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por Fernando Rosemberg Patrocinio

 

Não somos, ainda, um diamante


É possível que todos, da vasta e culta humanidade terrena, tenham já ouvido dizer: “O diamante não deixa de ser um diamante, nem mesmo numa poça de lama”.

E exemplo de tal nós o tivemos, no campo científico, um diamante do porte de Einstein; no filosófico, um da capacidade de Sócrates; no catedrático, tivemos um Allan Kardec, e, no filantrópico, ressaltou-se a figura branda e humilde de Francisco Cândido Xavier, sempre caritativo, educado e bom para com todos, fosse nos recintos de uma Casa Espírita ou em quaisquer outros lugares, seja no particular, no trânsito, nas entrevistas, e etc. etc. e tal.

E sabemos, nós todos, da sabedoria ímpar de todos eles, inclusive do referido médium, um homem que, como sabemos, escrevera milhares de páginas transcendentais, que, logo após, datilografava e, mais tarde, enviava - no original - para as editoras, e depois, muito depois, tinha o prazer de tomar nas mãos os resultados do seu trabalho em forma de livros e mais livros, que ele tornava a lê-los como se não fossem seus, e de fato não os eram.

Portanto, tivemos no Chico um modelo de espiritista para o século 20, 24 horas por dia, 365 dias por ano, coisa que nem sempre somos, nem sempre conseguimos, confesso de antemão!

Aliás, há um capítulo de sua obra Os Mensageiros (1944-FEB) que aborda justamente tal questão: o de sermos espíritas não apenas na Casa Espírita, mas, sim, 24 horas por dia, em nossos lares e locais de trabalho, no trânsito ou em quaisquer lugares, tal como se estivéssemos no ambiente sagrado de uma sessão mediúnica, sempre saudável e sempre saritativa, de um amor sem igual.

Assim, pois, que se consulte o capítulo 12 da referida obra do médium retrocitado, na qual se há de constatar, por exemplo, como um puxão de orelhas para nós todos, que:

“... A existência terrestre, por si só, é uma sessão permanente”. (Opus cit.).

Ou, noutros termos:

Toda a nossa existência no Mundo terreno, numa concepção mais alta, e, pois, muito mais abrangente, trata-se, ou, deveria tratar-se, para o espiritista mais esclarecido, de uma “Sessão (Espírita) Permanente”, em que, então, teríamos (ou temos) a obrigação intelectual e moral de o sermos - como Cristãos Redivivos - o tempo todo, ou seja, de forma cotidiana permanente, e não, apenas, nas referidas “Sessões”, ou, então, nos trabalhos de divulgação do Espiritismo, como estamos fazendo por agora!

Que seja evidente para todos que não estamos, em tempo algum, alucinados, ou fanatizados, mas sim, e apenas, óbvios, de fácil entendimento, segundo o qual o nosso comportar-se, no dia a dia, não pode ser distinto do que vivenciamos na Casa Espírita, o que nos caracterizaria como hipócritas, um vira-casaca, ou, então, como já vimos em alguns casos por aí, em que, no seu extremo, “espiritistas” deixaram, de repente, de serem espiritistas, e que, mais adiante ainda, deitaram a falar mal do Espiritismo!

Em face disso, em tais casos, só temos a dizer: - Que pena! Que oportunidade perdida!

Mas nós os entendemos, pois que, afinal, eles não são, ainda, um diamante, tal como mencionamos supra; restando-nos, pois, considerar que, por questões evolutivas, eles, um dia, certamente o serão, como nós também, que, da mesma forma, ainda não somos perfeitos! 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita