Ergamo-nos sempre!
Não há dúvida de que erramos muito mais que acertamos em
nossos passos e decisões ao longo da vida. Às vezes, os
indivíduos cometem atos ignóbeis, descendo, assim, aos
mais escabrosos degraus da sordidez humana. Aliás, o
leque de possibilidades nesse particular é praticamente
incontável – afinal, há por toda a parte oportunidade à
perdição do Espírito incauto -, variando de falas e
gestos infelizes a atos macabros. Convém destacar que ao
perfilar nas fileiras do mal, muito difícil será dele se
separar. Por essa razão, nossos sentidos devem sempre
estar muito atentos, a fim de evitar deslizes moralmente
deploráveis. No sentido oposto, evoluir espiritualmente
demanda extremo esforço e disposição de cada um – não
nos enganemos quanto a isso. Afinal, nem todos aceitam
tão espinhoso desafio e, assim, continuam
conscientemente atolados no lodo das ilusões e enganos.
Ocorre, porém, que ao trilhar por essa grande escola da
vida, como Espíritos reencarnados, os maiorais da
espiritualidade esperam que alcancemos outros patamares
existenciais. Nesse sentido, o Senhor da vida continua
nos oferecendo constantes ensanchas à renovação e
transformação interior. No livro Fonte Viva, o
Espírito Emmanuel (psicografia de Francisco Cândido
Xavier), traz, a propósito, oportunas recomendações a
todos aqueles que se encontram mentalmente nos vales
sombrios:
“Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em
nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos
da retaguarda que desejamos abandonar. “Aperfeiçoamento
pede esforço.
“Panorama dos cimos pede ascensão.
“Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos
para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.”
Portanto, não podemos prantear eternamente os erros
cometidos pelo caminho, sejam eles crimes hediondos ou
atitudes malignas. É, pois, imprescindível levantar a
cabeça e agir com determinação e boa vontade para
consertar os estragos. Isso é o que realmente importa
agora fazer. A Providência Divina generosamente nos
proporciona meios eficazes para isso. Lembremos que
Pedro, fraquejando em seu testemunho, negou Jesus por
três vezes, enquanto Tomé custou a acreditar que o
Mestre havia ressuscitado, precisando tocar-lhe as mãos
feridas para só, então, mudar de opinião. Entretanto,
ambos os expoentes do Cristianismo nascente ergueram-se
moralmente e, no momento certo, foram imolados em
admirável demonstração de fé.
Judas, por sua vez, não compreendendo o alcance da
mensagem divina, traiu-o por 30 moedas de prata e, não
suportando o ácido do arrependimento, cometeu o
autocídio. Apesar disso, Jesus resgatou-o nas regiões
trevosas repletas de horrendos sofrimentos. Posto isto,
o infeliz Apóstolo enfrentou dolorosas reencarnações,
reerguendo-se pouco a pouco até sofrer o martírio como
Joana d’Arc.
Assim sendo, enxuguemos as nossas lágrimas e tenhamos
bom ânimo sempre. Havendo o sincero reconhecimento de
nossa parte pelos erros cometidos, bem como desejo
sincero de reparação, a Espiritualidade maior certamente
apoiar-nos-á mostrando os caminhos da redenção.
Apeguemo-nos, então, a Deus, roguemos forças e
entendimento e, sobretudo, trabalhemos com afinco pela
nossa melhoria interior.
Na hora adequada, tenhamos a certeza, contaremos com os
recursos espirituais necessários para nos recompor
perante aqueles que prejudicamos e, assim, nos ajustar,
enfim, às Leis siderais.
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