Valorização da vida
A vida é uma centelha indefectível por todo o sempre.
Portanto, não se poderá extingui-la ou exterminá-la,
porque a existência é física ou espiritual, ora
estaremos, em aprimoramento no plano físico, ora no
espiritual, porém somos seres pensantes, indissolúveis,
perenes e ininterruptos rumo à plena evolução do ser
inteligente, tudo isso se torna providencial ao
aprendizado adquirido enquanto permanecermos na
categoria de espíritos imperfeitos, conforme nos
esclarece a escala espírita nas questões 100 a 113 de O
Livro dos Espíritos.
Equivocar-se-á todo aquele que pensar, programar ou
colocar em ação o plano nefasto de se autodestruir. As
estatísticas atuais são preocupantes. Um grande número
de pessoas nas faixas etárias desde a infância,
juventude até a fase adulta tem cometido suicídio. No
Brasil, o CVV – Centro de Valorização da Vida atende a
inúmeras pessoas com atendimento 24h pelo telefone 188
pelo território nacional presta relevante apoio às
pessoas com ideações suicidas. É preciso falar e
orientar diversos irmãos de caminhada terrena
desalentados perante a vida.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) o suicídio
é um problema de saúde pública mundial, deve-se
preveni-lo com a distribuição de cartilhas, livretos e
informações à população, o que tem surtido efeito por
onde percorremos ou participamos de eventos direcionados
a esse programa. Profissionais e estudiosos da conduta e
saúde humanas têm engajado nessa vertente de apoio à
vida a fim de elucidar e favorecer a diminuição dos
altos índices de mortes abreviadas.
Convidaremos os leitores a se firmarem como formadores
de opinião, em favor da vida diante de nossos escritos,
pois desde que surgimos, como espíritos imortais, nós
seguimos diversos estágios até firmarmos na fase atual,
ainda na categoria inferior em processo progressivo pela
Terra – nossa atual morada. Torna-se um aprendizado cada
passagem em rápida existência corpórea, porém, ainda
neste mundo na categoria de expiação e de provas, com
sofrimentos propícios e necessários ao burilamento
espiritual.
Seria um contrassenso entender o sofrimento que nos
visitaria, sem assimilar a verdade sobre a
sobrevivência do espírito, após a morte do corpo físico.
Por conseguinte, devemos compreender a bondade de Deus
face às vicissitudes da vida, por exemplo, como aceitar
a vida de uma criança que permaneceu encarnada apenas
algumas horas? Dias? Meses? Ou de uma pessoa que somente
viveu e sofreu todo o tempo na Terra?
O Espiritualismo estabelece a crença na existência da
alma e produz em uma quantidade de seres humanos essa
convicção da sobrevivência da mesma. Por outro lado, o
materialismo, arraigado noutra parcela de pessoas
preconiza que tudo acaba com a morte. O Espiritismo vai
além, aponta a existência do ser espiritual, com sua
preexistência e sua imortalidade, após o rompimento dos
laços com a matéria que lhe serviu de abrigo enquanto
dela precisou.
Em nossa obra Vida futura apresentamos nossas
ponderações sobre a prevenção do suicídio, assim,
traremos um breve recorte daqueles textos para algumas
ponderações nas próximas páginas. A sobrevivência e a
imortalidade da alma são características do princípio
vital; juntamente com outras propriedades compatíveis à
sua perpetuidade. Por isso todos nós, um dia na
eternidade, surgimos como Espíritos – simples e
ignorantes, todos com a idêntica meta de evolução, sem
favorecimento do Pai Criador; atingir esse propósito
desafiador será o resultado de esforços próprios,
juntamente com muito trabalho íntimo. Somente com a
necessidade de diversas encarnações dos espíritos,
poderemos entender o abstrato que usa a matéria de forma
intermediária para progredir-se e preparar-se para
futuras roupagens terrenas ou em mundos compatíveis com
sua gradação evolutiva.
