Chico Xavier e a
ciência espírita
Na última noite
de Jesus na
Terra, antes do
início das
dores, o Mestre
nazareno teve
uma conversa
difícil com seus
amados
discípulos. Para
tanto, preparou
inicialmente o
clima da
conversa através
da conhecida
passagem do
lava-pés. Apesar
do assombro de
Pedro, Jesus
esclareceu: “Se
eu não os lavar,
você não terá
parte comigo"
(João 13:8).
Logo adiante se
encontra outra
passagem famosa
na qual Jesus
promete enviar
um outro
consolador:
“Mas, quando
vier o
Consolador, que
eu da parte do
Pai vos hei de
enviar, aquele
Espírito de
verdade, que
procede do Pai,
ele testificará
de mim” (João
15:26). O
Consolador veio
através dos
trabalhos de
Allan Kardec em
codificar tanto
através das
cinco obras
básicas, quanto
da Revista
Espírita, as
fundações
basilares do
Espiritismo. A
consolação vem
como uma fonte
viva de
conhecimento e
esperança para
que a humanidade
possa tanto se
aliviar quanto
se levantar da
lama para os
céus. O
conhecimento
presente na
codificação
espírita
representa um
abrir dos olhos
e da alma para
os segredos dos
céus, bem como
as maravilhas do
universo. Esses
não mais vistos
por meio de
misticismos e
crendices
ingênuas, mas
através do poder
da fé
raciocinada.
Através da fé
raciocinada o
ser humano ganha
condições tanto
de entender
parte de seu
passado, quanto
de ter um
livre-arbítrio
mais amplo para
escolher o seu
futuro.
Entretanto, não
se poderá jamais
alegar o
desconhecimento
das regras e da
verdade. A
passagem das
horas representa
a certeza de
estar indo no
caminho certo ou
não, conforme os
próprios
parâmetros
deixados pelos
espíritos.
Dentre eles, um
lema que se
tornou quase
sinônimo de
“avanço”: “fora
da caridade não
há salvação”.
Entretanto,
apesar da
importância e da
necessidade de
cada um fazer a
sua parte, é
mister destacar
o papel da
mediunidade para
o avanço da
ciência dos
homens na Terra.
Sem ela, seria
como privar o mainstream da
ciência e a
tecnologia
humana de
ferramental
ainda mais
apurado para a
realização de
pesquisas
imateriais e
ultrassensíveis
do espírito. Sem
a mediunidade
seria como negar
a Galileo
Galilei o
telescópio que,
por falta de
recursos, deixou
Copérnico
somente nas
teorias e nas
abstrações. É
preciso que o
Espiritismo
perceba a sua
responsabilidade
em manter viva e
a desenvolver a
mediunidade como
ferramental
valioso para a
ciência do
futuro. Não se
pode esperar que
depois da
entrega da
codificação, o
Mestre nazareno
venha a entregar
também
tecnologia e
recursos de
comunicação
entre mundos sem
o devido esforço
e convencimento
dos humanos de
que a conversa
da última ceia
tenha sido
compreendida e
levada a sério.
Assim, pode-se
dizer que
Francisco
Cândido Xavier
veio a ser o
exemplo perfeito
de homem da
ciência do
futuro e que
seus esforços
vão além do mero
esforço na parte
religiosa ou da
caridade no
Espiritismo.
Médium afiado e
sem desvios,
representou
elemento por
demais valioso
para que se
continuassem os
intercâmbios
entre os planos.
Se por um lado
Kardec
questionou e
organizou as
informações dos
espíritos,
Chico, viveu e
exemplificou a
mediunidade como
elemento
impulsionador do
conhecimento.
Tanto um quanto
o outro tiveram
na mediunidade
fonte ímpar de
dados e
informações para
trazer novos
ares para uma
humanidade já
cansada das
guerras, do
poder e das
ilusões de
riqueza, fama e
beleza de vidas
bonitas por
fora, mas vazias
de Jesus por
dentro.
Assim, se o
evangelho de
Cristo pode ser
resumido nas
indicações de
amar, perdoar,
trabalhar, o
evangelho do
Espiritismo
propõe:
“Espíritas!,
amai-vos, eis o
primeiro
ensinamento.
Instruí-vos, eis
o segundo”
(Espírito de
Verdade. Paris, O
Evangelho
Segundo o
Espiritismo,
Cap. VI, item
5).
Estudar
consiste não
apenas em ler as
obras básicas e
afins, mas
também em buscar
o avanço dos
estudos por meio
da mediunidade
refinada para
que se possa
questionar mais,
comparar mais,
aprender mais.
Entretanto, sem
instrumentos de
pesquisa mais
sofisticados não
há como avançar
sobre terrenos
movediços para a
ciência
materialista. Os
estudos de André
Luiz com as
psicografias de
Chico Xavier
representam, por
exemplo, tal
tipo de avanço
na academia.
Entretanto, não
se pode
restringir tal
tipo de pesquisa
somente. É
essencial que
haja
investigações
entre vivos e
mortos com o
aparato das
ciências
materialistas e
com as devidas
comparações e
testes que
atendam às
exigências
características
de uma boa
pesquisa. Os
meios
materialistas
vão comprovar os
fenômenos na
matéria,
enquanto que a
ciência
espírita, por
meio da
mediunidade, os
fenômenos
imateriais. E
haverá também
espaços comuns
para ambas. A
completude da
ciência, entre
encarnados e
desencarnados,
representará um
passo gigantesco
para a
humanidade, e
conhecer os
segredos do
universo
tornar-nos-á
mais próximos de
Deus, a
inteligência
suprema.