Entrevista

por Orson Peter Carrara

Idade não é obstáculo para atuar na mediunidade e na oratória espírita


 
Natural de Juiz de Fora (MG), onde reside, Thiago Pereira Lacerda (foto) é estudante do terceiro ano do Ensino Médio e participa das atividades do Centro Espírita Fé e Caridade, de sua cidade. Bem jovem, ele já atua mediunicamente e também nas exposições doutrinárias. Conheçamos sua experiência.


Sendo espírita de infância, a aceitação espírita foi fácil, você assimilou bem ou encontrou dificuldades?

Durante minha infância sempre me envolvi com o Espiritismo, sempre questionando. E não encontrei dificuldades durante essa trajetória.

Quais são suas lembranças da infância nas atividades a que se vinculou com seus pais?

Não me recordo de lembranças completas, apenas o grande aprendizado na evangelização e a meditação guiada no segundo ciclo, da qual não gostava.

Como viu surgir o gosto de falar em público?

Uma vontade interior; sempre gostei de falar com pessoas. Isso surgiu a  partir de grupos em foco nos videogames, bem como em apresentação de trabalhos na escola, perdendo a vergonha e o medo com o tempo. No centro espírita, me impulsionei através da mocidade, e do meu primeiro estudo em 2023.

Hoje, como sente a repercussão das palestras e também como se sente como palestrante?

A repercussão geralmente é positiva, sempre tendo muito aprendizado com os diversos palestrantes mundo afora. Como palestrante, priorizo entregar a mensagem; sobre a palestra, penso que ela repercute bem.

Que temas gosta mais de desenvolver?

Meus temas preferidos são, respectivamente, fé, humildade, miasmas do ser humano (orgulho, vaidade, egoísmo e outros), reencarnação e obsessão.

Quanto à mediunidade, como foi o desabrochar?

A minha faculdade mediúnica já apresentava sinais desde a pandemia, contudo no pós-pandemia ela se expandiu, em foco, após o término do meu relacionamento (2022), e o desprendimento emocional da situação (2023), quando, logo em seguida, fui chamado aos trabalhos de desenvolvimento mediúnico.

Como a sente atualmente?

Me sinto muito bem! Sempre tenho fé de que tudo passa e vai melhorar.

De sua experiência própria, o que diria aos médiuns iniciantes?

Aos médiuns iniciantes, diria que no começo são normais as dúvidas se é nossa ou do Espírito a comunicação transmitida. Penso que para diferenciar isso nós fazemos perguntas para nós mesmos: Esse pensamento é meu? Por que pensaria nele? E tenho esse pensamento no dia a dia? Dessa forma começamos a diferenciar o que é nosso do que é do Espírito.

Como um jovem de sua idade sente o chamado choque de gerações dentro do movimento espírita?

Difícil dizer! Afinal, as mudanças estão sendo muito rápidas. Diria que é uma oportunidade para mudar as coisas para melhor.

Quanto à continuidade do movimento espírita pelas novas gerações, você considera que está ocorrendo normalmente ou vê dificuldades?

As novas gerações vão continuar com o movimento espírita, porém com novos desafios que o mundo proporciona, que sempre vão acontecer. Penso que uma das dificuldades atuais é a vergonha e o medo de falar em público, principalmente pela ansiedade constante. E, também, o medo de se comunicar com o mundo superior através da oração/prece.

Algo marcante para relatar de sua vivência espírita?

A Comejus foi um evento que me marcou muito, para aprendizado e evolução interior. Além, é claro da MEG. Que sempre me ajudou muito no aprendizado espírita. (N.R.: A Comejus - Confraternização de Mocidades Espíritas de Juiz de Fora e Sub-região - é um evento espírita que acontece durante o Carnaval.)

Algo mais a acrescentar?

Tudo é um processo.

Suas palavras finais.

No momento atual, devemos ter mais paciência com as coisas. Devido ao novo padrão de vida e à evolução tecnológica, tudo ficou mais rápido. Mas o tempo, a duração do dia (24h), isso não mudou.

Além disso, é preciso ter Fé. Vejo que ela está carente nos atuais momentos, pois quando aparece qualquer dificuldade, o pensamento não é de que vai melhorar, mas apenas piorar. Sabemos que Deus não coloca peso em ombros que não vão aguentar. O fardo é proporcional a nossa força. Tendo em vista que tudo passa, como disse nosso irmão Chico Xavier, as coisas se aliviam, especialmente com a prática do conhecido BIP - benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.

 
 

 

     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita