Sejamos gratos e ensinemos desde cedo a
gratidão para os nossos filhos
Quando eu crescer eu vou ficar criança.
Manoel de Barros
Pessoas gratas vivem mais satisfeitas e são menos
suscetíveis a queixas e vitimismos. Mais resilientes,
toleram com mais eficácia o entorno, lidam melhor com as
circunstâncias e as contínuas mudanças que a vida lhes
oferece.
É uma importante tarefa dos pais ensinarem os filhos a
serem gratos. De maneira insistente, determinada.
Agradecer é vital para a saúde do nosso coração.
Competência essencial para a nossa época, a gratidão
pode ser desenvolvida e praticada desde os anos iniciais
da pessoa humana. Agradecer o afeto, a casa limpa, a
comida fresca, a manhã ensolarada, a amoreira carregada
de frutas. Agradecer o dia que finda, a presença de Deus
e da família.
No dia a dia, exemplos simples influenciam o
comportamento das crianças: dizer o adulto de forma
reiterada um “obrigado” pelo café da manhã gostoso, por
uma roupa lavada e cheirosa, pelo livro de histórias…
Isso estimula na criança a percepção de que nada
acontece isoladamente. Ou seja, ao notar que existem
esforços por trás de uma refeição, de um quarto limpo ou
de um momento agradável, a criança consegue pouco a
pouco desenvolver consciência social e empatia. Isso
favorece, além do sentimento de gratidão, a formação de
uma visão mais colaborativa, menos centrada em desejos
imediatos. Esse tipo de autopercepção promove escolhas
mais generosas e atitudes mais equilibradas no convívio
familiar e escolar.
Uma prática aconselhável é a instituição do “momento do
agradecimento”. Pode ser feito em casa, ao final do dia,
quando todos da família são convidados a dizer uma ou
mais coisas pelas quais se sentem gratos. Essa partilha
familiar centrada na gratidão fortalece o afeto sincero
e ensina, com naturalidade, o filho desde cedo a
reconhecer o valor das pequenas coisas: um pedaço de
bolo de cenoura no lanche da tarde, um abraço inesperado
do colega no fim do jogo, uma tarde de chuva fresca com
contação de histórias.
Pais e filhos gratos tendem a lidar melhor com os
desafios diários, desenvolvendo uma convivência mais
norteada pelo bem e pela paz. Ganhamos todos…
Notinha
Nas relações sociais, a gratidão tem elo estreito com a
empatia e, em consequência, essa boa “combinação”
fortalece amizades, facilita a adaptação social, reduz
comportamentos centrados apenas nos próprios desejos.
Com isso, a criança cresce com mais desenvoltura para se
relacionar com diferentes pessoas de forma equilibrada.