Somos o que somos
As pessoas, via de regra, questionam o que é o ser
vibrante, de pensamento contínuo, que há em cada um de
nós, e que, uns e outros, chamam de Alma, de
Consciência, e outros, mais ainda, chamam de Espírito,
Ser imortal etc.
De fato: o nome não importa, mas, sim, o que é no
íntimo: Eu Sou, Tu És, Ele É!
Mas o que Sou, de fato e realmente?
Estou certo de que Sou, de que Tu És, de que ele É: uma
centelha divina imortal, e, mais que isto, de caráter
palingenésico, ou, dir-se-ia, das muitas vidas já
transcorridas no Mundo e fora dele, até outras que ainda
virão para a nossa purificação completa e total.
Mas o que sabemos de nós mesmos?
Sabemos que somos algo que vive, que sente, que
raciocina, que atua e que aprende diuturnamente e que
simplesmente é, conquanto não se saiba o que de fato se
é, no íntimo de nossa Essência, e, por isso, dizemos que
se trata de algo anímico, ou, então, de caráter
metafísico, espiritual!
Porém, o êxodo mosaico revela que Deus É o que É, ou
que, em termos mais precisos, se diz: “Eu Sou o que
Sou”!
Mas se nós, os filhos, realmente não sabemos o que, de
fato, Ele É em Sua substância “espiritual”, cremos que,
ainda assim, ou, pelo menos da parte dos mais
religiosos, se pode, de alguma forma dizer, que o filho:
como Ser criado pelo “Eu Sou” maior, seja, dito filho,
uma forma ou espécie de: “Eu Sou Menor”.
Mas que, por sua liberdade relativa, “Tudo Pode” naquele
que o fez ou que o gerou nalgum “tempo-sem-tempo” da
eternidade que, no instante evolutivo de nós todos, não
nos permite, ainda, saber do mais íntimo desse “Eu Sou
Maior”, pelo menos por enquanto!
Todavia, por questões evolutivas, dia após dia, de modo
mui lento, vamos atinando para o fato de que n’Ele mesmo
vivemos, nos movemos, atuamos, e, pois, de lentos
progressos educativos, vamos, por tal mesmo, deixando de
odiar, passando, assim, inevitavelmente, a Amar, e,
pois, a melhor compreender as regras do “bom-viver” na
“Consciência” mesma d’Aquele’ que: “É o que É”, tal como
nós próprios, os filhos: “Somos o que Somos”!
(*) Segundo a questão 23 de O Livro
dos Espíritos, o espírito é o princípio inteligente
do Universo, e nós todos, pois, como seres viventes,
somos uma espécie de individualização pessoal dele,
donde tudo, pois, deriva da Inteligência Suprema do
Universo, causa primeira de todas as coisas.
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