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por Nilton Moreira

 

Missão do homem inteligente


Encontramos no Evangelho considerações sobre a “missão do homem inteligente na Terra”. O ditado ninguém é insubstituível tem seus limites. A inteligência não é tão simples de ser avaliada por outrem já que aptidões existem em todas as áreas e às vezes tão sutil que é notada apenas por um mínimo grupo de pessoas. Certo é que a inteligência foi possibilitada seja no grau que for para promover evolução da vida planetária. É uma responsabilidade ímpar, já que sempre existirá alguém que dependerá daquele dotado dessa peculiaridade em maior intensidade.

Esse comprometimento é aumentado quando se trata de governantes que têm sob a responsabilidade a condução dos desígnios de um povo, e certamente se essa aptidão for utilizada equivocadamente ou maldosamente terá o líder reencarnante de prestar contas ao Criador, e até mesmo já nesta vida acaba sofrendo consequências das imprudências, podendo inclusive perder o poder, se colocar em risco os preceitos do Pai Maior.

Vejamos o que disse um Espírito Protetor chamado Ferdinando, no ano 1862 em Bordéus: “Não vos ensoberbeis do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez, as inteligências retardatárias e conduzi-las a Ele. A natureza do instrumento não está a indicar a que utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso. Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir a ideia de Deus e da Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á, não duvideis, e atravessará existências miseráveis e cheias de humilhações, até que se curve diante daquele a quem tudo deve. A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance. Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência como de todas as suas outras faculdades e, no entanto, não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu”.

Paz a todos.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita