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Há lado certo e lado errado?
Em linhas gerais, esta questão se refere ao
posicionamento do indivíduo perante a vida e o
semelhante. Embora se admita que não há unanimidade para
nada, as ideias e atitudes falam da pessoa.
Para os leitores que de imediato se incomodem com a
palavra lado, sugiro caminho ou escolha.
E aos que se inquietam com as palavras certo e errado,
proponho adequado e inconveniente.
Será arrogância achar-se do lado certo aquele que já
adquiriu a consciência de certos valores e princípios
imprescindíveis às boas relações humanas e ao estar no
mundo? O “erro” é uma característica da imperfeição na
Terra. Mas é preciso considerar a natureza do “erro”, se
é fortuito, casual, ou calculado, premeditado.
Ter um lado, ou seja, priorizar certas escolhas em
detrimento de outras é postura da consciência. As
escolhas individuais são absolutamente naturais e
respeitáveis, estão associadas ao que o indivíduo é. As
preferências particulares dizem respeito à pessoa
somente, e tudo bem se ficarem no âmbito pessoal.
Contudo, é diferente se essas escolhas afetarem direta
ou indiretamente pessoas próximas ou distantes (o que
normalmente ocorre). Podem beneficiar ou prejudicar.
Toda relação humana, concreta ou virtual, pressupõe
intrinsecamente uma causa moral, sutil ou declarada.
Pode-se classifica-la como séria, respeitosa, fraterna
etc., ou nada disso. Essa classificação dará
espontaneamente uma direção, para um lado ou para outro,
às atitudes, falas, ideias e pensamentos. Não se está
propondo aqui formar filas, as corretas e as incorretas,
nem sugerir divisionismos puritanos.
Aplique-se esse raciocínio às questões religiosas, às
questões políticas, ideológicas e outras que fermentam a
sociedade atual, e estaremos automaticamente tomando
posição diante de qualquer fato ou questão. Isso não
significa “estar contra” ninguém, mas divergir, não
compactuar com ideias e condutas com as quais não se
concorda.
Qual o sentido do alerta de Jesus: “Mas seja o vosso
falar: Sim, sim; não, não. O que vai além disso, procede
do mal”? (Mateus 5:37).
Jesus repreendeu os fariseus e escribas porque estes,
tendo poder social e econômico, se utilizavam da
hipocrisia, da injustiça e da força para se imporem às
classes “inferiores”. Diante disso, além de recriminar
os opressores, Jesus assumiu posicionamento em defesa
dos fracos, dos pobres, dos simples.
“Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não”, é argumento a
favor da honestidade, da autenticidade, da integridade
de caráter, em palavras e atitudes. Seria o mesmo que
dizer popularmente: “O que é certo é certo, o que é
errado é errado.”
Na dúvida sobre o que é certo e o que é errado, veja
Jesus! E então, defina o seu lado.
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