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por Thiago Bernardes

 

Dos períodos da vida de uma pessoa, qual o mais importante?

Um amigo nos pergunta por que a adolescência é considerada o período mais importante na existência de uma pessoa.

Fiquei surpreso com a pergunta porque a suposta relevância da adolescência em relação aos demais períodos da existência humana não é afirmada, ao que nos consta, por nenhum autor espírita sério. E não poderia ser diferente, porquanto todos os períodos da vida de uma pessoa são igualmente importantes.

Reportando-se ao assunto, Emmanuel escreveu:

 

“A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para viagem importante. A infância foi a preparação, a velhice será a chegada ao porto.

Todas as fases requisitam as lições dos marinheiros experientes, aprendendo-se a organizar e a terminar a viagem com êxito desejável.” (Caminho, Verdade e Vida, cap. CLI, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.)

 

O êxito de uma existência está muitas vezes relacionado ao que ocorreu com a pessoa quando criança. A base moral, tanto quanto a base intelectual, se forma nessa fase que Emmanuel chama de preparação.

Um menino que não aprendeu as noções elementares da matemática, por exemplo, terá imensas dificuldades na adolescência. Faltar-lhe-á, como dizemos comumente, a necessária base.

E o mesmo se dá com relação à educação do ser como um todo, entendendo por educação o conjunto dos hábitos adquiridos, tal como pensava Allan Kardec, o codificador do Espiritismo.

Como reconhece a sabedoria popular de todos os tempos, “educação vem do berço”.

Educar as crianças, desde a fase uterina, é preparar o cidadão do amanhã, motivo pelo qual nas instituições espíritas se tem dado tanta ênfase à chamada evangelização infantil, tarefa que alguns espíritas preferem chamar de educação espírita da infância. O nome, porém, não importa; o que importa de fato é a tarefa educativa em si, como afirmado com propriedade por Emmanuel no texto seguinte:


“O período infantil é o mais sério e o mais propício à assimilação dos princípios educativos. Até os sete anos, o Espírito ainda se encontra em fase de adaptação para a nova existência que lhe compete no mundo. Nessa idade, ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica. Suas recordações do plano espiritual são, por isso, mais vivas, tornando-se mais suscetível de renovar o caráter e a estabelecer novo caminho, na consolidação dos princípios de responsabilidade, se encontrar nos pais legítimos representantes do colégio familiar.

Eis por que o lar é tão importante para a edificação do homem, e por que tão profunda é a missão da mulher perante as leis divinas.

Passada a época infantil, credora de toda vigilância e carinho por parte das energias paternais, os processos de educação moral, que formam o caráter, tornam-se mais difíceis com a integração do Espírito em seu mundo orgânico material, e, atingida a maioridade, se a educação não se houver feito no lar, então, só o processo violento das provas rudes, no mundo, pode renovar o pensamento e a concepção das criaturas, porquanto a alma reencarnada terá retomado todo o seu patrimônio nocivo do pretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a Luz interior dos sagrados princípios educativos.” (O Consolador, pergunta 109, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.)


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita