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Nossa
consciência e seus
labirintos
Viver é evoluir,
suportando experiências
que servem ao
desenvolvimento dos
potenciais divinos em
nós, que nos tornarão
espíritos virtuosos,
melhores desde agora.
O Espiritismo nos ensina
que o homem é um ser
imortal, possuindo, além
do cérebro físico, o
espiritual, e acima de
ambos, sua consciência,
que governa suas
escolhas e seu destino.
Nela, como em uma caixa
preta da alma, estão
registradas nossas
ações. Podemos acessá-la
a cada dia, revivendo o
passado, estagnados ou
aprendendo com ele;
atuando no presente,
semeando o bem ou o mal;
e projetando o futuro
com nossos anseios,
desejos e metas.
Podemos comparar nossa
consciência à cidade de
São Paulo, com seus mais
de dez milhões de
habitantes e uma
dinâmica que abriga
cultura, educação,
artes, universidades e
centros médicos. Mas
também vilarejos,
bairros luxuosos e
miseráveis, moradores de
rua, prisões e a famosa
Cracolândia. Assim é a
consciência humana: um
vasto labirinto onde,
por vezes, tentamos nos
esconder.
A consciência é a
faculdade humana de
perceber e interpretar a
realidade, tanto interna
quanto externa. Ela se
manifesta como um
conjunto de valores
morais, éticos e
espirituais que orientam
nossas escolhas. Ao
longo da história, tem
sido fonte de grandezas
de alma, benemerência e
amor, mas também de
domínio, sacrifício e
martírio de populações.
Pode guiar atos sublimes
ou condenáveis,
revelando a dualidade da
natureza humana.
Um professor e médico de
minha cidade,
responsável pela
Secretaria da Saúde, me
afirmou que o período
que mais nasce criança
na cidade, segundo os
dados estatísticos, é
nove meses pós-carnaval.
Então devemos canalizar
a sublimação da energia
do sexo com outras
atividades, direcionando
para outras esferas como
esportes, artes,
pintura, passeios.
E precisamos de educação
e afinidades de gostos,
pois temos a psicosfera
individual e a coletiva.
Existem cidades onde a
festa é simples e as
marchinhas são
emocionantes e
familiares. Mas em
outras a psicosfera é
envolvida pela
sensualidade, bebidas e
drogas, onde pode
ocorrer a vampirização,
ou seja, espíritos
imperfeitos que buscam
saciar seus apetites
sexuais, feitos de
vícios e paixões e
assediam corações
despreparados.
É claro que os espíritos
bons também se utilizam
da oportunidade para
auxiliar as pessoas, mas
eles não podem fazer por
nós aquilo que
precisamos: dominar as
forças da natureza
instintiva. Conhecer é
fundamental para se
poupar dos sofrimentos.
Quanto mais sabemos mais
capacitados nos
encontramos para a
vivência do bem e do
equilíbrio.
Arnaldo Divo Rodrigues
de Camargo é diretor da
Editora EME.
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