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por Marcos Paulo de Oliveira Santos

 

Conflitos


Com o objetivo de ampliar a nossa compreensão sobre o macrocosmo, investigamos os fenômenos astronômicos com ardor e disciplina.

Analisando as micropartículas, sob os olhares percucientes dos cientistas, aproximamo-nos do nosso estado primitivo.

A complexidade da vida hodierna, os avanços científicos e tecnológicos fizeram com que vultosos investimentos fossem alocados para solucionar as pandemias, as enfermidades cruéis e melhorar a vida das coletividades.

Aqui e acolá, notadamente em situações de comoção social, notamos gestos de caridade e a união das pessoas em torno de um bem comum...

Debalde os gestos nobres, ainda caminhamos encharcados das sombras do orgulho e egoísmo.

Um dos gestos que mais nos aproxima da animalidade é a guerra.

Em O Livro dos Espíritos, Kardec já indagou aos imortais sobre o grave problema, conforme abaixo:

742. Que é o que impele o homem à guerra?

“Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem — o do mais forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas, fazendo-a com humanidade, quando a sente necessária.”

743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?

“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.”

Infelizmente, notamos que as guerras locais perduram em nosso planeta. Até porque um evento em escala mundial, com os recursos tecnológicos que se tem hoje, seria, inexoravelmente, o fim da vida no planeta.

Intolerantes e belicosos, líderes se impõem pela força. Discursam pela paz, mas fomentam a guerra. Querem impor modelos sociais, como a democracia e o respeito aos direitos humanos, mas subjazem sempre em tais ações os interesses econômicos e a violência...

A fraternidade universal é urgente!

O convite do Mestre de Nazaré é pela brandura, pelo amor, pela tolerância...

Aqueles que não compactuam com a violência podem contribuir e muito para a construção da paz no mundo. De que maneira? Começando por nós mesmos, domando o inimigo íntimo, as más inclinações. Vibrando positivamente para a nossa corrigenda moral e para o equilíbrio em nosso núcleo familiar.

E, em escala social, podemos auxiliar por meio de preces (para que os líderes das nações se entendam pelo diálogo); ações de caridade material (com o envio de materiais de primeira necessidade) e, principalmente, moral (não alimentando conflitos; dando bons exemplos; pensamento positivo; mantendo-se em prece para estes tempos tão difíceis).

É na prática diária que instalaremos a paz no mundo. Porque ela sempre começa em nós mesmos.

 

Referência:

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: filosofia espiritualista / recebidos e coordenados por Allan Kardec; [tradução de Guillon Ribeiro]. – 93. ed. 1. imp. (Edição histórica) – Brasília: FEB, 2013.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita