Artigos

por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

 

Álcool, direção e morte


O alcoolismo que carreia a miséria nasce num copinho.

De chispa em chispa, transforma-se o incêndio em chamas devoradoras.

De copinho a copinho, o vício alcança a delinquência. Joaquim Dias (Chico Xavier) em Vozes do grande além.


O sofrimento provocado pelo álcool segue devastando muitos lares, embora aceito socialmente nas mais diversas culturas e também em atos religiosos, inclusive com indicação de alguns médicos de que certa quantia, com controle, pode fazer bem à saúde.

Aqueles que apreciam o consumo da bebida citam frases como de Charlie Harper: “Falam que o álcool causa a morte de muitas pessoas, mas nunca falam quantas pessoas nasceram por causa dele”.

A lista de cantores que apreciam e que foram dependentes também é grande; já dizia Frank Sinatra: “O álcool pode ser o pior inimigo do homem, mas a Bíblia diz para amarmos nosso inimigo”.

Tom Jobim, cantor, maestro e compositor afirmou: “Mulher chega a um ponto em que quebra garrafa de whisky na pia. Vocês sabem o que elas fazem… É a revolta, né? Mas não adianta, a gente compra mais”.

Outro brasileiro, Nando Reis, compositor, multi-instrumentista, membro da banda Titãs, deu essa declaração: “Parei de beber há um ano, por isso tudo é novo para mim. Sempre cantei e compus sob o efeito de drogas e álcool”. O que se sabe é que não foram as drogas ou o álcool que lhe deram a inspiração e a versatilidade. Alguém sem talento que use álcool e droga não produzirá coisa boa, será apenas mais um dependente de drogas ou alcoolista.

Numa posição de edificação da criatura, algumas personalidades afirmam, como H. D. Lasswel: “Consciência é a parte da psique que se dissolve em álcool”. Eu posso dizer com certeza que é isto que acontece, porque trabalhando na reeducação de encarcerados e de adictos em clínicas, muitos não se lembram do que fizeram em muitos dias de suas vidas. O professor de medicina e patologista canadense William Osler sustentou: “O álcool não faz as pessoas fazerem melhor as coisas; ele faz com que elas fiquem menos envergonhadas de fazê-las mal”.

“Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo”, dizia Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta suíço, convencendo que o melhor caminho é do equilíbrio e da razão. Como é dito popularmente, as nossas preocupações e problemas não se afogam no álcool, elas sabem nadar, flutuam e vão nos acompanhar.

Ninguém deseja inimigos. Mas, tenhamos certeza de que nem os piores inimigos podem nos causar tantos danos como o álcool. E álcool no sangue e direção não combinam, mesmo. Sabemos que não existem níveis seguros de consumo de álcool, nem mesmo um período exato para que a pessoa possa dirigir após beber.

Prevenção e educação são fundamentais para crescimento e paz. Cuidemo-nos. Muita coisa na vida pode falhar, mas a lei do retorno jamais. Ela é implacável, mesmo que em parcelas ela chega, às vezes bem devagarinho e sem esperar.

 

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME.

 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita