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por Ricardo Orestes Forni

 

Os planos de Deus


“Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens”.
 – Lucas, 2:11-14.


Deus que cria sem cessar, segundo as informações de Jesus ao afirmar que o Pai trabalhava até hoje e ele também, tem seu plano para que toda a obra da Criação evolua sempre e, dessa maneira, atinja as condições de felicidade plena e a paz que ainda não somos capazes sequer de imaginar.

Por ocasião do mês de dezembro, quando se convencionou no calendário dos homens que teria sido esse o mês de nascimento de Jesus, esses planos são expostos segundo o enunciado que colocamos bem abaixo do título do artigo.

Decompondo para melhor analisar, vamos refletir no que seria essa glória a Deus nas alturas.

Para o espírita, seria comparecer ao Centro espírita em determinados dias do ano, receber o passe energizante, a água fluidificada, ouvir a exposição de uma página por algum companheiro de boa vontade, a palestra do orador que, muitas vezes, viaja quilômetros para nos trazer sua mensagem à luz da Doutrina espírita?

Por extensão, nas outras religiões a glória à Deus seria obtida através do comparecimento nos dias agendados da semana às cerimonias programadas?

Não, da mesma forma, não seria dessa maneira o darmos glória a Deus nas alturas, mas sim através de respeitarmos e amarmos toda a obra da Criação Divina.

Toda a obra não se restringe ao nosso semelhante do reino hominal, mas abrange também tudo que é parte da Criação que não pertence ao homem, ou seja, desde o reino mineral até chegarmos ao ser humano.

Assim considerando, o respeito e mesmo o amor ao reino vegetal, animal e hominal faz parte desse cortejo de glorificação ao Pai.

Quando devastamos florestas atrás do lucro que permanecerá na Terra prejudicando as condições atmosféricas, não estamos glorificando o Criador.

Quando poluímos os rios através de dejetos variados que impedem o crescimento da fauna nessas águas, não estamos glorificando o Criador.

Quando rolos de fumaça espessos contaminam o próprio ar que respiramos como que nos asfixiando, não estamos glorificando o Criador.

Quando impomos os mais variados tipos de sofrimentos aos animais, nossos irmãos mais novos, revelando ainda a pouca evolução que nos caracteriza, não estamos glorificando o Criador.

Quando ferimos as leis de Amor do Universo agredindo nosso semelhante do reino que habitamos em nossa condição evolutiva, não estamos glorificando o Criador.

Examinemos agora a segunda condição do plano de Deus em relação às suas criaturas que é o da paz entre os homens.

Não vamos nem chegar ao extremo das guerras que revelam a exacerbação do orgulho e da vaidade que ainda caracteriza o quase estado de barbárie, quando contemplamos a destruição, a viuvez, a orfandade, os mutilados, a fome, o sofrimento extremo que as armas de destruição semeiam de maneira indiferente a tudo.

Dia desses, em uma rede social, vi uma cena onde uma mulher relativamente jovem esbofeteava um senhor de cabelos grisalhos pelo motivo de briga sobre um assento no ônibus em que viajavam na região urbana de uma capital!

Isso sem considerar as mortes no trânsito onde armas surgem repentinamente ceifando vidas no momento do calor de discussões que não glorificam a Deus sob o aspecto de paz na Terra.

E, finalmente, a última condição de glorificação ao Criador: a boa vontade para com os homens!

Quando falamos em boa vontade, devemos analisar principalmente o interior de nossos lares onde nos reencontramos como Espíritos imortais para a devida oportunidade de iniciarmos o amor ao próximo.

Boa vontade para com os filhos que nada mais são do que Espíritos criados por Deus e entregues à nossa responsabilidade.

Boa vontade em nosso ambiente de trabalho onde devemos silenciar as críticas destrutivas e a maledicência costumeiramente passada adiante.

Boa vontade para com o vizinho que se encontra em situação de dificuldade e que é de nosso conhecimento e que podemos aliviar de alguma maneira.

Boa vontade no Centro espírita que frequentamos onde a paz possa reinar para o bom desempenho dos desencarnados, procurando baixar o tom de nossa vaidade e de nosso orgulho.

Foi nascendo Jesus em uma gruta envolvido em panos simples e na presença de animais, distante dos homens orgulhosos e poderosos da época, que esse menino deu início ao processo de glorificação ao seu Pai, nosso Pai, mostrando a todos os que têm olhos de ver como devemos proceder, se de fato assim desejarmos, em repetir a atitude dEle, tão distantes que ainda estamos da perfeição para a qual fomos criados dentro dos Planos de Deus.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita