Bênção maior
“Mas bem-aventurados os vossos olhos porque veem, e os
vossos ouvidos, porque ouvem.” —
Jesus — Mateus, 13.16.
“Amai, pois, a
vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo,
instrumento daquela. Desatender as necessidades que a
própria Natureza indica é desatender a lei de Deus. Não
castigueis o corpo pelas faltas que o vosso
livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais ele é
tão responsável quanto o cavalo, mal dirigido, pelos
acidentes que causa.” —
Cap. XVII, 11.
Teu corpo — tua bênção maior.
Auxilia-o com diligência para que ele te auxilie com
segurança.
Educa-o para que te apoie a educação necessária.
Cabine de comando, — consegues manejá-lo, expedindo
ordens e sugestões que remodelam o pedaço de globo em
que respiras.
Escopro, — burilas com ele a matéria densamente
concentrada, a fim de convertê-la em amparo e alegria.
Pena, — utilizas-te dele para grafar as concepções que
te fulguram no cérebro, assimilando a inspiração das
Esferas Superiores.
Lira, — podes tanger-lhe as cordas do sentimento e
compor a melodia verbal que se faça jubilosa renovação
naqueles que te escutem.
Santuário, — fazes dele o templo da emoção, haurindo
forças para sonhar e construir ou formar o jardim da
família, em que situas os filhos do coração.
*
Teu corpo — tua bênção maior.
Há quem o acuse pelo golpe da criminalidade ou pela
demência do vício, como se o carro obediente devesse
pagar pela embriaguez ou pelos disparates do condutor. E
existem ainda aqueles que o declaram culpado pelos
assaltos da calúnia e pelas calamidades da cólera, qual
se o telefone fosse responsável pela malícia e pelos
desequilíbrios dos que lhe menosprezam e injuriam a
utilidade.
Considera que o corpo te retrata a inteligência em
desenvolvimento no Planeta, — inteligência que, no seio
da Terra, é semelhante ao filho em promissora menoridade
no colo maternal.
Para que lhe percebas a grandeza, na posição de
instrumento vivo de teu progresso e elevação, basta
observes nele a tua própria condição de estrela
nascitura, mas ainda cativa, com duas pontas na forma de
pés, transitoriamente aprisionadas ao chão do mundo,
duas hastes preciosas no feitio de braços para o
trabalho e uma antena em que a luz do pensamento
chameja, vitoriosa, na estrutura da fronte,
magnificamente erguida à majestade dos Céus.
Do Livro da Esperança, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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