Encorajar-se, buscar leituras edificantes e desenvolver
a autopiedade serão os recursos plausíveis ao viajor
temporário na matéria, diante da eternidade, em um
período ínfimo de estágio e aprendizado; as forças
imprescindíveis aos rompantes existenciais devem-se
encontrar em si, pois elas são diretrizes apresentadas
pelos terapeutas profissionais. A valorização da vida e
a luta pela sobrevivência ofertou-nos durante o ano 2015
uma grande imigração divulgada pela mídia, com imagens
de refugiados em travessias arriscadas em botes
infláveis, amontoados nos porões de navios, barcos
pesqueiros ou outras frágeis embarcações pelo mar
Mediterrâneo e mar Egeu.
Foi um marco com número expressivo na ordem de milhões
de pessoas refugiadas de seus países que chegaram à
Europa, durante os últimos anos dessa década, essas
comitivas corajosas e resistentes provaram-nos a vontade
de viver! Oriundos em boa parte da Síria, países do
Oriente Médio e do continente africano na tentativa de
desembarcarem em terras europeias, utilizaram-se por
caminhos as ilhas gregas ou outros pontos acessíveis
pelo continente, como os portos espanhóis ou italianos,
desde que liberados pelos governos locais , muitos
outros chegaram às praias após a epopeia, e diríamos
foram sobreviventes de possível holocausto em suas
cidades de origens que, até então, eram suas moradias.
Ao longo dos tempos, temos notícias de motivos e causas
para a tomada da resolução drástica em antecipar uma
vida, e, nos dias atuais, continuamos vendo como
prerrogativa diante de uma dor moral ou física. O
Espiritismo tem realizado o seu papel de consolador e
elucidador de almas, com palestras públicas, com as
portas abertas às comunidades e público em geral, os
estudos bem sedimentados na proposta doutrinária
norteiam, esclarecem e, abertamente, explicam o porquê
da vida e as consequências aos que pretendem encurtá-la.
Entretanto, há o preconceito com a temática espírita, e
repudiam o comparecimento ao Centro Espírita, aqueles
que assim pensam, porém, ainda nos cabe a oração em
favor desses infortunados em jornadas terrenas.
Um estreito objetivo tem a religião - ligar o homem a
Deus e exercitar sua crença na justiça divina, seja qual
for o caminho religioso escolhido pela pessoa, que venha
a abastecer a satisfação pessoal com os critérios
apontados. Por isso, os Espíritos Superiores foram
enfáticos ao relatarem que ninguém tem o direito de
dispor da própria vida dada por Deus e aquele se mata
não sabe do mal que atrairá para si. O suicídio é uma
transgressão da lei de Deus.
A base moral, esquecida de uma boa parte de pessoas
nessas circunstâncias apresentadas anteriormente,
resvalou-se para o descrédito ou a descrença da
imortalidade da alma e não presumiram nos seus
pensamentos as sequelas advindas para o espírito
sobrevivente ao encurtamento de sua estadia corpórea.
Reflitamos, portanto, que a religião tem seu papel
fundamental para encaminhar o homem a Deus, sem ela em
nossas vidas torna-se mais denso o viver.
Ponderamos que, os ensinamentos para o bem guardados no
íntimo de todos nós pela educação familiar, base de
todos os homens na sociedade, nortearão muitas decisões
na fase adulta e promoverão o equilíbrio entre as
pessoas. Daí, encontrarmos inúmeros companheiros
disponíveis à aceitação de suas dores morais e físicas;
além de outros companheiros pela sociedade hodierna
prontos e disponíveis a ajudar e a acalmar seus
semelhantes incapacitados de enfrentarem seus momentos
desditosos. E, relembramos a inolvidável companhia de
todos nós em todos os momentos – a prece.
Muita paz!
Roni Ricardo Osorio Maia reside em
Volta Redonda (RJ).