Poder educativo do estímulo
Já se disse em frase atribuída a Confúcio “que a palavra
convence, mas o exemplo arrasta”, demonstrando, sem
dúvida, que o exemplo é mais eficaz na mudança de
comportamento e na influência de pessoas do que as
palavras. Sim, até porque essas podem estar vazias de
sentimento e o exemplo demonstra na prática os
benefícios e vantagens de uma mudança para uma nova
postura.
Já o estímulo tem grande poder de operar grandes
mudanças e transformações, pois transforma dúvida em
confiança e traz consigo o componente da solidariedade,
do respeito à dificuldade, incitando a novas conquistas
e se faz presente com a decisão do apoio não só em
palavras, mas especialmente quando com a presença viva
que compreende e cria oportunidades.
Pois a educação em geral não dispensa o estímulo. Pais e
educadores conhecem bem essa magnífica ferramenta. Para
citar exemplos simples do cotidiano, lembremos o
estímulo dos pais para os primeiros passos ou no
aprendizado para andar de bicicleta. Ou mesmo na
paciência dos professores durante o período da
alfabetização.
Não é diferente com a questão moral. Além dos exemplos,
de que todos podemos nos tornar instrumentos, a
moralidade e seu desenvolvimento consegue alcançar
grandes expressões com estímulos externos. Todo educando
absorve exemplos e estímulos. E, infelizmente, também os
maus exemplos, como estímulos degradantes e imorais
também encontram guarida no coração humano, aprendiz
nesse processo de aperfeiçoamento.
O que desejamos, contudo, é falar de bons exemplos, bons
estímulos, nesses tempos tão conturbados da experiência
humana, onde precisamos colher conteúdos que estimulem
um novo comportamento, que equilibrem os relacionamentos
humanos e auxiliem na direção dessa compreensão para uma
nova mentalidade.
Pois um bom exemplo está no espetacular filme “A Forja:
O Poder da Transformação” (drama, produção americana em
2024), cujos dados gerais deixo à pesquisa do leitor, já
que fartamente disponíveis.
Classifico como um filmaço. Não deixe de ver. É o poder
da educação, da disciplina. Independente da crença e das
interpretações diferentes, uma linda lição de vida,
valorizando a disciplina, o poder da vontade, e
especialmente da fé e seus desdobramentos.
O leitor poderá ver no filme um viés que possa tender
para essa ou aquela religião, mas não há nenhuma espécie
do que podemos chamar de doutrinação específica, apenas
inspira-se em textos do Velho e Novo Testamento, com
adaptações muito inspiradas pelos autores, para situar o
ensino junto ao cotidiano dos personagens. Afinal, não
se pode negar a diversidade de vivências religiosas no
planeta, nem tampouco desconsiderar o valor das
interpretações, ainda que diferente daquela que
adotamos. Negar isso ou desconsiderar as interpretações
diferentes seria preconceito, mazela moral que devemos
dispensar.
As interpretações diferentes dos textos trazidos pelo
Velho e Novo Testamento ficam em plano secundário,
prevalece o aspecto moral, a fé genuína e espontânea,
que está acima de nossas diferenças.
Com destaque para a fé, a disciplina, e para o estímulo
que podemos nos oferecer mutuamente, diante das novas
compreensões que vamos assimilando, o filme traz em sua
essência uma mensagem altamente motivadora para mudança
de comportamentos.
Partindo das dificuldades familiares e seus conhecidos
dramas, o estímulo oferecido por um empresário
consciente modifica a vida de um jovem indisciplinado e
traz potente convite às nossas próprias mudanças,
sugerindo reflexões de profundidade a quem assiste o
filme sem preconceito, sem ideia preconcebida e sim com
a mente aberta para as realidades humanas.
Muito boa produção, que emociona em vários aspectos.
Convido o leitor a não perder a oportunidade de refletir
sobre referido conteúdo. Está disponível no YouTube,
inclusive.
E como o tema é educação, nada melhor que um bom filme
para nos trazer novamente ao debate desse tema tão vital
para uma nova sociedade.
Convenhamos, porém, que estímulos não faltam para um bom
comportamento. Estamos preguiçosos, omissos,
indiferentes ou realmente queremos melhorar a nós
mesmos? Observemos a quantidade de estímulos externos à
nossa volta para uma nova postura.