A dor como um instrumento de mudança
“Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita
vontade de Deus.” – Paulo.
(Romanos, 12:2.)
A dor é um instrumento de mudança que ninguém deseja
ter. Nenhum de nós, em plena normalidade de suas
funções, quer sentir dor — seja ela física, emocional,
material (falta de recursos) ou espiritual.
O Espiritismo nos ensina a suportar a dor, a
aprender com ela e a mudar a forma de viver.
Mostra-nos, também, as razões de sua presença em
nossas vidas.
Muitos de nós, diante da dor, nos revoltamos, criando
ainda mais problemas em nossa caminhada. Chorar
alivia, mas a oração é o instrumento maior de
ação e transformação, pois, por meio dela,
conseguimos serenidade para buscar a solução. Orar
sempre, como disse Jesus: Orai e vigiai.
Quando a vida está equilibrada e temos os recursos em
mãos, raramente nos lembramos de Deus com gratidão e
respeito. Dificilmente nos dedicamos ao próximo, pois
estamos ocupados em aproveitar os prazeres da vida.
Precisamos compreender que ninguém vem à Terra com um
“passaporte de turista”, mas sim como aluno de uma
grande escola de aprendizagem.
Algumas pessoas, fruto de uma evolução interior
conquistada em existências anteriores, já carregam em si
essa gratidão e conduzem a vida de forma equilibrada,
sempre buscando melhorar seus atos, palavras e
pensamentos.
Como nos disse o Mestre Jesus:
"Vinde a mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o
meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde
de coração, e encontrareis descanso para as vossas
almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve."
Mas muitos de nós, ainda presos a valores pequenos e
passageiros, não conseguimos enxergar a grandiosidade da
vida e seguimos caminhos que nos conduzem à dor, pois há
uma Lei Maior de causa e efeito regendo nossa
existência.
É necessário realizar a mudança interior,
construir em nós um ser movido pelos valores
profundos da alma, pautar nossas ações, palavras e
pensamentos pelos ensinamentos do divino Mestre.
Não por mera adequação a normas religiosas, mas porque
esses comportamentos são essenciais para o equilíbrio
mental, emocional e espiritual — e, consequentemente,
para a nossa saúde integral.
Emmanuel, no livro Fonte Viva, nos esclarece:
“Dor e sacrifício, aflição e amargura são processos de
sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a
nossa visão espiritual seja acrescentada.”
Assim, aprendemos a suportar e vencer a dor, refletindo
sobre nossos atos e promovendo as mudanças necessárias
em nosso modo de viver.
Toda mudança começa no pensamento, na vontade e no
exercício diário de transformação. Vivemos numa escola
chamada vida. Ninguém está na Terra como turista:
estamos todos convocados a fazer a nossa parte na
melhoria do planeta, a ajudar o próximo e a nos
tornar seres melhores, conforme os ensinamentos do
Cristo.
E lembremos sempre, como Ele nos disse:
“Vinde a mim todos vós que estais sobrecarregados, pois
leve é o meu fardo e suave é o meu jugo.”
Encerremos com as palavras de Emmanuel:
“Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde
estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela
execução de nossos deveres, na concretização do bem,
alcançaremos a compreensão da vida e, com ela, o
conhecimento da perfeita vontade de Deus a nosso
respeito.”