualidade muito mais importante: ele era querido também.

 


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O Consolador
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