O mundo precisa de Evangelho
Qualquer pessoa, acompanhando minimamente o
caminhar da evolução desta parte da Humanidade
Universal, percebe logo que algo não vai bem.
Se tomarmos o nosso país como exemplo, é
assustador conviver com a quantidade de modos
inventados para ludibriar o próximo. São
estelionatos de toda ordem e a desonestidade
parece estar incorporada ao cotidiano das
pessoas.
Levo o veículo à oficina para revisão e quando
vou retirá-lo logo é dito: qualquer coisa ou
dúvida no serviço pode trazer de volta,
resolvemos na hora. Ora, eu não desejo voltar à
oficina, afinal já deixei o veículo tempo
suficiente para ser reparado, assim por qual
razão esta frase sempre é dita!? Usaram peças do
mercado paralelo, apesar de ser uma oficina
autorizada? Estou no consultório médico, com
hora marcada, o tempo escoa e não sou atendido.
Quando procuro saber por qual razão o meu
horário não foi cumprido, é dito que alguém
chegou de emergência e o doutor atendeu o
imprevisto. Contudo, ninguém chegou
inesperadamente, pode-se facilmente constatar,
mas chegou o representante da poderosa indústria
farmacêutica para vender as suas drogas, e foi
atendido no meu horário. Tudo indica o vendedor
tem prioridade sobre os próprios pacientes que
pagam o salário da atendente, do médico,
sustentam a clínica e compram as drogas; preciso
adquirir certos alimentos - oleaginosas -, me
dirijo ao estabelecimento adequado e, muitas
vezes, encontram-se recipientes apresentando
data de vencimento expirada. Interpelado, o
atendente logo diz que vai trocar por lote novo,
mas não troca na hora; na padaria, compram-se
pães e alimentos correlatos, ao chegar em casa,
percebe-se que não estão frescos, ou seja, foram
produzidos e, para que o dono da padaria não
tenha prejuízo, permanecem no mostruário até
serem adquiridos; no supermercado, há as ameixas
secas com ou sem caroços, compram-se as sem
sementes, contudo, diz a experiência que não se
deve comê-las sem cuidados, pois é comum que,
embora o produto indique sem caroço, a
probabilidade de morder uma ameixa com caroço
não é pequena e, neste caso, quem sofre são os
dentes...Poderíamos elencar incontáveis
situações, mas precisaríamos de um livro inteiro
para incluí-las todas, desde pequenos deslizes
do cotidiano, até o uso de emendas parlamentares
em proveito próprio, de familiares ou de amigos.
O nível moral e ético da população parece
diminuir assustadoramente, claro há muitas
exceções, mas, por enquanto, é o que se vê.
Nessa hora indagamos esperançosos: Como
modificar tais condutas? - Há um caminho válido,
conhecer e, principalmente, praticar os exemplos
de vida de Jesus.
Para conhecer os ensinos imortais do Governador
do orbe, não há outra indicação a não ser ler os
Evangelhos, tentando retirar desses escritos as
normas da boa conduta, os princípios morais por
Ele exemplificados, a forma nobre e honesta como
viveu durante suas poucas décadas aqui na Terra.
Entretanto, nem sempre, conseguimos encontrar a
chave para abrir a porta do entendimento, como
exemplo, contido nas parábolas, e ficamos sem
saber o que fazer, pois de nada adianta ler e
não entender a real aplicação, aos nossos dias,
dos ensinamentos contidos naqueles textos,
muitos aparentemente enigmáticos, pois Jesus
usou elementos do povo hebreu para organizar
suas histórias e contos.
Então, como faço?
No século XIX, o francês Allan Kardec publicou
cinco livros que compõem, basicamente, a
Doutrina dos Espíritos. A terceira obra da série
pode nos ajudar sobremaneira na compreensão dos
ensinos do Mestre, chama-se: O Evangelho
segundo o Espiritismo.
Nesse compêndio o autor buscou destacar ensinos
fundamentais de Jesus e comentá-los à luz do
conhecimento dos Espíritos luminares que nos
auxiliam nessa tarefa de melhoria da população,
bem como da Terra.
Mas não é só isso, o Espiritismo nos sugere uma
forma bem didática e prática para estudar esta
obra, praticando o Evangelho no Lar:
• Antes de tudo, escolher dia e horário em que a
maioria dos familiares esteja presente na
reunião, sem obrigar a ninguém. Caso a pessoa
viva sozinha, deve realizar normalmente o
Evangelho no Lar. Contudo, uma vez determinadas
as condições do encontro, manter a disciplina em
sua realização em um ambiente respeitoso e
fraterno.
• Caso algum familiar se atrase, iniciar o Culto
no horário previsto. A propósito, é normal o
surgimento de imprevistos exatamente no dia e
horário escolhidos: convite de amigos para ir ao
cinema, o celular tocar para estabelecer
conversas e troca de mensagens totalmente
dispensáveis, a furadeira do vizinho pode
começar a funcionar, ou seja, podem surgir
contratempos visando impedir ou atrapalhar a
reunião da família para orar em conjunto. Não
permitam que situações inesperadas perturbem o
compromisso.
• Pode-se usar a obra com leituras em sequência
ou ao acaso. Após a leitura do texto
contemplado, inicia-se uma breve explanação com
a participação de todos - o ideal. Para as
crianças pode-se empregar livros infantis
apropriados.
• Sugere-se um tempo de 15, 30 ou mesmo 60
minutos de duração, mas curto, quando há
crianças presentes. O grupo deve definir a
melhor extensão de tempo para a realização da
reunião.
• A colocação de recipiente com água visando
fluidificação não é mandatória, mas pode ser
providenciada.
• O Evangelho no Lar não deve ser usado jamais
para manifestações mediúnicas, mesmo se houver
médiuns presentes.
E então: vamos iniciar essa dadivosa prática,
favorecendo nosso lar e o mundo com nossas
orações e estudos?