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E a idade
chegou, inexorável
De repente...
Você já reparou como ela
chega como um solavanco?
De supetão? E nós, que
pensamos ainda ter uns
anos bem bons pela
frente, nos apercebemos
de que temos pouquíssimo
tempo, se comparado com
o que já vivemos. E aí
vem um atordoamento:
falta pouco tempo para a
passagem. Mas, até nós
espíritas - que
acreditamos na vida para
além da morte - mesmo
assim, em alguns casos,
vivemos angustiados com
a hora que se aproxima.
Esquecemos que desde o
momento em que nascemos
já estamos descontando o
tempo para a morte
física ou passagem
espiritual.
E aí, há aqueles que se
atordoam dizendo e
pensando com seus
botões: A nossa hora já
está marcada. Não
adianta. Mas, mesmo
assim, correm para os
médicos para saber se
aquela súbita pontada no
coração, ou fisgada na
panturrilha, significa
alguma coisa séria.
Quando o médico
diagnostica que nada é
grave e que a pessoa
precisa perder peso,
fazer uma alimentação
mais adequada e colocar
a cachaça de lado, a
pessoa já diz, meio
irritada: Isso tudo eu
já sabia. Gastei com o
médico para ele me dizer
o que eu já sabia. E aí
vem uma voz que
conhecemos tão bem e que
sempre está conosco: "Eu
venho lhe dizendo isso
há anos e você nunca me
atende e muito menos me
escuta. Você é o Chico
sabe-tudo. Agora
aguenta". (E a voz
interna some do
cenário.) Mas ali fica
o Chico sabe-tudo ruminando
para o Chico meio
perdidão, sem saber o
que fazer e,
principalmente, no que
vai dizer em casa,
porque sabe a chateação
que vai ter com a mulher
atazanando-o cada vez
que pegar num cigarro,
numa bebida, numa carne
de porco com aquela
gordurama toda, ou uma
cervejada com os amigos
de farra...
O tempo é curto. A vida
é sua. Faça o que tiver
vontade e o que lhe der
prazer, desde que não
prejudique os outros.
Faça o melhor que puder
e agradeça pelo que já
viveu.
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