Sentimentos
iluminativos
“Brilhe a vossa
luz”, disse o
Mestre
Inesquecível.
“Acenda, cada
aprendiz do
Evangelho, a
lâmpada do
coração.
Não importa que
seja essa
lâmpada
pequenina.
A humilde chama
da vela distante
é irmã da
claridade
radiosa da
estrela.
É indispensável,
porém, que toda
a luz do Senhor
permaneça
brilhando em
nossa jornada
sobre abismos,
até a vitória
final, no porto
da grande
libertação.”
O primeiro
parágrafo é de
André Luiz, no
livro Apostila
da Vida,
psicografia de
Francisco
Cândido Xavier,
em lição que
inspirou este
artigo.
Podemos
aprofundar a
compreensão
dessa expressão:
“acender a
lâmpada do
coração” não é
apenas uma
metáfora ou
expressão
simbólica;
trata-se de uma
luz real, cuja
existência se
manifesta quando
mudamos
suficientemente
nossas
convicções.
Frederico
Figner, o homem
que se tornou
espírita ao
descobrir a
oração do
trabalho, teve
uma trajetória
menos conhecida
do que suas
experiências
post mortem,
registradas no
livro Voltei,
psicografado por
Francisco
Cândido Xavier.
Em vida,
mantinha uma
loja, e muitas
pessoas vinham
procurar
emprego. Quando
não havia vaga
disponível,
Figner fornecia
recursos para
que pudessem
comprar
mantimentos e,
em seguida,
recolhia-se para
orar. Essa
oração sempre
resultava em que
o assistido
conseguisse,
rapidamente, um
emprego em outro
local. Além
disso, Figner
foi ativista da
caridade em
muitas outras
frentes. Apesar
de todas essas
ações generosas,
ao retornar ao
mundo
espiritual,
percebeu que
ainda não
possuía luz
interior. Seus
companheiros
espirituais, por
outro lado, já a
traziam acesa no
peito e a
manifestavam no
auxílio aos
necessitados nos
umbrais próximos
à crosta
terrestre.
Na obra de André
Luiz, aprendemos
ainda: “O
serviço ao
próximo dissolve
as sombras na
generosa luz da
compreensão e
simpatia”.
Com Allan
Kardec, podemos
afirmar que,
assim como no
Céu, aqui na
Terra os fluidos
espirituais são
os mesmos que
originaram a luz
recém-acesa no
coração de
Figner:
“A qualificação
de fluidos
espirituais não
é rigorosamente
exata, já que,
em definitivo, é
sempre a matéria
mais ou menos
quintessenciada.”
(A Gênese,
cap. 4, Fluidos,
item 5, tradução
de Carlos de
Brito
Imbassahy.)
“O perispírito
dos encarnados é
de natureza
idêntica à dos
fluidos
espirituais.” (A
Gênese, cap.
14, item 18,
tradução
Albertina
Escudeiro Sêco.)
“O pensamento do
espírito
encarnado atua
sobre os fluidos
espirituais como
o dos
desencarnados.”
(A Gênese,
cap. 14, item
17, tradução
Albertina
Escudeiro Sêco.)
É fundamental
insistir: a luz
interior não é
apenas uma
expressão
poética,
destinada a
adornar o
discurso ou
confirmar o
sentido
filosófico de
nossa afiliação
espírita. É uma
realidade
alcançável, um
dever e, ao
mesmo tempo, uma
libertação
pessoal
conquistada.
Precisamos ser
persistentes em
descobrir como
acendê-la e
mantê-la,
quantas vezes
forem
necessárias, até
que se torne uma
companheira
imortal.
Assim como
Figner,
precisamos
modificar
aspectos de
nossa vida moral
para nos
tornarmos
aprendizes a
cada instante.
Conforme
asseverou Allan
Kardec ao
estabelecer mais
um dos
princípios
doutrinários:
“O princípio do
melhoramento
está na natureza
das crenças,
porque estas
constituem o
móvel das ações
e modificam os
sentimentos.”
(Obras
Póstumas de
Allan Kardec,
Segunda parte,
Credo espírita,
tradução de
Louis
Neilmoris.)
Mostrando a
quanto alcança
esse conceito,
Emmanuel afirma:
“No sentimento
reside o
controle da
vida” (Vinha
de Luz,
lição “Guardemos
o coração”,
psicografia de
Francisco
Cândido
Xavier).