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por Cláudio Bueno da Silva

Há lado certo e lado errado?


Em linhas gerais, esta questão se refere ao posicionamento do indivíduo perante a vida e o semelhante. Embora se admita que não há unanimidade para nada, as ideias e atitudes falam da pessoa.

Para os leitores que de imediato se incomodem com a palavra lado, sugiro caminho ou escolha. E aos que se inquietam com as palavras certo e errado, proponho adequado inconveniente.

Será arrogância achar-se do lado certo aquele que já adquiriu a consciência de certos valores e princípios imprescindíveis às boas relações humanas e ao estar no mundo? O “erro” é uma característica da imperfeição na Terra. Mas é preciso considerar a natureza do “erro”, se é fortuito, casual, ou calculado, premeditado.  

Ter um lado, ou seja, priorizar certas escolhas em detrimento de outras é postura da consciência. As escolhas individuais são absolutamente naturais e respeitáveis, estão associadas ao que o indivíduo é. As preferências particulares dizem respeito à pessoa somente, e tudo bem se ficarem no âmbito pessoal. Contudo, é diferente se essas escolhas afetarem direta ou indiretamente pessoas próximas ou distantes (o que normalmente ocorre). Podem beneficiar ou prejudicar.

Toda relação humana, concreta ou virtual, pressupõe intrinsecamente uma causa moral, sutil ou declarada. Pode-se classifica-la como séria, respeitosa, fraterna etc., ou nada disso. Essa classificação dará espontaneamente uma direção, para um lado ou para outro, às atitudes, falas, ideias e pensamentos.  Não se está propondo aqui formar filas, as corretas e as incorretas, nem sugerir divisionismos puritanos.   

Aplique-se esse raciocínio às questões religiosas, às questões políticas, ideológicas e outras que fermentam a sociedade atual, e estaremos automaticamente tomando posição diante de qualquer fato ou questão. Isso não significa “estar contra” ninguém, mas divergir, não compactuar com ideias e condutas com as quais não se concorda.

Qual o sentido do alerta de Jesus: “Mas seja o vosso falar: Sim, sim; não, não. O que vai além disso, procede do mal”? (Mateus 5:37).

Jesus repreendeu os fariseus e escribas porque estes, tendo poder social e econômico, se utilizavam da hipocrisia, da injustiça e da força para se imporem às classes “inferiores”. Diante disso, além de recriminar os opressores, Jesus assumiu posicionamento em defesa dos fracos, dos pobres, dos simples.

“Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não”, é argumento a favor da honestidade, da autenticidade, da integridade de caráter, em palavras e atitudes. Seria o mesmo que dizer popularmente: “O que é certo é certo, o que é errado é errado.”

Na dúvida sobre o que é certo e o que é errado, veja Jesus! E então, defina o seu lado. 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita