Não somos, ainda, um diamante
É possível que todos, da vasta e culta humanidade
terrena, tenham já ouvido dizer: “O diamante não deixa
de ser um diamante, nem mesmo numa poça de lama”.
E exemplo de tal nós o tivemos, no campo científico, um
diamante do porte de Einstein; no filosófico, um da
capacidade de Sócrates; no catedrático, tivemos um Allan
Kardec, e, no filantrópico, ressaltou-se a figura branda
e humilde de Francisco Cândido Xavier, sempre
caritativo, educado e bom para com todos, fosse nos
recintos de uma Casa Espírita ou em quaisquer outros
lugares, seja no particular, no trânsito, nas
entrevistas, e etc. etc. e tal.
E sabemos, nós todos, da sabedoria ímpar de todos eles,
inclusive do referido médium, um homem que, como
sabemos, escrevera milhares de páginas transcendentais,
que, logo após, datilografava e, mais tarde, enviava -
no original - para as editoras, e depois, muito depois,
tinha o prazer de tomar nas mãos os resultados do seu
trabalho em forma de livros e mais livros, que ele
tornava a lê-los como se não fossem seus, e de fato não
os eram.
Portanto,
tivemos no Chico um modelo de espiritista para o século
20, 24 horas por dia, 365 dias por ano, coisa que nem
sempre somos, nem sempre conseguimos, confesso de
antemão!
Aliás, há um capítulo de sua obra Os Mensageiros (1944-FEB)
que aborda justamente tal questão: o de sermos espíritas
não apenas na Casa Espírita, mas, sim, 24 horas por dia,
em nossos lares e locais de trabalho, no trânsito ou em
quaisquer lugares, tal como se estivéssemos no ambiente
sagrado de uma sessão mediúnica, sempre saudável e
sempre saritativa, de um amor sem igual.
Assim, pois, que se consulte o capítulo 12 da referida
obra do médium retrocitado, na qual se há de constatar,
por exemplo, como um puxão de orelhas para nós todos,
que:
“... A existência terrestre, por si só, é uma sessão
permanente”. (Opus cit.).
Ou, noutros termos:
Toda a nossa existência no Mundo terreno, numa concepção
mais alta, e, pois, muito mais abrangente, trata-se, ou,
deveria tratar-se, para o espiritista mais esclarecido,
de uma “Sessão (Espírita) Permanente”, em que, então,
teríamos (ou temos) a obrigação intelectual e moral de o
sermos - como Cristãos Redivivos - o tempo todo, ou
seja, de forma cotidiana permanente, e não, apenas, nas
referidas “Sessões”, ou, então, nos trabalhos de
divulgação do Espiritismo, como estamos fazendo por
agora!
Que seja evidente para todos que não estamos, em tempo
algum, alucinados, ou fanatizados, mas sim, e apenas,
óbvios, de fácil entendimento, segundo o qual o nosso
comportar-se, no dia a dia, não pode ser distinto do que
vivenciamos na Casa Espírita, o que nos caracterizaria
como hipócritas, um vira-casaca, ou, então, como já
vimos em alguns casos por aí, em que, no seu extremo,
“espiritistas” deixaram, de repente, de serem
espiritistas, e que, mais adiante ainda, deitaram a
falar mal do Espiritismo!
Em face disso, em tais casos, só temos a dizer: - Que
pena! Que oportunidade perdida!
Mas nós os entendemos, pois que, afinal, eles não são,
ainda, um diamante, tal como mencionamos supra;
restando-nos, pois, considerar que, por questões
evolutivas, eles, um dia, certamente o serão, como nós
também, que, da mesma forma, ainda não somos perfeitos!
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