A boa semeadura
“E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e
olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lucas
9:62.)
A semeadura é uma oportunidade sempre presente em nossas
vidas. Vivemos plantando desde a hora que despertamos.
Dependendo daquilo que pensamos e trazemos no coração, o
plantio poderá ser um trabalho direcionado para o bem.
A condição que o livre-arbítrio nos oferece faz parte da
misericórdia de Deus para todos nós. Ele não nos obriga
a nada, pelo contrário, derrama seu grandioso amor para
toda Humanidade. Nunca estamos sozinhos! Seus
mensageiros do bem estão sempre disponíveis para nos
ajudar, porém nem sempre estamos receptivos com
pensamentos edificantes para recebê-los.
Por isso, estejamos sempre atentos e vigilantes às
influências dos irmãos ainda pouco esclarecidos, que nos
assediam cotidianamente. Observemos o que diz O
Livro dos Espíritos, questão 459: Os Espíritos
influem sobre os nossos pensamentos e as nossas
ações? Resposta: – Nesse sentido a sua influência é
maior do que supondes, porque muito frequentemente são
eles que vos dirigem.
O pensamento é a sede de tudo que praticamos. É através
dele que atraímos as nossas companhias mentais. Trata-se
de um “arquivo confidencial” que mantemos
submetido somente à nossa vontade. Essa é uma das
demonstrações da bondade de Deus, que nos faculta
condições de escolher qual a semente que irá gerar
frutos benfazejos.
O livro Pão Nosso, cap. 3, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel,
esclarece: (...) ”O arado é aparelho de todos os tempos.
É pesado, demanda esforço de colaboração entre o homem e
a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo, fere a
terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras
e, à sua passagem, o terreno cede para que a chuva, o
sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados”;
(...) Um arado promete serviço, disciplina, aflição e
cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois
dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no prato e
celeiros guarnecidos”.
Depreende-se assim que o processo de semeadura exige esforço
e perseverança, para que vençamos os
obstáculos que se nos apresentam no caminho. Para que
cheguemos à colheita, passamos pelos terrenos áridos e
difíceis, levando-nos a valorizar o trabalho realizado e
sentirmos o gáudio do êxito alcançado.
Não podemos esquecer o
exemplo da Parábola do Grão de Mostarda, que por ser um
grão de 2mm de diâmetro não se “perturbou”, pois mesmo
sendo pequenino cresce e torna-se uma planta de quase 2
metros. Com esforço ele cresce vencendo a força da
gravidade. Não desiste! Por analogia, lembremos que nós
também precisamos de “esforço” para sairmos das nossas
imperfeições e alçarmos as alturas. Nesse exemplo, pode
repousar a nossa fé e perseverança, buscando a
nossa melhora interior.
Isso também explica o
combate que travamos em nós mesmos, para reconstruirmos
aquilo que fizemos de forma equivocada nas existências
pretéritas. (Nossa
harmonia interior é fruto das nossas conquistas diárias
que, por sua vez, dependem da qualidade dos nossos
pensamentos.)