Artigos

por Juan Carlos Orozco

 

Estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês  


“Naquele dia, compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês.” 
(João, 14:20)


A respeito dessa passagem evangélica, o Espírito Emmanuel, no livro O Consolador, na questão 288, sobre “Meu Pai e eu somos um”, esclarece a perfeita identidade e comunhão do Cristo com Deus na direção de todos os processos atinentes à marcha evolutiva do planeta terrestre.

A frase proferida por Jesus refere-se à unidade espiritual entre ele, Deus Pai e os seus discípulos, demonstrando interconexão entre os seres pelo amor e pela prática do bem.

Indica, também, a união entre os seguidores, mostrando que eles estão em Cristo e Cristo neles, promovendo a fraternidade e o amor mútuo.

Essa união é momento de maior compreensão espiritual, onde os discípulos, pelos ensinamentos de Jesus, atingirão um nível de consciência mais elevado. 

A força do verdadeiro amor une todos os seres e permite a manifestação da presença divina em cada um, materializando a união entre o Céu e a Terra.

Pela união sincera e fraternal de Espíritos, encarnados e desencarnados, serão possíveis a transformação e a regeneração da Humanidade. A união permanente da alma com Deus é a finalidade de todos os caminhos evolutivos.

A vida é harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível, cuja manutenção depende das atividades dos mundos e dos seres.

Jesus ensina que a primeira qualidade a ser cultivada no coração, acima de todas as coisas, é a fidelidade a Deus, como uma das primeiras virtudes, em que o filho e o pai estabelecem a confiança integral e recíproca.

Uma das maiores virtudes do discípulo do Evangelho é a de estar sempre pronto ao chamado da Providência Divina, sem se importar onde e como será o testemunho de sua fé. O essencial será revelar a união com Deus em todas as circunstâncias.

Indispensável não esquecer a condição de servos de Deus, para bem atender ao chamado, nas horas de tranquilidade ou sofrimento.

As bodas de Caná foi um símbolo de união na Terra, marcado pelo início da pregação do Cristo no momento de expressiva alegria, em que o aprendizado evangélico deve ocorrer num clima de união e de júbilos fraternos.

Também somos convidados para essa festa de casamento com o Evangelho na Terra.

Emmanuel, no livro O Consolador, na questão 322, expressa:

“O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal. (...)

No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade.

Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo.”

As palavras do Mestre Jesus sintetizam a sua consoladora doutrina pelas adesões dos corações sinceros e puros para sempre às claridades do reino de Deus, selando a eterna união de todos os seres humanos, tocados pela força do amor que irradia da divina fonte inspiradora para as mais profundas ações de fé, esperança, confiança, fraternidade e concórdia.

Não se trata de um simples compromisso formal para com Deus, Cristo e os próximos, mas de uma união enraizada em elevados sentimentos que derivam da necessidade de harmonia e entendimento, fundindo os seres uns aos outros, sem lhes inibir a identidade, a individualidade e tampouco as expressões individuais de vir a ser.

É a autêntica doação do verdadeiro amor, firmada no desinteresse pessoal, constituía pelo sinal de união com Deus, na demonstração de que trabalham para o êxito do bem no mundo.

O planeta Terra é uma escola abençoada “que faculta o desenvolvimento dos incomparáveis tesouros que dormem no recesso do ser, auxiliando-o a libertar-se do primarismo e das sensações mais grosseiras para alcançar as emoções santificantes e libertadoras que lhe estão destinadas, proporcionando-lhe o ensejo da união com o pensamento divino” (Espírito Manoel Philomeno de Miranda, Apresentação, no livro Amanhecer de uma nova era.)

Por tudo isso, esteja em comunhão com o Pai eterno, com o Cristo e com os seus semelhantes no caminho da verdade e da vida eterna, pela imortalidade do Espírito, na busca da perfeição em pluralidade de existências, praticando o verdadeiro e sublime amor.


Bibliografia:

BÍBLIA SAGRADA.

EMMANUEL (Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. O Consolador. 29ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

EMMANUEL (Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2018.

MIRANDA, Manoel Philomeno de Miranda (Espírito), na psicografia de Divaldo Pereira Franco. Amanhecer de uma nova era. 2ª Edição. Salvador/BA: Editora Leal, 2017.

SAYÃO, Antônio Luiz. Elucidações evangélicas à luz da Doutrina Espírita. 16ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e Ensino de Jesus. 28ª Edição. Matão/SP: Casa Editora O Clarim, 2016. 
  
    

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita