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por Anselmo Ferreira Vasconcelos

 

Ergamo-nos sempre!


Não há dúvida de que erramos muito mais que acertamos em nossos passos e decisões ao longo da vida. Às vezes, os indivíduos cometem atos ignóbeis, descendo, assim, aos mais escabrosos degraus da sordidez humana. Aliás, o leque de possibilidades nesse particular é praticamente incontável – afinal, há por toda a parte oportunidade à perdição do Espírito incauto -, variando de falas e gestos infelizes a atos macabros. Convém destacar que ao perfilar nas fileiras do mal, muito difícil será dele se separar. Por essa razão, nossos sentidos devem sempre estar muito atentos, a fim de evitar deslizes moralmente deploráveis. No sentido oposto, evoluir espiritualmente demanda extremo esforço e disposição de cada um – não nos enganemos quanto a isso. Afinal, nem todos aceitam tão espinhoso desafio e, assim, continuam conscientemente atolados no lodo das ilusões e enganos.

Ocorre, porém, que ao trilhar por essa grande escola da vida, como Espíritos reencarnados, os maiorais da espiritualidade esperam que alcancemos outros patamares existenciais. Nesse sentido, o Senhor da vida continua nos oferecendo constantes ensanchas à renovação e transformação interior. No livro Fonte Viva, o Espírito Emmanuel (psicografia de Francisco Cândido Xavier), traz, a propósito, oportunas recomendações a todos aqueles que se encontram mentalmente nos vales sombrios:

“Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar. “Aperfeiçoamento pede esforço.

“Panorama dos cimos pede ascensão.

“Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.”

Portanto, não podemos prantear eternamente os erros cometidos pelo caminho, sejam eles crimes hediondos ou atitudes malignas. É, pois, imprescindível levantar a cabeça e agir com determinação e boa vontade para consertar os estragos. Isso é o que realmente importa agora fazer. A Providência Divina generosamente nos proporciona meios eficazes para isso. Lembremos que Pedro, fraquejando em seu testemunho, negou Jesus por três vezes, enquanto Tomé custou a acreditar que o Mestre havia ressuscitado, precisando tocar-lhe as mãos feridas para só, então, mudar de opinião. Entretanto, ambos os expoentes do Cristianismo nascente ergueram-se moralmente e, no momento certo, foram imolados em admirável demonstração de fé.

Judas, por sua vez, não compreendendo o alcance da mensagem divina, traiu-o por 30 moedas de prata e, não suportando o ácido do arrependimento, cometeu o autocídio. Apesar disso, Jesus resgatou-o nas regiões trevosas repletas de horrendos sofrimentos. Posto isto, o infeliz Apóstolo enfrentou dolorosas reencarnações, reerguendo-se pouco a pouco até sofrer o martírio como Joana d’Arc.  

Assim sendo, enxuguemos as nossas lágrimas e tenhamos bom ânimo sempre. Havendo o sincero reconhecimento de nossa parte pelos erros cometidos, bem como desejo sincero de reparação, a Espiritualidade maior certamente apoiar-nos-á mostrando os caminhos da redenção. Apeguemo-nos, então, a Deus, roguemos forças e entendimento e, sobretudo, trabalhemos com afinco pela nossa melhoria interior.

Na hora adequada, tenhamos a certeza, contaremos com os recursos espirituais necessários para nos recompor perante aqueles que prejudicamos e, assim, nos ajustar, enfim, às Leis siderais.  


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita