Espiritismo
para crianças

por Marcela Prada

 

Tema: Lei de Sociedade


A Festa da Primavera


Os animais da floresta estavam animados. O inverno havia acabado e a primavera trazia de volta a beleza da vegetação e as brincadeiras dos filhotes.

Todos os anos, os bichos comemoravam a chegada da primavera com uma grande festa.

Simão, o macaco, coordenava os preparativos, formando as equipes de trabalho. Ele contava com a colaboração de vários amigos, cada um na função com a qual mais se identificava.

As aves voavam alto e encontravam as árvores com frutas maduras. Os animais que conseguiam subir nas árvores, como os macacos, esquilos e quatis, eram os encarregados de coletar as frutas. Os animais rasteiros ajudavam a transportá-las. E assim por diante.

Alguns se dedicavam à limpeza da clareira da floresta onde era realizada a festa. Outros preparavam as brincadeiras ou providenciavam a decoração.

O papagaio ajudava Simão na coordenação. Ele conversava com todo mundo e mantinha Simão informado do andamento das coisas.

Simão estava contente naquele ano, pois Pepe, seu filho mais velho, que adorava as festas da primavera, já estava mais crescido e queria também ajudar nos preparativos.

Pepe quis fazer parte da equipe que coletava as frutas. Ele era um macaquinho jovem e corajoso. Conseguia subir nos galhos bem altos e alcançar muitas frutas gostosas. Ele recebeu vários elogios por sua contribuição. Todos estavam satisfeitos com a participação de Pepe e ele também.

A realização da festa da primavera exigia sempre muito trabalho e de vez em quando surgiam alguns problemas. Às vezes era o clima que não colaborava. Certa vez a festa teve até que ser adiada por causa disso. Mas, na maioria das vezes, as dificuldades vinham mesmo dos próprios animais, que se desentendiam. Trabalhar em equipe nem sempre é fácil.

Simão tinha bastante experiência com isso e, como sempre, teve que administrar alguns conflitos: pedir que as araras fizessem menos algazarra, que o tatu não espalhasse terra onde o tamanduá já tinha varrido, que as abelhas compreendessem que algumas flores haviam sido levadas para a clareira porque a festa era uma ocasião importante para toda a comunidade, e outras coisas assim...

Mas, como sempre, tudo foi sendo contornado e mais uma linda edição da festa da primavera se deu. Durante a festa os bichos conversavam animadamente, fazendo planos para os dias mais quentes do ano; as aves cantavam e dançavam; os filhotes corriam brincando pra lá e pra cá; e todos apreciavam as comidas gostosas.

Simão estava feliz com mais uma comemoração realizada. Mas, de repente, ele notou Pepe, sentado em um galho, com olhar desanimado.

O macaco deu um pulo e num segundo sentou-se ao lado filho.

– O que foi, Pepe? Aconteceu alguma coisa? Você trabalhou tanto, a festa está tão boa, mas parece que você não está gostando!

– A festa está ótima, sim, pai! Estou contente com isso! O que me deixou chateado foi ver que gente que não ajudou em nada também veio. Olhe lá a dona coelha com seus sete filhotes bagunceiros. O lagarto, que não estava em nenhuma equipe, agora está lá, aproveitando a festa, conversando com todo mundo que passa. A dona jaboti, que teve que vir ajudada, se arrastando, foi devagarzinho e comeu as amoras e bananas mais maduras. Eu não acho justo! Estou-me sentindo explorado – disse Pepe, tristonho.

Simão compreendeu e com carinho falou:

– Filho, pense bem, é maravilhoso que eles tenham vindo. A dona coelha é uma ótima mãe, tem muitos filhotes e tem que se dedicar a eles, enquanto são pequenos. Mas os coelhos são boa gente. É um prazer convivermos com a alegria deles. O lagarto esteve muito doente, precisou de muito repouso e o cuidado dos amigos para conseguir sobreviver. Agora está aqui, feliz, comemorando a primavera e a vida! Dona jaboti está idosa, mas já foi uma grande colaboradora da festa. Mesmo lenta, ela coordenava muitos serviços, sempre atenta a tudo. Foi ela quem percebeu, uns anos atrás, que o clima estava mudando e que seria melhor adiarmos a festa ou a tempestade estragaria tudo. Ainda bem que vocês conseguiram frutas macias e doces para ela também poder comer.

Simão continuou ensinando o filho:

– Pepe, Deus nos criou para sermos úteis, para trabalharmos para nós e para os outros. Todos têm esse direito e dever. Cada um deve colaborar com seu grupo social da maneira que pode, com o que sabe e consegue fazer. Mas, também, todos nós, em certas fases da vida, precisamos da ajuda e cooperação dos outros. Você mesmo, enquanto era filhote, sempre veio participar das festas, mas ainda não tinha condições de ajudar. Agora já tem! Vamo-nos alegrar por tudo o que você pode fazer, com a certeza de que, quando você não puder, outros vão fazer por eles e por você também!

O macaquinho pensou um pouco e percebeu que Simão tinha razão. Pepe sorriu, abraçou seu pai e agradeceu.

Pepe havia entendido que poder ajudar não é ser explorado, é colaborar com Deus e sua criação, cumprindo o que manda Sua lei, que rege nossas vidas em sociedade. Então, ele desceu da árvore e, com muita alegria, foi se divertir também.

 


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O Consolador
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